06 de outubro de 2013 - Apendicite p.2

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01 de outubro de 2013

(Santana)

Brittany não atendia meus telefonemas. E se tratando dela, tenho certeza que trocou de número porque fez alguma bobagem com o aparelho mais antigo ou perdeu o chip. Se não era isso, não tinha outra explicação para seu desaparecimento. Não acredito que ela me deixaria de lado propositadamente. Brittany figurou no último vídeo clipe da Miley Cyrus dançando de forma sensual. Enquanto aquela ex-Hannah Putana cantava mal e balançava os quadris contra a pélvis de um musculoso sem cérebro qualquer, Brittany estava no fundo da cena escorregando pelo corpo da outra guria como se estivesse se abaixando para fazer sexo oral. Só agüentei ver o clipe uma única vez. A música era um lixo mesmo! Eu perdi o telefone da casa da Britt em Los Angeles e a companhia de dança não fornecia contatos. Diz que eu deveria entrar em contato com o agente do grupo para pedir permissão. Agente? Sério?

É bem verdade que às vezes atendia alguns telefonemas de pessoas procurando por Mike e Rachel. Dias atrás marquei para o meu amigo uma entrevista para um site da internet que estava interessado em saber quem era o garoto da propaganda da pizzaria. O meu número estava registrado como sendo da "empresária" de Mike, por isso fui procurada pela imprensa uma vez que agentes não faziam esse papel. Na falta do assessor, tem o empresário. Era assim que as coisas funcionavam.

Pedi para que Quinn ligasse fingindo ser uma jornalista da NYU solicitando uma entrevista com os dançarinos da companhia, de preferência com Brittany Pierce. O sujeitinho até concordou, mas indicou outras pessoas para falar na "matéria". Quinn acabou entrevistando de verdade e foi esperta, tentou sondar sobre Brittany com os companheiros de grupo. A resposta mais comum foi de que a minha melhor amiga era a melhor das pessoas, mas que não estava por perto para poder falar e nem eles estavam autorizados a dar o contato. Quinn escreveu e publicou a reportagem no jornal da NYU. Foi convidada a trabalhar por lá e talvez aceitasse a oferta nos próximos semestres.

O pior é que ninguém da velha gangue tinha notícias. Mercedes estava em Chicago estudando design enquanto tentava gravar um disco. Era recusada pelas gravadoras porque a voz era considerada comum, além de ela ser uma gordinha considerada pouco atraente para os padrões mercadológicos. A indústria procurava alguém que fizesse frente à Janelle Monae, Nicki Minaj entre as novas divas negras. Kurt, que estava em Los Angeles estudando moda, também não tinha notícias. Ninguém mais do antigo coral conseguiu sair de Ohio para fazer faculdade. Sam, Artie e Tina foram para a OSU e Finn ingressou na Community College. Ele era uma anta mesmo. Só me restava esperar o show e tentar fazer uma abordagem mais direta. Em outras palavras: comprei ingressos para o show.

Matt e eu estávamos a caminho do teatro Public, na Lafayette St. em NoHo, praticamente dentro do campus da NYU. Era onde "Across The Universe" seria encenado. O elenco passou a se encontrar por lá para os ensaios das cenas. Rachel estava animada porque o Public era um dos teatros off-Broadway mais tradicionais. A publicidade e expectativa em torno da peça cresciam e a estréia só seria em dezembro após quase quatro meses de ensaios. Daqui a pouco aconteceriam as festas de apresentação, coletivas de imprensa, enfim, coisas que acontecem no meio para a divulgação. O sucesso da peça seria ótimo para Rachel, que teria o contrato renegociado após três meses. Uma peça como "Across The Universe" tinha tudo para ter vida longa, mas os produtores só contratavam os atores pela temporada de três meses. Se a peça rendesse o esperado, haveria uma janela para renegociar contratos e maiores salários.

Matt passou o dia insistindo para visitar o meu apartamento no Brooklin. Achava que era meu namorado só porque a gente teve duas rapidinhas. Eu também fui para cama com Izabella uma vez e ela não saiu pelo campus dizendo que era a minha namorada.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora