12 de maio de 2012 - Jovens em NYC

327 14 5
                                    


(Rachel)

Foi uma comemoração sem álcool no sábado. O coral foi a um restaurante de massas e grelhados e celebramos junto com professor Schuester e o resto da equipe auxiliar. Meus pais também estavam presentes depois de aceitarem o convite do senhor Schuester para se juntarem a nossa celebração. Nada injusto, uma vez que eles eram os únicos pais que tiveram trabalho de ir a Nova York para ver as finais. Meu pai não estava muito à vontade por causa de toda situação no nosso jantar: uma forte razão para que eu não comentasse sobre o convite para a audição. Minha mãe parecia uma estrela, como se ela tivesse sido a técnica campeã. De fato, ela era quatro vezes campeã nacional dirigindo corais. Era tão boa que recusava convites para dirigir corais desde que decidiu se afastar para criar Beth.

Eu também não estava à vontade na celebração. Tinha um problema amoroso que poderia parecer idiota para o resto do mundo, mas que para mim era urgente e complicado. Era minha vida e aquele detalhe estava me afetando. De um lado estava Quinn, sentada junto com Mercedes e Kurt. Ela ria, comia, e vez ou outra direcionava olhares fulminantes em minha direção. Do outro lado da mesa, estava Finn conversando com Puck e Sam. De vez em quando ele olhava em minha direção e dava o característico meio-sorriso. E eu ali à mesa, entre minha mãe e Santana, me escondendo entre as duas.

"Mãe?"

"Sim?"

"A senhora já ouviu falar na R&J Produções?"

"R&J do Roger Benz?"

"Acho que sim. É uma companhia séria?"

"R&J é uma produtora de médio porte especialista no circuito off-Broadway. Ela têm fama de fazer peças bem-sucedidas escalando atores amadores para não pagar uma série de taxas e direitos trabalhistas. Tirando isso, são produtores idôneos. Por quê?"

"Eu vi uma chamada para audição desta companhia e fiquei curiosa."

"Sei que Roger Benz é um excelente produtor. Ele e o sócio são sujeitos premiados no teatro, mas são sempre produções econômicas e que pagam muito mal aos atores."

"Entendi."

Mesmo assim, o cartão da produtora para a audição fervia no meu bolso.

De volta ao albergue, segurei o braço de Mike e pedi licença a Tina para conversar com o namorado dela. Sentamos no sofá da sala do térreo e Mike parecia nervoso. Pudera, a gente nunca tinha se aproximado antes para trocar mais que três palavras em particular. Ele sempre foi amigo de Santana e Brittany. Não meu.

"Você quer ficar, não é?" Ele olhou esquisito para mim. "Digo, para fazer o teste".

"Eu não quero é ser engenheiro. Este é o sonho do meu pai." Sorriu sem jeito. "O que gostaria é de dançar por aí e se esse teatro me permitir isso, por que não?"

"Então... você vai tentar?"

"Eu tenho 18 anos e não preciso de autorização dos meus pais ou da escola. Sim, talvez fique. Por outro lado, não gostaria de fazer isso sozinho numa cidade como esta."

"E se eu ficar?"

"Mas você não tem que voltar para Lima?"

"Santana vai morar em Nova York. Posso muito bem ficar com ela. Nós três podemos!"

"Você acha mesmo possível?" Ele levantou-se quando viu Tina se aproximando e me cortou. "Boa noite, Rachel. A gente se fala depois".

Não preguei o olho naquela noite. Pensei no maldito cartão. Procurei fechar os olhos e ficar quieta. Nada adiantava. Sem ter o que fazer, coloquei o meu roupão e fui até a sala coletiva. Era o único lugar do albergue que tinha uma televisão grande. Um grupo de estudantes internacionais ocupava uma das mesas de jogos e se divertia com poker. Havia um casal de namorados mais ao canto conversando e trocando beijos ocasionais. Ninguém ligava para a televisão, então decidi tomar posse. Não tinha nenhum programa que me interessasse, mesmo assim permaneci naquele sofá gasto pensando na audição de quarta enquanto a tela brilhava e fazia algum barulho. Precisava, ao menos, tentar uma vez algo fora dos espetáculos mancos de Lima produzidos por aquele traficante do Sandy.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora