12 de dezembro de 2014 - Eu me demito

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(Quinn)

"Tem certeza que pegou tudo? Escova de dentes, blusa de frio extra?"

"Sim, mamãe." Santana disse com voz entediada.

"E os pneus do carro..."

"Já disse que estão trocados."

"Começou a nevar mais cedo neste ano."

"Eu sei!"

"Não se esqueça de me ligar quando chegar em Cleveland."

"Pode deixar." Santana segurou nos meus ombros e me puxou para um abraço. "Volto na segunda-feira, ok? Você não vai ficar tanto tempo assim sem mim."

"Não é que eu vá sentir falta." Desconversei. "Rachel é muito preocupada contigo..."

"Ok, Fabray." Ela me cortou. "Entendi." Me deu um beijo no rosto e entrou no carro. "Feliz Hanukkah!"

Lá se foi Santana. Ela ia passar o fim de semana na casa dos avós para celebrar o hanukkah deste ano com o presente que eles deram de aniversário que ainda ia ser. Eu demonstrei muito mal que não queria ficar sozinha, e por isso sentia vontade de me bater. Mas era muito ruim subir o elevador até o sexto andar do meu prédio, chegar em casa e ver o apartamento vazio sabendo que ele permaneceria naquele estado até a volta de Santana. Pior: eu só veria Rachel no natal. Dois meses quase inteiros sem vê-la, a não ser a semana entre o natal e o ano novo, por causa da excursão the "Across The Universe" pelo país.

Rachel viajou no início da semana e ainda estava aqui perto, na Philadelphia, para fazer a apresentação. Depois a agenda seguiria para Washington DC, Atlanta, Orlando, New Orleans, Dallas, Houston, Austin, Kansas City e a pausa para o natal. Após o ano novo, o elenco da peça seguiria para a costa oeste, primeiro em Los Angeles depois em San Francisco, Portland, Seattle e uma temporada de semana em Las Vegas. Mais uma pausa de alguns dias e a turnê terminaria em Chicago, Detroit, Indianapolis, Cleveland, Pittsburgh, Boston e casa. A cada cidade que ela passava, fazia um traço vermelho. Por hora só foi uma.

A minha esperança era que tinha coisas a fazer na produtora e também havia o fator Santana, que me daria trabalho também. Por mais que odiasse admitir, ficar sem Rachel era muito ruim. Mas ficar sem Rachel e sem o barulho de Santana era muito pior. A impressão que tinha era de que a casa era enorme. Sorte que tinha de trabalhar. Peguei o metrô em direção ao Bronx e fui ao escritório esperando mais um dia de pesadelos por conta da produção da continuação da webserie e ouvir mais fofocas do set de "The Saint Woman".

"Bom dia, Fabray.." Virginia, a secretária, me recebeu com um sorriso forçado. Nunca era bom sinal. "Tem reunião hoje com os patrões depois do almoço, às duas e meia."

"Roger está na cidade?" Ele passou a semana no set de filmagens.

"Chegou ontem."

"Sabe do que se trata?"

"Isso eu não posso dizer." Odiava esses joguetes de informação de Virginia. Tudo bem que ela sabia da vida de todo mundo daquela produtora. Tudo passava pelos ouvidos dela, mas daí a fazer esse tipo de teaser era um saco.

"Por um acaso não é o fantasma do corte de pessoal que assola a produtora desde que cheguei aqui, é?" Fantasma do desemprego sempre assustava todo mundo

"Eu realmente não estou autorizada a discutir sobre isso." Ela ficou séria. "Só não deixe de estar aqui."

Fui até a minha mesa frustrada por não ter conseguido saber mais do que se tratava a reunião. O que podia fazer era esperar. Abri o meu computador e verifiquei as tarefas do dia: todas relacionadas com a webserie. Precisava levantar o orçamento da continuação com base nos gastos com a primeira, os reajustes e nos novos itens que James pediu. Odiava fazer orçamentos. Isso era tarefa para alguém como Santana, que amava números. Eu era uma pulguinha feliz dento de um set de filmagens. Aquele trabalho burocrático não era para mim. Mas pagava o meu salário.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora