01 de novembro de 2015 - The lion

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(Quinn)

Eu estava no céu. Antes mesmo de abrir os olhos, podia me lembrar de todas as coisas boas que aconteceram naquela madrugada. Lembro de Rachel me beijar ainda na festa, de bebermos um pouco, de ela sugerir que eu deveria conhecer o novo apartamento. Então pegamos um táxi e fomos para a casa dela (era tão estranho dizer isso). Sinceramente, reparei em nada sobre o tal apartamento porque estava ocupada demais em beijar minha lady. Mas confesso que achei estranho o caminho diferente até o quarto, os espaços e as distâncias. Era tudo muito diferente da nossa velha e boa toca em Astoria.

Rachel me conduziu ao quarto dela, cujo tamanho era praticamente o apartamento que eu dividia com Santiago. Nós ocupamos a cama que era bem maior do que aquela que herdei da mudança e que ocupava praticamente todo o espaço do meu atual quarto. Ali, na madrugada, fizemos amor. Foi tão bom e tão confortável que nem parecia que passamos três meses separadas. Uma delícia poder sentir novamente os lábios quentes de Rachel, seu corpo pequeno e perfeito, as lindas pernas entrelaçando com as minhas, a pele de seda, o perfume, e depois o suor que escorria entre os seios enquanto eu a penetrava com meus dedos. Foi uma noite incrível que me fez lembrar o quanto Rachel me fazia feliz.

Fazia tempo que não sabia o que era acordar ao lado da mulher que mais amava neste mundo. Rachel dormia meio de lado, meio de barriga para baixo. Não podia ver o rosto dela por hora e não estava segura se ela dormia ou não. Resolvi testar a minha sorte. Passei o meu braço sobre na cintura dela, encostei-me e a beijei no ombro. Rachel se mexeu de forma que me fez perceber que ela estava definitivamente acordada.

"Bom dia, minha lady." Continuei minhas carícias.

"Quinn..." A voz dela saiu rouca, sexy.

"Humm?" Continuei a beijar aquela pele macia, bem tratada.

"Para." Rachel se virou para de forma a olhar para cima e aquilo me deixou confusa.

"Mas?" Sentei-me na cama sem preocupar com a minha nudez. "Não vai me dizer que você se arrependeu." Seria desesperador, por isso fechei os olhos uma tentativa de não me decepcionar.

"Não." Foi um alívio. Meu corpo relaxou e voltei a respirar quando escutei a resposta dela. "Não me arrependo de ter dormido mais uma vez contigo. Foi uma noite verdadeiramente prazerosa e confesso que senti falta desse contato físico, dos seus beijos, do seu toque."

"Mas?" Sempre havia um porém. Poréns eram a especialidade de Rachel.

"A gente se precipitou." Estava bom demais para ser verdade.

"Por quê? Se fôssemos duas estranhas, diriam que tivemos um momento bom durante uma festa que acabou numa noite. Ninguém falaria nada, ninguém julgaria. Ao contrário, as pessoas iriam aplaudir. Imagine que bem faria ao meu caderninho ter transado com uma atriz da Broadway que está numa série da HBO. Sua irmã provavelmente não teve uma noite com a mulher maravilha? O problema é que somos nós, não é verdade? Ou sou eu? Não é isso?"

"O problema é definitivamente você e não é você ao mesmo tempo." Ela respondeu de um jeito que me deixou confusa. "Vou direto ao ponto aqui, Quinn. Isso não deveria ter acontecido. Eu ainda não estou preparada para voltar a ter um relacionamento contigo. A gente mal voltou a conversar de forma civilizada, e dormir contigo foi como se a gente tivesse queimado muitas etapas de nossa reaproximação."

"Mas... como?" Estava legitimamente confusa. Como Rachel pode me levar a casa dela, fazer amor comigo, para no dia seguinte dizer que não é bem assim? Até poderia entender essa reação se ela tivesse ficado bêbada, mas não foi o caso: nós bebemos, mas longe de ficar embriagadas com dificuldade de se lembrar o que aconteceu.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora