12 de dezembro de 2011 - O pior dia

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8 de dezembro de 2011

(Rachel)

A cada vela que acendíamos do menorah, eu pedia fervorosamente que Finn Hudson pudesse voltar a namorar comigo. Mas a força da minha prece era menos intensa a cada dia. Santana cumpriu o que prometeu e não mexeu mais com ele. Foi muito difícil admitir que Finn continuou a flertar mesmo assim. Sempre que ela passava o ignorando, ele se virava, checava o traseiro e ficava com aquele característico sorriso de lado. Depois dizia que se importava comigo apesar de tudo. Aquilo estava me matando. Eu mal conseguia encarar a minha irmã na volta para casa com o olhar de "eu te avisei" escancarado. Será que era tão errado assim ter um pouco de esperança em retomar tudo que tínhamos de bom?

"Rachel." Kurt disse ao telefone quando liguei para ele a fim de pedir um bom conselho. Acreditava que ele fosse a melhor pessoa para me dá-lo, afinal, Kurt agora sob o mesmo teto de Finn. "O que você pensaria se Jewfro te deixasse em paz?"

"Talvez nem repararia, depois acho eu ia estranhar... ei! Entendi!" Traduzindo: se começasse a ignorar Finn, ele olharia para mim como Rachel. Não como a garota desesperada que grudou no pé dele.

"Esse é o mesmo conselho que Blaine me deu com uma freqüência considerável quando cheguei aqui: se esforce menos. Santana está na dela e não quer nada com Finn, certo? Significa que você tem tempo para desenvolver a estratégia. Não atropele as coisas, querida!"

Kurt não sabia lidar muito bem com os próprios problemas. Ele era apaixonado por Blaine, estudava com ele, e não sabia como se iniciar esse tipo de conversa. Mas na hora de aconselhar outras pessoas, era incrível, por mais contraditório que fosse. Senti mais confiante depois que falei com Kurt. Uma pena que a gente só tenha se tornado mais próximos, a ponto de trocar algumas confidências, quando ele saiu na nossa escola. Seria bom tê-lo por perto, mesmo sendo o meu maior adversário em potencial vocal. Santana tinha certa razão: era bom ter algum amigo que não fosse meu namorado para variar.

...

Estava a caminho do último ensaio do coral da semana. Por hora, estávamos testando algumas canções para que a gente pudesse chegar mais fortes e organizados até as regionais. Aprendemos a lição no ano passado: talento e coração não eram suficientes. Para vencer as regionais, e mais ainda se a gente quisesse chegar bem às nacionais, teríamos de estudar os corais adversários, identificar fraquezas e virtudes e tentar montar uma apresentação onde nossas maiores qualidades pudessem ser ressaltadas e, ao mesmo tempo, mostrar uma melhor solução para as falhas dos outros.

Ensaiamos essa estratégia em "Valerie" com a dança de Brittany e Mike. Não vou analisar a balada de Quinn e Sam porque a desconsidero. Prefiro estudar "Valerie", que em minha opinião, e de Mercedes e de Kurt, foi a que contou. Santana não tem técnica de canto, mas ela teve personalidade, agressividade (não que ela tivesse qualquer problema com a parte da agressividade), e foi intuitiva. Minha irmã tem voz potente e um timbre diferenciado, mas precisa domar alguns engasgos e vibratos. Uma pena que seja tão difícil convencê-la ir a uma aula de canto. Ela também precisava deixar de ser preguiçosa e fazer melhor os exercícios técnicos que o professor Schue nos passa. Não são ideais, mas ajudam.

A coreografia de Brittany e Mike foi espetacular, mas tirou um pouco da unidade, um quesito que vale pontos na avaliação técnica. Essa nossa falha, além de uma música ruim, foi o que possibilitou o empate com os Warblers. Se tivéssemos ajustado melhor, ensaiado melhor, teríamos sido declarados os únicos vencedores. Nossos passos não ficaram bem sincronizados e eu esbarrei duas vezes em Lauren. Ninguém poderia exigir coisa alguma dela naquela ocasião porque ela caiu de pára-quedas no coral para salvar a nossa pele. Se ela quiser ficar, vai ter de suar a camisa. Os vocais de apoio estavam ótimos, no entanto. Harmonizaram muito bem com o timbre "Winehouse" de Santana.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora