12 de abril de 2011 - Plano de Shelby

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O primeiro capítulo da Saga original é este aqui.

08 de abril de 2011

(Rachel)

Minha vida seguia um equilíbrio delicado. Professor Schuester passou a me dar mais solos depois do meu brilhante desempenho na competição local de corais. Estava mais que certa que minha vida entrava aos poucos nos trilhos. Eu tinha uma boa família, apesar de Santana. Jesse apareceu na minha vida de repente e se revelou um bom namorado depois que Finn me trocou pela popularidade e para flertar com a minha própria irmã. Não entendi. De uma hora para outra, a pessoa que afirmava detestá-lo passou a ficar interessada? O que era aquilo? Santana cravou uma facada no meu peito e deixei de conversar com ela até mesmo dentro de casa.

Jesse entrou em cena, transferido de Carmel High e fez a minha vida ficar um pouco melhor: voltou a ter um pouco mais de normalidade, pelo menos. O problema é que nunca consegui esquecer Finn. Ele ainda era o grande amor da minha vida.

Um dia, por causa de uma atividade sugerida pelo professor Schuester, fiz um vídeo-clipe da música "Run, Joey Run" para a semana da má reputação. Jewfro filmou e editou em troca de um beijo nos lábios. Convenci Sandy Ryerson a fazer uma participação especial e chantageei Santana para participar do projeto. Brittany veio naturalmente. Apesar de não querer falar com minha irmã, precisava de duas anjos atraentes. Tina e Mercedes não faziam meu tipo, Quinn recusaria e estava grávida. Sobraram as duas. O toque final foi fazer uma edição com os três namorados que tive: Finn, Jesse e Noah. Adorei o clipe. Pena que os meninos odiaram e meu namoro terminou por ali.

Jesse ainda fez uma última aparição na minha casa, como se fosse uma despedida. Começou a falar de desejos e sonhos. Fiquei tão envolvida na fala dele que revelei o meu maior e mais secreto desejo: conhecer a minha mãe biológica. E como num passe de mágica apareceu uma fita K7 no meio das minhas coisas endereçada a mim. Era minha mãe querendo me deixar uma mensagem, mas em vez disso, ela cantou "I Dreamed a Dream", da peça "Os Miseráveis". Num estalo de dedos, minha fantasia tomou conta e logo imaginei um dueto com ela. Não suportei a emoção. Minha mãe tinha voz fabulosa e gostava da Broadway. Era como se certas pontas soltas da minha história começassem a fazer sentido.

"Ei Hobbit!" Santana entrou no meu quarto sem ser chamada, como sempre. "acabei de cruzar com o seu ex-namorado espião..." Ela finalmente reparou em mim e viu que estava chorando. A indiferença se transformou em preocupação. "... por que você está chorando? Aquele bastardo fez alguma coisa contigo?" Santana correu em minha direção. Estava sentada em minha poltrona ainda emocionada por escutar pela primeira vez a voz da minha, nossa mãe.

"Não foi ele! Jesse não fez nada de errado."

"Então?"

"Você pensa na nossa mãe?" Limpei as lágrimas do meu rosto.

Santana suspirou, deu dois passos para trás e sentou-se na beira da minha cama. Entre os vários assuntos que nunca discutíamos, talvez este fosse nosso maior tabu. Quando era pequena e perguntava sobre minha mãe, meus pais repetiam a história da inseminação, de que procuraram pela mulher perfeita, falavam do nascimento de Santana e do meu. Isso aparentemente a satisfazia, mas eu, de tempos em tempos, voltava ao assunto. Não entenda mal, meus pais fizeram um trabalho extraordinário. Nunca deixaram faltar nada para nós. Eu e Santana sempre tivemos quase tudo que queríamos – eles só recusavam nos dar aquilo que não fosse apropriado ou que não fosse nos trazer algum bem. Temos família grande, amigos, amor, tudo. Mas esse buraco nunca foi tapado. Mesmo com a melhor família do mundo, eu precisava também da minha mãe. Era pedir demais?

"Às vezes." Santana confessou e foi a primeira vez que ela admitia isso. Fiquei aliviada e, ao mesmo tempo curiosa por ela. "Pensava mais quando era pequena. Em certos acontecimentos da minha vida... quando eu comecei a ter sentimentos diferentes em relação a Britt... Mas hoje em dia, nem tanto. A verdade é que eu não sei de nada Rachel. Eu não a conheço. Pode ser que ela seja a pessoa mais legal do mundo. Certamente é uma mulher bonita. Mas e se ela não for uma boa pessoa? E se ela não estiver interessada em nos conhecer? A gente precisa ter em mente que ela recebeu grana para doar óvulos e tudo mais... nós fomos um negócio para ela, Ray."

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora