23 de agosto de 2010 - Clube da castidade

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(Quinn)

Sexo. Eis uma questão delicada na minha vida. Como toda menina, tinha dúvidas e grilos sobre a primeira relação: se ia doer, qual era o momento certo, se sentiria confortável ao me expor, como falar em proteção com o parceiro? Por outro lado, existia toda a curiosidade em experimentar, especialmente depois do estímulo visual que recebia dos vídeos na internet que via escondida na calada da noite. Minha curiosidade por pornografia veio em função de Finn. Achava que tinha alguma coisa errada comigo quando ficava com meu namorado, fazia coisas para que ele se sentisse bem, ainda assim, não ter tesão. Talvez fosse uma frígida, como Santana me acusava. Ou talvez fosse essa minha queda pela droga da Rachel Berry-Lopez que confundia a minha mente.

Eu não era gay. Eu não poderia ser gay.

Assistir pornografia pela internet me fez constar duas coisas: eu não era frígida e ficava excitada assistindo as imagens. Eu aprendi a me masturbar com propriedade num vídeo pornô que considero muito didático em que uma moça morena ensina bons caminhos para se tocar, sem ficar fingindo e gemendo entre muitas caras e bocas. Então eu "treinava" na calada da noite, baixinho, quieta, para ninguém me escutar. Isso levou a outra constatação: de todo tipo de pornô disponível, os que mais me interessavam (e assistia) eram os vídeos lésbicos. Mas não qualquer um. A maioria dos vídeos era uma grosseira em qualquer combinação. Porém, eu vi um que mostrava duas garotas fazendo tudo como se realmente gostassem uma da outra, num desses chamados pornôs femininos. Parecia tão suave e prazeroso. Eu assistia a esse tipo de vídeo e aplicava a técnica. Era relaxante.

Se não havia nada de errado comigo, então Finn era o problema. Não queria ficar com ele. Não gostava dele. Não queria ser tocada por ele. Mas era preciso sustentar esse namoro por causa da minha imagem na escola e porque meus pais aprovavam. Meu relacionamento era um dos poucos pontos em que levava vantagem nas constantes comparações que meu pai fazia com Frannie. Desde que ela se mudou para Austin, ele ficou saudoso da filha predileta, mas ao menos gostava de conversar sobre esportes com Finn. Harry nunca teve paciência para conversar mais que cinco minutos com meu pai.

Não queria avançar as coisas. Não conseguiria. Finn não me pressionava, mesmo assim sentia que tinha de manter uma evolução ou ele poderia perder o interesse em mim. Chegaria um ponto que as coisas se tornariam inevitáveis, mesmo assim esse era o tipo de coisa que não tinha pressa para resolver. Pelo contrário, desejava adiar o máximo que pudesse o meu fim inevitável com Finn. Mas como?

A resposta veio em uma das missas especiais destinadas aos jovens da minha comunidade em que o pastor estimulava e apoiava que se esperasse até o casamento para se ter relações. Defendeu criação de clubes e de pactos entre grupos de amigos para que esta atividade se fosse praticada apenas em matrimônio sob a benção de deus. Finn não pertencia a minha comunidade cristã, da qual meu avô materno foi pastor, mas eles iam à igreja.

Precisei de uma semana para formular meu plano e despejei a novidade logo no primeiro dia de aula do meu ano como sophomore em McKinley.

"Clube da castidade?" Santana disse perplexa. "Para que diabos serve uma droga de clube da castidade? Não há nada mais idiota do que algo assim para adolescentes hormonais de 16 anos!"

"As cheerios têm fama de serem grupos de prostitutas para servir os atletas dos times da escola, o que não é nada bom se considerarmos que um dos principais financiadores da equipe é a comunidade cristã da qual pertenço. Logo, como capitã da equipe e representante dessa comunidade, eu quero mudar essa imagem. Por isso, nós vamos convocar as principais cheerios para integrar as reuniões. Eu ficarei a cargo de disseminar valores cristãos e estabelecer regras. Também podemos fazer reuniões com a participação dos garotos." Expliquei com calma.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora