25 de abril de 2012 - Planos

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(Rachel)

Sabe quando falam de que o casamento esfriou, ou mesmo o namoro? Em geral, as pessoas relacionam isso à queda da frequência sexual com seus respectivos parceiros a ponto de isso virar um problema. Eu não era sexualmente ativa, mas do meu jeito poderia dizer que meu namoro com Finn esfriou. Já não o beijava com o mesmo entusiasmo, ou contava os minutos para ficar com ele, conversar com ele. Evitava, inclusive, de convidá-lo a ir a minha casa e passar uma horinha no meu quarto quando meu pai não estava e Santana prometia não perturbar (desde que eu me comportasse).

A culpa de tudo isso atendia pelo nome de Quinn Fabray. Ela não saía da minha cabeça, atrapalhava o meu sono e despertava coisas em mim que não entendia. Procurava ficar longe dela, mas não conseguia. Não era por causa das classes ou do coral. Buscava a simples companhia em que poderia conversar sobre pequenas coisas. Era mais fácil ficar na companhia dela, conversar com ela do que com Finn.

Quinn não forçava as coisas e também não fazia um único comentário sobre os momentos em que a gente se beijou. Se tocasse no assunto, ela simplesmente sorria e falava de outra coisa. Acho que era porque ainda estava com Sam e eu tinha Finn e talvez não acreditasse que uma relação com uma garota fosse algo digno de investimento. Sobretudo por ser uma Fabray. A questão também me envolvia. Será que eu queria um relacionamento com ela? Será que era interessante me deixar envolver por alguém que bagunçava tanto com meus sentimentos?

"Muito bem, pessoal." O professor Schuester entrou na sala. "É hora de começarmos a planejar nosso repertório para as nacionais. Lembrando que a competição acontece em três dias, dois eliminatórios, e precisamos aprontar no mínimo seis números. Alguma sugestão?"

"Podemos fazer uma homenagem aos rappers, já que estaremos em Nova York." Artie opinou e teve apoio de Mercedes.

"Ok, mas se a gente fizer isso, mais da metade do coral vai ficar sem função." Quinn bronqueou. "Além disso, todas as vezes que fazemos rap, o resultado é desastroso. Branco demais. E Mercedes é muito doce para fazer as vezes de uma Lauren Hill... ou Nicki Minaj."

"A gente pode fazer músicas inéditas." Finn sorriu. "Deu certo nas regionais e pode dar certo nas nacionais. Essas músicas mostraram quem somos."

"É uma boa idéia." O professor sorriu.

"Não sei se é bem por aí." Santana protestou. "Rachel e Quinn passaram mais de uma semana para aprontar uma música passável. A gente fez cinco canções horríveis antes de compor coletivamente uma levada pop barata exaltando o nosso lado loser. Isso porque a banda fez o favor de elaborar um arranjo em cima da hora. Agora você diz que precisamos de seis números? Como vamos compor algo decente em duas semanas e ainda concorrer com outros times fortíssimos que vão apresentar músicas conhecidas para ganhar o público e o júri?"

"Respira, Satan, você não é Rachel!" Kurt ironizou. Ele estava de volta a McKinley após um breve período em Dayton.

"Graças a deus, Prancy Smurf." Ela respondeu com a rispidez de sempre. "O que digo é que fazer um set inteiro de músicas inéditas é arriscado. A gente diz as palavras que saem no nosso coração e de todas as metáforas bonitas que conseguirem pensar. Tudo iria por água abaixo com o primeiro que cantar qualquer coisa da Madonna ou que figura atualmente na Billboard."

"Você está sendo pessimista, como sempre." Finn rebateu.

"Estou? Então que tal você fazer as seis músicas e provar que estou errada, moobs. Aliás, se você tiver a capacidade de fazer uma única que preste até amanhã, dou o meu braço a torcer."

"Não vou entrar no seu jogo."

"Então você admite que não pode." Santana gesticulou com os braços. "Há mais alguém aqui que consiga fazer isso? Inventar seis músicas, fazer o arranjo e fazer todo mundo ensaiar em exatamente em 15 dias?" Ninguém se manifestou. "Foi o que pensei. Mais uma vez o professor Schuester deixa tudo em cima da hora para montar um set às vésperas porque somos todos coração. Desculpe. Não vai acontecer desta vez."

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora