14 de janeiro de 2014 - Novo semestre

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(Santana)

O semestre e as aulas recomeçaram depois de um bom recesso que tivemos entre as festas de fim de ano e as duas semanas de férias de inverno. Nova York estava branca. Era bom ter novas aulas e a minha rotina quase toda restabelecida. Resolvi dar ouvidos à Rachel e pisei um pouquinho mais no freio para o segundo semestre de Columbia. Peguei só três matérias, além da monitoria. No final das contas, até que foi uma boa oportunidade oferecida pelo professor Harris, porque monitorias rendiam uma espécie de mesada, algo como 50 dólares por semana, mas que era suficiente para o metrô e parte do almoço no refeitório central.

A minha nova agenda tinha um respiro para fazer atividades mais saudáveis, como ir a uma academia e ao coral comunitário. Matt, Lucy e eu só tínhamos uma classe em comum neste semestre. Tinha duas com Andrew e Izabella. De qualquer forma, só não fazia uma aula com alguns dos meus amigos mais próximos da faculdade.

Ao passo que eu seguia firme em Columbia, Rachel decidiu trancar a matrícula na NYU porque disse que não conseguiria conciliar o trabalho com a faculdade. Isso me pareceu uma decisão razoável da parte dela, porque, de fato, ela não conseguiria estudar direito trabalhando quatro vezes por semana e com obrigações profissionais pelo caminho. Rachel precisava escolher e ela preferiu a Broadway. Mas isso não aconteceu sem antes haver um debate acalorado. Shelby defendia a formação acadêmica e tinha como argumentos a própria experiência. Dizia que, por fim, foi o estudo numa faculdade que lhe valeu e garantiu qualificação para que conseguisse arrumar emprego como professora de teatro e de canto. Ela admitia que a experiência na Broadway foi um diferencial, mas o diploma era fundamental. Basicamente, ela dizia que minha irmã precisava ser precavida e não apostar em uma coisa só. Papi era radicalmente contra Rachel desistir de ter uma formação superior. Eu era uma espectadora privilegiada de que fazer as duas coisas ao mesmo tempo não daria certo para ela e tinha uma visão um pouco mais pragmática: o teatro era que estava pagando as contas lá de casa. Quinn apenas apoiava Rachel. Ela própria argumentava que a vida dela não era fácil com a faculdade, mesmo pegando o mínimo de matérias, o emprego de meio período e os freelancers que tinha de pegar para complementar o salário de miséria que a R&J pagava.

Por fim, Rachel trancou a faculdade para se dedicar exclusivamente à Broadway, papi e Shelby ficaram decepcionados. Mesmo assim eu não consegui ter uma sobra dessa grana na minha mão, como achava que aconteceria porque papi argumentou, e não era possível tirar a razão dele, de que essa grana serviria para reequilibrar o orçamento. Afinal, ele ainda pagava nossos planos de saúde, que eram caros, tinha as despesas da casa e tudo mais.

No horário do almoço, Izabella me chamou para dar uma passada no apartamento dela. Acreditava que não havia motivos sexuais por trás: eu tinha deixado o meu casaco por lá na festinha do fim de semana que ela e Lucy fizeram para comemorar o início das aulas. Foi uma celebração normal com um pouco de cerveja, um pouco de erva e um pouco de dança. Quando entrei no dormitório, Lucy não estava. Eram apenas eu e Izabella. Ela apontou o meu casaco, que estava no encosto de uma cadeira.

"Quer uma cerveja?" Ela ofereceu.

"Tenho aula à tarde. Não é cedo demais para isso?"

"Água?"

"Aceito!"

"Topa dar um tapa?"

"Definitivamente não." Encarei Izabella. "O que está havendo contigo?"

"Não posso ser gentil e te oferecer as coisas boas?"

"Não quero bancar a careta aqui, mas dar um trago numa festa é uma coisa. Consumir em bases regulares é um problema."

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora