26 de junho de 2015 - Casamento

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(Quinn)

Abri e fechei os olhos repetidas vezes. Mal acordei e a ressaca não tardou em tomar conta dos meus sentidos. Passei a mão no rosto. Olhei para baixo, para o meu abdômen. Por Cristo, até um leve movimento dos olhos me deixava tonta. Uma cabeça estava fazendo do meu corpo travesseiro. Rachel. Ela estava só de calcinha e sutiã. Eu estava vestida. Completamente vestida, aliás. Bom, não seria a primeira vez. E a luz... cadê os óculos escuros quando se precisa deles? Passei a mão nos meus cabelos e joguei o meu braço para o lado. Minha mão se chocou em alguma coisa... alguém. Meu coração disparou e fiquei com medo de olhar para o lado. Por Cristo. O que eu fiz? Contei até 10 e criei coragem de virar meu rosto. Santana. Meu coração saiu pela boca quase que literalmente. Santana estava dormindo de camiseta e calcinha.

"Ai meu pai, por favor não! Permita que não tenha acontecido nada demais!" Confesso que até fantasiava em fazer uma ménage com Rachel e outra gostosinha qualquer. Mas Santana nunca chegou perto dessas fantasias. Não, nunca, jamais! Seria perturbador!

Meu estômago começou a revirar por causa do álcool e desse amanhecer traumático. Sem gentileza, tirei Rachel de cima de mim e saí apressada para fora daquela cama Queen size. Mas na corrida para o banheiro eu me esborrachei no chão. Tropecei em alguém. Mercedes. O que Mercedes estava fazendo ali? Ela estava em poucas roupas. Não havia tempo para especular. Eu precisava correr para o banheiro. Mal cheguei ao sanitário e despejei o conteúdo do meu estômago. Uma, duas, três vezes. Quando terminei, olhei para o ambiente. O banheiro era grande e bonito. Tinha uma banheira e dentro dela estava... Kurt... sem camisa. Parecia morto. Dei descarga e fiquei ali sentada tentando me situar. Ponto um: nós estávamos em um hotel. Um pequeno e muito charmoso que ficava nas proximidades de Cleveland à beira do lago Erie. Ponto dois: nós chegamos nele no dia anterior. Ponto três: era o casamento dos pais de Rachel e Santana. Ponto quatro: fizemos a despedida de solteiro de Shelby na noite anterior. Por Cristo, que ela não estivesse também espatifada no chão do quarto do hotel. Isso seria demais para agüentar. Eu me esforcei para me levantar e lavar o meu rosto.

"Oi Quinn!" A voz veio por trás de mim e estava... alta como um inferno. Olhei em direção a dona. Brittany. Ela estava com um saco cheio de gelo em mãos.

"Britt! Você não parece que bebeu..." Meu cérebro não estava funcionando direito.

"Claro que não. Estou amamentando, esqueceu? Só bebi um copo de cerveja preta."

"Oh! É verdade. Não é?" Não tinha muita memória do que aconteceu na despedida de solteiro. Não dava para dizer. Voltei a minha atenção para o saco de gelo. "Pra que isso?"

"É para colocar no tornozelo de Santana. Ela vai precisar. Oh, a propósito, parabéns!"

"Como assim?" Quando Brittany ameaçou explicar, ouvi o grito... da própria Santana.

"POR DIOS, ME DUELE!"

Brittany correu para o quarto e eu fui atrás. Rachel estava despertando. Mercedes também. Brittany colocou o gelo no tornozelo de Santana, que se contorcia de dor. Rachel estava confusa, olhando para a própria nudez parcial e toda a situação. Mercedes se levantou com dificuldade e logo correu para o banheiro. Provavelmente também vomitaria. Kurt também devia estar despertando àquela altura. Se não, talvez estivesse mesmo morto.

"San, temos que ir para o hospital! Seu tornozelo está bem inchado".

"O que aconteceu?" Rachel estava preocupada e aparentava também não ter memórias da noite passada.

"Ela virou o pé. Mas estava tão bêbada que nem sentiu".

"ME SIENTO AHORAAAAA!"

"Santana, meu bem, seja educada uma vez na vida e abaixa o volume!" Kurt finalmente acordou, com aquela postura típica com dois dedos na têmpora e um braço atravessado, sustentando o outro.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora