03 de outubro de 2015 - Encontro?

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(Santana)

"Oh, quando você disse que viria cedo, eu esperava algo menos cedo." Reclamei assim que atendi à porta para Quinn e abri passagem para que ela pudesse entrar.

"São quase nove horas. E você está sem muletas!" Ela entrou com algumas caixas de papelão dobradas debaixo do braço e as colocou encostadas no balcão que divide a cozinha com a sala. Impressionante como conseguia manter a postura bitch mesmo estando por baixo. "Isso aqui está depressivo sem os móveis."

"Trouxe café da manhã." Mostrei a comida em cima do balcão. "Se vamos terminar de empacotar suas coisas e fazer a faxina para entregar as chaves, precisamos estar bem alimentadas."

Quinn olhou com certo desejo para as maçãs, o saco de brioche, e o pote de geléia, além do litro de achocolatado e a garrafa térmica com café.

"Ainda não tomei café da manhã." Disse me esforçando para não rir com a cara de fome que ela fez. "Se quiser me acompanhar, esteja à vontade."

"Ok." Ela disse sem cerimônia. Pegou os descartáveis que trouxe e serviu-se com toda formalidade que era capaz, como se ainda fosse a habitual aristocrática Quinn Fabray. Mas esse tempo de convivência me fez perceber certos detalhes que outras pessoas ignorariam, como o fato de ela comer a maçã. Sim, maçã, com interessante entusiasmo.

"Há quanto tempo você não toma um café da manhã decente?"

"Todos os dias, para a sua informação. No entanto, as minhas atuais condições financeiras e de Santiago fazem com e a gente reduza as coisas ao básico."

"Que seria?"

"Ao café... e alguns biscoitos." Ela franziu a testa. "Nem todo mundo tem salário de atriz, recebe ajuda de custo dos pais ou tem um avô secreto bilionário. Mas estou muito bem, se quer saber. Santiago e eu ainda estamos em fase de ajustes."

"Entendo."

"Cadê Rachel?" Outra tentativa miserável de Quinn parecer casual. Aposto que era a primeira coisa que queria perguntar tão logo entrou e não viu minha irmã.

"No caso de achar que a minha irmã se recusou em vir ajudar para não te ver, não está com essa moral toda. Ela foi ao mercadinho de produtos orgânicos que descobriu na Steinway Street para fazer algumas compras lá para casa. Daqui a pouco ela deve chegar para inspecionar a limpeza."

"Como estão as coisas na Rock'n'Pano?" Ela perguntou noutra tentativa de parecer casual. "Reparei que você depositou pouco mais de 100 dólares na minha conta. Os negócios melhoraram?"

"Vendi mais no mês passado e as coisas ficarão ainda melhores neste que entra. Fechei um bom negócio, vou conseguir pagar todas as pendências com zaide em relação à empresa e, quem sabe, começar a caminhar com minhas próprias pernas."

"É bom ouvir isso. Estou orgulhosa, San, de verdade."

"E você? Como estão as coisas no mundo do cinema?"

"Aquele curta vai sair. Vai dar para conciliar com NYU e imobiliária porque são poucos dias de filmagens. Santiago tem um projeto para rodar em festivais. É um bom roteiro, de verdade, mas estamos sem dinheiro por enquanto para realizá-lo. Fora isso, é a mesma luta de sempre. Santiago disse que vai surgir uma nova seleção de estágio na Bad Things. Tomara que o lobby dele lá dentro dê certo."

"Vocês vão conseguir o dinheiro no tempo certo."

Quinn fez a gentileza de ajudar para guardar a comida e colocar os descartáveis no saquinho de lixo adequado. Depois olhou para a pilha de coisas dela que estavam colocadas no canto da sala. Precisava fazer uma seleção rápida e rasteira antes de levarmos tudo que estava ali dentro que não constava no contrato para fora do apartamento e, possivelmente, para o tonel de lixo. Enquanto isso, eu precisava varrer os cômodos e limpar o meu antigo guarda-roupa e lavar o banheiro. Decidi começar pelo banheiro, enquanto Quinn embalava as coisas dela.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora