25 de abril de 2010 - Sobre sexo

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(Santana)

Abri os olhos e passei a mão pelo rosto. Tinha consciência de que estava acompanhada, assim como também sabia que dormia nua. Bebi durante a festa, mas não o suficiente para não me lembrar das coisas que fiz. Todas as coisas. O lençol era o único tecido que me cobria e isso me deixou constrangida por estar nestas condições ao lado de alguém que não amava. Sequer tive coragem de olhar para o meu companheiro. Sentei na beira da cama e pisei em algo estranho. Era uma camisinha descartada. Senti nojo. Puck era um nojento que descartava essas coisas no chão em vez de alguma lixeirinha. Até um saco plástico de supermercado poderia cumprir bem a função. Eu podia ser desorganizada com minhas coisas, mas passava muito longe de ser suja e porca.

Comecei a procurar pelas minhas peças de roupa. Achei minha blusa, sutiã, saia e casaco. Nenhum sinal da minha calcinha. Puck deve ter a roubado para integrar uma dessas coleções repugnantes. Ele era um nojento, um cavalheiro porco por assim dizer. Acho que nem seria capaz de trocar os lençóis depois do que fizemos. Coitada da mãe deste indivíduo.

Fiquei num embate interno para ver se usava ou não o banheiro. Devia estar nojento assim como o resto da casa após a festa. Aliás, o que deu na cabeça deste sujeito fazer uma festa entupida de gente numa casa pequena de um banheiro só? Desejo de ser popular? Mas ele já não era? Não pegava todas as meninas? Eu jamais daria uma festa nesses moldes na minha casa com todo espaço que disponho. Entrei no banheiro e procurei me concentrar apenas nos meus negócios. Lavei as mãos e saí o mais rápido que pude. Olhei a bagunça, a quantidade de copos descartáveis pelo chão, salgadinhos, o cheiro de cerveja. Problema dele. Puck que se virasse para arrumar tudo até a mãe dele voltar de viajem com a irmã caçula dele.

Voltei ao quarto. Ainda precisava de uma carona para casa. Ele estava acordado e sorriu quando me viu. Tentava ser adorável comigo, mas eu sabia perfeitamente que era apenas mais um nome na lista dele. Isso me servia de proteção para não me envolver emocionalmente. Ele me ajudou noite passada e foi bom. Fim.

"Bom dia." Disse encostada à porta.

"Dia..." Vi que ele estava esfregando a mão abaixo do ventre. "Santana..."

"Foi uma festa e tanto!" Comentei me sentindo estranha em ver um homem se tocando logo pela manhã.

"Foi sim..." Ele tirou o lençol sem a menor cerimônia, revelando o pênis ereto. "Não acha que se vestiu cedo demais?"

"Não vai rolar." Disse com convicção.

"Você está bem?" Puck me encarou com sincera consideração.

"Estou!"

Sim, estava bem. Foi tudo surpreendentemente bem. Puck me tratou com consideração e fez o trabalho dele direito a ponto de me fazer desejar que as circunstâncias fossem diferentes, de que eu pudesse tê-lo encontrado em vez de Andy Mastrantonio, embora ainda preferisse que Brittany tivesse sido minha primeira. Era quem eu amava, afinal.

"Foi uma baita festa." Comentei mais uma vez. Não tinha muito assunto com ele.

"Não quero nem ver o estado da casa." Ele passou a mão pelo rosto. "Dá preguiça só em pensar que tenho de arrumar tudo antes que minha mãe e minha irmã cheguem hoje à noite."

"Bom... eu não ia oferecer a minha ajuda..."

"Está tudo bem. Já estou acostumado! Se bem que você poderia fazer um favor?"

"Já disse que não vai rolar."

"O que foi? Se me lembro bem, você gostou do puckssauro ontem."

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora