JOPOK | Namjoon [BTS]

1 하나 • HANA

Alguns os chamam de Geondal, outros de mapia, mas eles se autodenominam Jopok, membros de facções que controlam todo o crime organizado da Coreia do Sul. É uma máfia organizada, dividia em clãs e muito bem estruturada. Possuem rivalidade com a Yakuza japonesa e com a Tríade chinesa. Bem, com essa última, a rivalidade é bem maior...

Quem olhasse de fora para dentro da cafeteria dos Kang, diria que ela estava cheia de clientes. Mal sabiam os frequentadores que ela estava servindo de palco para um dos encontros mais tensos dos últimos anos, pois não era sempre que os herdeiros dos maiores clãs rivais se encontravam. Os dois homens sentados frente a frente, em uma mesa no fundo do local discutiam sobre o crime organizado, enquanto seus comparsas, armados até os dentes, ocupavam todas as outras mesas. O clima era tenso e ninguém tinha a certeza que sairia vivo dali, bastava um gatilho ser disparado que a chacina começaria. Não sobraria nem para o velho Kang, que tremia ao digitar uma mensagem de despedida para a esposa no velho celular, já esperando o pior.

- Qual é, Jonnie boy. Você achou mesmo que ia ficar assim depois de ferrar com meus negócios? - O platinado alisava a borda da xícara de café enquanto o outro platinado bebericava o seu. Quem não os conhecesse diria que eram irmãos, porém um era Jackson Wang do maior clã da Tríade chinesa, o Wang-Wu, e o outro era Kim Namjoon, do clã Bangtan-Sonyeondan, o maior dentre todos os clãs coreanos.

- Eu já te falei Jackie, não fomos nós que denunciamos teus esquemas, mesmo querendo muito te ferrar. - O mais alto dos dois falava com a maior paciência do mundo, não fazendo jus a sua fama de impaciente e sádico. - Teu fornecedor de putas não sabe de nada? Sabia que ele pediu refúgio para o clã coreano-americano? Para ele e para aquela japonesa?

O chinês parou de alisar sua xícara e se recostou na poltrona, suavemente. - Heechul? Não. Ele acabou perdendo muito dinheiro com a batida e quase levaram a Momo presa. É um covarde. - Jackson sabia que o cafetão poderia ter envolvimento com a operação policial que desmembrou um de seus maiores ganha-pão, o tráfico de mulheres japonesas para o mercado sexual asiático. Porém acreditava que, por ter pedido asilo com um aliado do Bangtan, o próprio clã estava com influências na operação.

- Heechul era teu fornecedor... Mais uma traição, Jackson? - Namjoon sabia como tocar na ferida mal cicatrizada da Tríade chinesa, aquela que acabou culminando com o assassinato do líder deles.

- Mais um motivo para achar que vocês estão envolvidos nisso. Não é como se vocês quisessem o nosso bem, né? Desavenças passadas voltam a tona a qualquer instante. E pensar que eu ainda dou chances para fornecedores coreanos. - O desdém do chinês era nítido. Odiava ter que negociar com coreanos, porém sabia que os melhores fornecedores eram eles.

- Assumindo que somos os melhores? Quem diria... - Pela primeira vez desde que sentaram para ter a conversa, o coreano se permitiu rir.

- Não fode, Namjoon. Heechul só é bom no que faz por causa daquela prostituta que chama de esposa. Se ele não tivesse ela, ia ser um merdinha igual a você. Justamente por isso eu acredito que ele não teria capacidade de foder o esquema sozinho. Ele teve ajuda e quem melhor para ajudá-lo do que o Bangtan? - Jackson tinha certeza que os coreanos estavam metidos com a operação e não deixaria barato, seu clã exigia que ele tomasse alguma atitude.

- Muito obrigado pelo elogio, mas acredito que o Heechul não seja tão burro assim como você diz, Jackie. Não esqueça que a prostituta que ele chama de esposa é e sempre será uma Yakuza. Talvez você esteja reclamando com os vizinhos errados. - Namjoon era certeiro em seu discurso, pois notou o semblante de Jackson mudar.

A Yakuza castigava famílias que deviam e não pagavam, sequestrando as filhas e as traficando para o mercado sexual chinês, em troca, a Tríade fazia o mesmo com as chinesas. Essa era uma das poucas "alianças" que os clãs mantinham, mas que acabou sendo quebrada por um coreano vendido.