15 de outubro de 2012 - Cockblock/Pussyblock

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11 de setembro de 2012

(Rachel)

"Quantos empregos você já teve nesta cidade?" A minha pergunta a Johnny era genuína. Não entendia como alguém pode falar em tantos ex-patrões. Ele me olhou espantado? Minha curiosidade era tão intrusiva assim?

Johnny era a pessoa que mais nos ajudava desde que chegamos a Nova York. Dava dicas de que restaurante bom e barato comer, como se divertir com pouco ou nenhum dinheiro. Ele parecia conhecer todos os buracos da ilha de Manhattan e alguma coisa do Bronx e do Brooklin. Arrumou um trampo para Mike e agora tentava fazer o mesmo por mim. Precisava colocar dinheiro em casa de alguma maneira enquanto dezembro não chegava. Não podia depender de audições e deixar as coisas nas costas, sobretudo de Santana.

"Um monte." Ele respondeu com naturalidade e nenhum acanhamento. "Fui até zelador." Ele consultou mais uma vez a lista de oportunidades para jovens que eu havia feito e outra de contatos dele. "Garçonete está descartado, correto?"

"Eu não teria essa capacidade." Johnny olhou engraçado para mim, como se perguntasse em silêncio que tipo de habilidade especial teria de se ter para ser garçonete. "Não é que eu queira descartar oportunidades logo de cara, mas eu só gostaria de considerar servir mesas, ser caixa de supermercado e limpar o chão quando acabarem as opções que considero melhores."

"Tem certeza que eu sou o cara mais indicado para te ajudar a encontrar uma função no teatro?" Ele passou o olho mais uma vez na lista. "Quinn deve ser mais indicada a te ajudar nessas coisas, porque eu só conseguiria te arrumar trampos em outros lugares."

"Eu só quero um emprego de meio período por alguns meses, ok? Algum que não fosse longe da escola ou da minha casa."

"Conheço essa pet shop aqui da sua lista."

"Já trabalhou lá?"

"Não, tenho uma conhecida que processou a loja."

"Por quê?"

"Eles pintaram o labrador dela de rosa."

"Você está de gozação?"

"Pior que não." Deu uma gargalhada gostosa, como se lembrasse do episódio. Precisou de alguns minutos para se recompor. Quem diria que um homem daqueles podia conhecer alguém com um labrador rosa, mesmo que por acidente. "A gente tem que traçar uma rota de trampos que você quer ver da sua lista e da minha. Assim você perde menos tempo e ainda volta para casa em tempo hábil para fazer o dever de casa, e Santana não te mata."

O jeito era gastar a sola do sapato.

Logo descobri que Nova York não é a cidade das oportunidades. Pelo menos não quando se tem 17 anos, está ainda na high school, que só pode trabalhar meio período e tudo que tem no currículo é peças de teatro. A minha lista foi um fracasso. Sempre havia pessoas mais qualificadas que eu, ou mais velhas, ou com mais tempo. A moça do pet shop disse que a vaga estava errada: não era para ser balconista, mas sim para lavar cachorro e gato. Eu hesitei por um segundo e a dona mandou eu catar coquinho. No salão de beleza, a vaga era das quatro às dez e deveria atender telefone, varrer o chão, colocar as toalhas para lavar. A minha vida social ia deixar de existir. Não que ela fosse agitada, mas eu tinha uma namorada e trabalhos de escola para lidar.

O escritório de contabilidade tinha acabado de contratar e cheguei vinte minutos atrasada para o processo de seleção da cafeteria. Havia as opções do Johnny para balconista, caixa de mercado, entregadora e ajudante de cozinha. Deixei o meu currículo nesses locais, mas torcendo contra porque não era trabalhos que eu gostaria de fazer se ainda tivesse opções. O último lugar que ele me levou foi numa gibiteca. A loja era muito interessante, típica dessas freqüentadas por tudo que é tipo de nerd deste mundo, com revistas em quadrinhos distribuídas como se fossem discos de vinil, posters, brinquedos desses colecionáveis, camisetas e alguns DVDs.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora