2 둘 • DUL

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Ana andava para um lado e para o outro, na pequena sala de seu apartamento. Olhava para o homem desacordado em seu sofá e lembrara de como o encontrara dentro da caçamba de lixo, todo sujo e extremamente ferido. A primeira coisa que fez foi ligar para o serviço de emergência, porém o atendente mal educado se recusou a receber o chamado, por pensar que se tratava de um mendigo dormindo.

O homem estava bem vestido e Ana sabia que não se tratava de um mendigo, juntou todas as forças que tinha e conseguiu com muito esforço o tirar de dentro da caçamba. Pegou o carrinho de mercado que os moradores utilizavam para carregar lixos maiores e o levou até seu apartamento. Lá resolveria o que fazer com o homem, só pensava que não o poderia deixar ali.

Escutou a campainha tocar e foi atender, sabendo já que se tratava de Seokjin. O ligou desesperada, pois sabia que o colega e amigo pessoal a ajudaria em que precisasse. Jin entrou preocupado e acompanhando de um outro rapaz, que Ana não conhecia.

- Oi gatinha. Eu vim o mais rápido que pude e não consegui trazer o Jimin. Não sei onde aquele ser se enfiou, mas eu trouxe outra pessoa de confiança para ajudar. Esse é o Taehyung, meu primo e Tae, essa é a Ana, minha amiga que te falei. - Ana encarou o rapaz a sua frente, era quase da altura de Jin, tinha ombros largos que nem o amigo e era tão bonito quanto. A genética da família era boa, pensou.

- Olá, Ana. - O rapaz se limitou a dizer, pois teve a atenção desviada para o homem desacordado no sofá. - Primo, eu conheço esse homem, ele é Kim Namjoon.

A expressão no rosto dos homens fez com que a brasileira pensasse que, talvez não tivesse sido boa ideia ajudar o tal Kim Namjoon. Porém, iria contra os princípios dela, pois não o deixaria dentro da lixeira para morrer.

- Eu preciso de uma agulha, linha, tesoura, panos limpos e um balde com água. Consegue para mim, Ana? - Taehyung falava enquanto se ajoelhava em frente à Namjoon e colocava a mão em sua testa para ver sua temperatura. - Ele está com febre.

Ana correu para pegar o que precisava, com a ajuda de Jin e pôs-se ao lado dele, esperando alguma outra ordem do rapaz. Taehyung cortou a camisa branca e a calça do homem, o deixando apenas de cueca.

- Ele tem um corte profundo no ombro, um tiro de raspão no braço, outro na cintura e um machucado na cabeça. Ele tem sorte de estar vivo ainda. - Comentou enquanto limpava o sangue do corpo do mafioso, para poder sutura-lo depois.

- Ele vai ficar bem? - A brasileira estava ansiosa, mas não sabia o por quê. Só queria que o homem ficasse bem.

- Tae é bom nisso. Não se preocupa. - Jin tentava acalma-la, mas nem ele mesmo conseguia fazer isso. Pensava na ironia do destino que era a amiga recolher do lixo justamente um dos piores gângsters da Coreia. Não sabia se era sorte ou azar, somente que deveriam salvar a vida dele, pois seria difícil explicar as autoridades sobre um Bangtan morto no sofá do apartamento de uma estrangeira.

- Eu sou bom em desenhar roupas e não costurar pessoas. - O mais novo dos três homens ali presente falava enquanto preparava a linha e agulha para começar a sutura. - Meu pai que é o médico e não eu.

- Ele costurava os mortos que o pai abria quando dava aula de anatomia humana na Universidade de Seul. Ganhava dez mil wons para cada morto remendado. - Jin falava baixinho. - Costurar mortos e vivos é a mesma coisa, tá tranquilo. - O coreano dava seu melhor sorriso motivador a brasileira, que olhava chocada para a cena. 

Taehyung levou um tempo até realizar todas as suturas necessárias. Nesse tempo Jin foi até uma farmácia e comprou tudo que Ana precisaria para manter Namjoon estável. Quando terminaram tudo, decidiram que era melhor colocar o homem na cama da brasileira, pois no sofá ficaria curvado, atrapalhando a cicatrização das feridas.

JOPOK | Namjoon [BTS]Onde histórias criam vida. Descubra agora