01 de setembro de 2013 - Inversão de hierarquia

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17 de agosto de 2013

(Santana)

Mais um jantar mensal com Weiz e eu estava começando a me sentir como Lorelai e Rory Gilmore nos encontros semanais com os pais ricos. Quinn e Rachel não paravam de falar com Weiz sobre detalhes que viram em Barcelona, o que me pareceu surpreendente que aquelas duas tenham saído da cama para conhecer a cidade. Rachel tentava manter a conversa o máximo possível sobre Barcelona, até porque Quinn não conhecia outra coisa fora dos Estados Unidos, ao passo que eu e minha irmã tínhamos o passaporte relativamente recheado de carimbos. O senhor Weiz, então, viaja um monte de vezes ao ano para o exterior. Diz que conhece a França melhor do que a própria casa. Aliás, Paris é o tipo do assunto que faz a atenção de Quinn se voltar totalmente ao velho.

Eu estive uma vez em Paris uma vez quando tinha 12 anos e passei pela cidade quando tinha 16, quando fui para Londres. Não penso que foram ocasiões que mudaram a minha vida. Enfim... tinha certeza que este seria o destino de Quinn numa lua-de-mel ou na viagem dos sonhos que ela tiver com sua outra metade significante. Quem sabe seja Rachel? Nunca se sabe. No final do encontro, senhor Weiz pediu licença aos meus amigos para conversar comigo em particular. Foi um pedido meu, na verdade: eu teria de pedir demissão.

"Então você vai estudar em Columbia?" Weiz perguntou com uma postura relaxada, porém sempre confiante. Com Weiz não havia dúvidas: ele sempre estava no controle da situação.

"Sim senhor. O curso de economia de Columbia é um dos mais conceituados do mundo e eu ainda poderei fazer algumas matérias da faculdade de negócios. Pelo menos uma por semestre, como planejei na minha grade curricular."

"Isso é muito bom, Santana. Economia é uma ótima área. Significa que você poderá olhar suas empresas sob uma perspectiva distinta de como eu olho, como um advogado."

"Na economia há estudos sociais pelos quais me interesso. Sem mencionar que continuarei lidando com números."

"Fico feliz em saber, Santana. Mas você pediu para conversar em particular comigo só para falar da sua grade curricular?"

"Não senhor. Na verdade eu gostaria que o senhor soubesse em primeira mão que eu vou pedir demissão na Weiz Co. no final do mês. Como sou estagiária, não preciso cumprir aviso prévio... bom é isso."

"Imagino que Columbia tem a ver com sua decisão, correto?"

"Sim, senhor. Não terei tempo para trabalhar. Mal tinha tempo quando estudava em Stuyvesant!"

"Especialmente com todas as suas detenções." Ele piscou para mim como se fosse um cúmplice, mas isso só me deixou sem jeito.

"É..."

"Isso quer dizer que o seu avô voltou atrás e vai te ajudar a se manter na cidade?"

Pisquei uma, duas, três vezes. Esse não era o tipo de assunto que eu via zaide comentando com amigos. Logo ele que sempre foi muito reservado para assuntos de família. Jamais trataria isso com estranhos. Ao menos eu considerava Weiz um estranho.

"Ele comentou isso com o senhor?" Estava estarrecida.

"Não Joel... Sarah é minha melhor amiga, Santana. Ou não sabia?"

"Eu... bem..." Fiquei perdida e perdi a linha de raciocínio.

"Joel mudou de ideia?"

"Não senhor."

"O seu pai vai te manter na cidade?"

"Ele vai gastar um dinheirão pagando a faculdade de Rachel. Eu não tenho coragem de pedir isso a ele porque é uma despesa a mais, e não há condições de fazer isso sem apertar o orçamento lá de casa. Meu pai ainda precisa ajudar a minha abuela, ele paga os planos de saúde meu e de Rachel, e ainda se comprometeu em dar suporte a Shelby na criação de Beth... e muita coisa, senhor. Eu não pediria isso a ele."

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora