25 de fevereiro de 2010 - Começo da tríade

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(Quinn)

"Você, Quinn Fabray, é a minha parceira no projeto de física?"

Acenei positivamente.

Depois da cirurgia para a retirada do apêndice, Santana estava de molho há uma semana e, pelo visto, ficaria mais um tempo em casa de atestado médico. Sabia que Brittany ia visitá-la todos os dias e tinha certeza que Rachel ficou responsável por levar as tarefas de casa. A minha colega ex-cheerio não era a pessoa que tinha o melhor senso de direção, mas foi ela quem me levou até a casa dos Berry-Lopez, e me deixou com a impressão de que aquele era o único lugar do mundo em que seria capaz de chegar mesmo com os olhos vendados. Eu sabia onde Santana e Rachel moravam, quer dizer: sabia o endereço delas. Só não me lembrava de ter passado naquela rua antes, por isso fiquei impressionada com a bela casa de arquitetura moderna. Minha casinha parecia ser tão americana perto da família Berry-Lopez.

Quem nos atendeu foi a empregada da casa: uma moça branca. Até nisso aquela família se distinguia da minha: meus pais gostavam de explorar latinos e asiáticos imigrantes desesperados, porque eram mais baratos. Não era o caso dos Berry-Lopez e podia apostar que o critério deles era simplesmente mercadológico. A moça abriu um sorriso enorme para Brittany e indicou onde Santana estava. Brittany puxou a minha mão e praticamente me arrastou até uma sala ampla e bem decorada (como todo resto) onde ficava uma televisão enorme e aparelhagem de home theater. O sofá era espaçoso, feito para a gente poder se espalhar, colocar as pernas para cima, deitar, dormir. Ou seja, ficar à vontade. Encontramos Santana sentada com as pernas esticadas em cima do sofá. Na televisão passava um episódio de Lost. Não imaginava que aquela bitch gananciosa gostasse de assistir essas coisas.

Brittany abraçou e beijou Santana no rosto logo que a viu. Imediatamente sentou-se ao lado. Senti que a fera não tirava os olhos de mim, e eu sem saber o que fazer, para onde olhar, onde colocar minhas mãos. Comecei pelo básico: perguntei como estava e em seguida expliquei a minha razão de aparecer na casa dela sem avisar: trabalho de escola.

"Por que você me escolheu como parceira?" Santana cruzou os braços, ainda mais desconfiada, e eu começava a suar.

"Posso me sentar?"

"À vontade." Percebi que Santana ainda estava chocada.

"A sua casa é muito bonita... e grande".

"Obrigada... pode responder a minha pergunta? Qual o seu jogo Fabray Jr.? Você ataca a minha irmã quase todos os dias. A sua irmã me ataca quase todos os dias. E agora isso?"

"Em primeiro lugar, você não é a pessoa mais simpática do mundo e o pessoal da classe não estava disposto a trabalhar contigo. Então eu me voluntariei para ser sua parceira porque, apesar de tudo, você é uma boa aluna e porque seria uma boa oportunidade."

"Oportunidade para quê?"

"Da gente se conhecer melhor."

"Eu te conheço o suficiente, Fabray Jr."

"Está enganada, Lopez. Eu não sou a minha irmã." Ganhei uma gargalhada forçada irônica vinda de Santana e precisei arrumar a minha postura para conseguir argumentar e não ser enxotada daquela casa. "E verdade. Se você me der uma oportunidade, vou te provar que não sou tão ruim como você imagina."

"San... foi Quinn quem nos levou ao hospital naquele dia..." Brittany falou baixinho, e eu mal acreditei que ela estava intercedendo por mim.

Santana me encarou com fogo nos olhos, como se me testasse. Então ela relaxou um pouco e gesticulou com a mão, como em desprezo.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora