29 de novembro de 2012 - Ação de Graças

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26 de novembro de 2012

(Santana)

Por mais que esteja gostando da minha independência em Nova York, era bom demais voltar para a minha casa em Lima e poder ser apenas eu, Santana Berry-Lopez, filha mais velha de Juan e Hiram... e de Shelby, que não tem outra obrigação além de apreciar a casa e descansar. Era apenas a filha, não a chefe de uma família torta que controlava as finanças de todo mundo para conseguir pagar o aluguel, as contas, mercado, e ainda fazer milagre para que tivéssemos condições de, ao menos comprar uma peça de roupa.

Quando meu pai disse que pagaria nossas passagens para Lima para passar a semana de ação de graças, pensei seriamente em recusar por tudo que ele me fez passar. Rachel é que me convenceu de que aquele era um gesto de paz, e que deveríamos dar uma chance ao nosso velho. Bom, aceitei o convite e as passagens. Não quer dizer que eu iria facilitar a vida do meu pai, assim, tão de imediato: meu orgulho vale mais do que passagens aéreas. Quinn também ganhou passagens de lambuja porque Rachel pediu. Aliás, acho que papi aceitaria qualquer coisa que pedíssemos agora que passamos todos esses meses sozinhas em Nova York, provando que não precisávamos dele para sobreviver.

Infelizmente Mike decidiu ficar em Nova York: os pais dele ainda estavam magoados porque ele desistiu de ir a OSU para ser engenheiro. Passaria o feriado de ação de graças com Johnny, Angela e alguns dos amigos do teatro.

Entrar em casa foi sensacional. Beth estava na sala andando com os passos ligeiros e ainda incertos. Estava linda a guria. Abri os braços e dei muitos beijos naquela bochecha fofa. Depois cumprimentei papi rapidamente antes de correr escadaria acima em direção ao meu quarto. Pulei na minha cama, e depois abri os braços e as pernas como se estivesse fazendo anjinhos na neve. A sensação era de pura felicidade que não consegui parar de rir. Estava no meu velho quarto, na minha velha cama grande, e no espaço onde tinha privacidade: algo que se tornou raro depois que me mudei. Nunca imaginei que Losertown pudesse ser tão boa.

"Não quebre a cama!" Shelby apareceu na porta do quarto com Beth no colo. Assustei-me com a intromissão dela, mas não fiquei zangada. Meu humor estava bom demais para ficar com raiva de algo tão pequeno.

"Shelby, se eu soubesse o quanto ia sentir falta do meu cantinho, teria pensado mais vezes em me mudar."

"Dá para ver!" Abriu um sorriso. "Só não deixe o seu pai saber disso."

"Um mundo sem ter que dividir um centímetro que fosse com Rachel!"

Rachel apareceu na porta do quarto e parecia menos impressionada e até ligeiramente ofendida. Claro que disse aquilo para valer. Rachel era um pesadelo como companheira de quarto: sempre reclamando da organização, dos sapatos fora do lugar, das roupas em cima da cama. Mas tinha de aturar. A outra opção era Quinn. Deus me livre. Mike nunca foi uma possibilidade porque isso significaria que Rachel e Quinn estariam livres para ficar que nem dois coelhos naquele apartamento. Isso eu nunca permitiria. Minha irmã podia ter deixado de ser virgem, mas isso não significava que eu tinha de permitir que a nossa casa virasse um puteiro com aquela vampira Fabray sugando a minha irmã como e quando quisesse.

"Se você me odeia tanto, porque continua a dividir o quarto comigo?"

"Porque, minha chatíssima irmãzinha." Levantei-me da minha cama e fui em direção a ela e toquei o meu dedo indicador na ponta do grande nariz dela. "Como sua irmã mais velha é meu dever cuidar de você. O que inclui impedir que você se deixe levar de vez pelas garras de certos abutres."

"Não fala assim da Quinn."

"Eu mencionei o nome dela, por acaso?" Gargalhei. "Cuidado com os atos falhos."

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora