10 de maio de 2012 - Dias de competição

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(Rachel)

O auditório estava cheio, não lotado. Era um público maior do que esperávamos para o horário das três da tarde. Éramos o quarto coral a se apresentar. O terceiro grupo, Strawberry Fields, de Salen High Oregon, estava defendendo uma música da Taylor Swift. Não muito feliz, em minha opinião. A música é adolescente, doce e fraca demais, apesar da artista em questão ser uma das mais bem-sucedidas, comercialmente falando, destes últimos anos. Não faz o meu gênero e pela reação fria da platéia, diria que a escola do Oregon teria problemas em se classificar. Quando a luz apagou pela primeira vez na sala de espera, era o sinal de cinco minutos para entrarmos. Podia sentir a apreensão do nosso time crescendo.

Finn estava com aquele olhar distante, perdido. Logo começaria a andar de um lado para outro e depois ia fazer movimentos como se fosse começar a se aquecer para um jogo de futebol americano. Artie estalava os dedos, Tina olhava para todo mundo como se estivesse zangada, Lauren fazia flexões, Mike se alongava, Kurt tinha aquele olhar de quem iria sair correndo e Quinn ficava encostada em uma cadeira como se estivesse passando mal. Olhei para Finn. Depois olhei para Quinn. Queria me encostar em alguém antes de entrar no palco e não poderia ser em nenhum dos dois. Sobrou Santana.

"Como está?" Perguntei a minha irmã que fazia alguns exercícios de aquecimento vocal.

"Eu vou acabar com eles." A confiança dela era sempre notável nesses momentos.

"Tomara, porque se você vacilar, eu te mato. Eu apostei a minha pele em você!"

"Rachel... relaxa."

Santana seria a voz principal da rodada. Era uma jogada usar a brincadeira "e se Amy Winehouse cantasse Lou Reed no The Velvet Underground" e quem tinha o timbre de voz mais próximo ao que se pretendia era Santana. Claro que a forcei a fazer exercícios comigo todas as noites para melhorar o vibrato e as tremulações.

As luzes piscaram. Sinal de irmos para a coxia o palco. Os meninos da nossa banda já estavam posicionados. A nossa apresentação teria a formação clássica bateria-guitarra-baixo, mas com arranjo um pouco mais pesado e pulsante do que o original. Ato 1: drogas.

Todos correram para as posições iniciais, com Santana à frente e ao centro do palco. Contagem regressiva, os meninos começam a tocar de uma vez. Forma-se uma parede sonora ensurdecedora que vai baixando o volume à medida que a cortina se abre. A iluminação é escura a princípio, com um spot sobre uma Santana vestida com calça jeans, all star preto e camiseta preta regata. O mash-up era a relação do usuário com o traficante. Santana encenaria como se fosse a usuária, enquanto Finn e Noah se revezariam como os traficantes. O resto de nós faríamos os vocais de apoio e o resto da encenação, com se fosse um número de um musical da Broadway, levando em conta as devidas proporções.

"I'm wainting for my man/ 26 dollars in my hand/ Up to Lexington, 125/ Feel sick and dirty, more dead than alive/ I'm waiting for my man". Enquanto Santana cantava a primeira estrofe sozinha, começamos a evoluir atrás. As luzes iam bailando, evoluindo. A parede sonora estava firme, mas sem sobressair-se à voz. Finn e Noah unem-se a minha irmã, revezando-se entre versos da segunda estrofe. "Hey, white boy, what you doin'uptown?/ Hey, White boy, you chasin'our women around?/ Oh pardon me sir, it's the furthest from my mind/ I'm Just lookin' for a dear, dear friend of mine". E todos cantam juntos "I'm waiting for my man".

O coral interfere mais na terceira estrofe, as luzes estão mais claras, brilhantes. "Here He comes, he's all dressed in Black RP shoes and a big straw hat/ He's never early, he's always late/ First thing you learn is you always gotta wait/ I'm waiting for my man". Então entra a segunda música, com arranjo alterado para poder se adequar melhor a primeira canção. Todas as vozes formam uma onda poderosa, estimulante. "We passed upon the stairs, we spoke of was and when/ Although i wasn't there, He Said i was his friend/ which came as some surprise i spoke into his eyes/ i thought you died alone, a long long time ago/ oh no, not me/ we never lost control/ you're face to face/ with the man who sold the world"

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora