31 de outubro de 2015 - Halloween

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27 de outubro de 2015

(Quinn)

"Foi assustador!" Disse ao telefone. "Santiago estava lá comigo e as pessoas pareciam muito simpáticas, só que minhas pernas tremiam."

"Não deve ter sido tão ruim."

"Eu me atrapalhei por completo. Parecia que tinha esquecido tudo. Fiquei quinze minutos olhando para a tela do computador tentando me lembrar como tratava uma foto. Era algo simples para web que eles precisavam 'para ontem'. Quase entrei em pânico."

"O que você fez para se acalmar?"

"Primeiro eu terminei a foto sob olhar desconfiado do meu coordenador, depois pedi para uma colega me explicar onde ficava a máquina de café."

"Oh, Quinn..." Ouvi a risada gostosa. "Você não pode tomar café. Fica hiperativa se tomar demais, e café te dá insônia após as cinco da tarde."

"Depois das cinco? Mesmo?" Gargalhei. Era bom ouvir os detalhes das observações de Rachel. "Não eram cinco da tarde, então acho que não terei insônia nesta noite. Mas tomei um copo cheio e só então consegui retomar o controle. Voltei outra e tratei as outras fotos. Ninguém ficou impressionado. Pelo menos fiz o que tinha de ser feito."

"O que você fez mais?"

"Ainda estou me familiarizando com o ambiente e o coordenador não quis me atolar de coisas, em especial depois do meu início inseguro. Então, basicamente, aprendi como funciona a organização burocrática dentro do departamento de fotografia. Coisas da agenda, divisão de tarefas, escalações. O maior volume é o da publicidade, por isso a equipe fixa se dedica mais a ela. Foi quando comecei a entender certas queixas de Santiago."

"E quanto aos filmes? E aos seriados?"

"Aí é que está. A Bad Things trabalha com contratos temporários para os filmes e seriados. Pelo menos uma boa parte é. Pelo que entendi, estão construindo um pavilhão de estúdio em New Rochelle para seriados e ocasionalmente filmes porque isso poupa orçamento no futuro do que usar e alugar locações como é feito hoje. Se isso acontecer, há uma boa chance da equipe fixa aumentar e ser deslocada para New Rochelle. Mas, por hora, acho que vou ficar na publicidade. É onde os estagiários atuam mais."

"Isso é uma pena."

"Envolve filmagem de qualquer forma. Há muitas histórias lá dentro de pessoas que cresceram na empresa e hoje só se dedicam aos filmes. Então vou me manter otimista. É uma oportunidade."

"É bom te ver assim..."

"Assim como?"

"Esperançosa, animada. Fazia algum tempo, Quinn. É bom ver você se preocupar mais em fazer o que te dar prazer e menos com o dinheiro."

"Para ser sincera, ainda me preocupo com dinheiro. As coisas aqui estão apertadas."

"Mas você não deixa de viver."

"Verdade!" Tinha leve impressão aonde Rachel queria chegar. Às vezes ela reclamava por eu trabalhar demais e me esforçar demais entre faculdade, emprego e freelas. Mas eu fazia de tudo para, no mínimo, não ser um peso na vida dela. Para que ela jamais tivesse que fazer nada por mim, financeiramente falando, por necessidade. E também fazia por mim, por meu orgulho. "Lembra muito aquele nosso início na cidade, menos as incertezas. Quer dizer, elas sempre vão existir, mas são diferentes. Hoje estão menos traumáticas."

"Elas foram traumáticas algum dia?"

"A gente não sabia se iria comer na semana seguinte."

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora