25 스물다섯 • SEUMULDASEOS

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Fazia uma semana que Ana estava trancada em um quarto, em algum lugar da China. Voou de helicóptero com Jackson até um aeroporto clandestino e de lá seguiram de jatinho até o país vizinho.

Última coisa de que se lembrava era de tomar um copo de suco, oferecido pelo mafioso, dentro do avião. Acordou no quarto, sem saber ao certo onde estava. Passou a contar os dias, pela quantidade de ossos de galinha que escondia. Não havia televisão, telefone, papel, caneta ou qualquer coisa que pudesse se distrair.

Recebia comida três vezes por dia, sendo servidas por algum capanga do mafioso. - Bom dia. - Escutou a voz vindo da porta e olhou, vendo o mesmo chinês de sempre. - Senhor Wang deseja vê-la.

Ana retirou as cobertas de cima de seu corpo e foi até o banheiro. - Preciso tomar um banho, quando eu estiver pronta, bato na porta. - Se trancou no pequeno espaço, ignorando qualquer comentário do mafioso.

As paredes do banheiro eram revestidas de bambu, dando um ar rústico ao lugar. Ana sentia o cheiro de ervas no ar e imaginou estar em alguma fazenda no interior da China. Ligou o chuveiro e sentiu a água quente em sua pele. Tomou seu banho rapidamente e vestiu alguma das roupas que haviam deixado para si, em uma cômoda.

Bateu na porta e ela se abriu. Saiu e seguiu o mafioso pelos corredores. Pode observar que o lugar de fato era uma fazenda. Atravessou um pátio central e entrou em outra área, parando em frente a uma porta vigiada por dois chineses armados. O mafioso a abriu e indicou para que ela entrasse. - Senhor Wang logo irá chegar.

Ana entrou no que parecia ser um escritório. Era bem decorado e luxuoso. Viu uma grande escultura presa no teto, toda de madeira, que balançava lentamente ao vento que vinha dos grandes janelões. Foi até um deles e pode ver a vista maravilhosa dos campos de chá.

Caminhou até a outra janela para ver o outro lado, mas algo lhe chamou a atenção. Havia duas estruturas de vidro, como caixas, que protegiam duas estátuas, uma branca e a outra vermelha. Eram cabeças de pessoas e Ana se aproximou mais, vendo o quão detalhadas eram.

- Omma e appa. - A voz de Jackson se fez presente no local.

- São tão reais... - Ana murmurou, observando os fios de cabelo da estátua vermelha.

Jackson riu, sentando em sua cadeira, atrás da grande mesa. - E são.

Ana arregalou os olhos e se afastou.

- Mandei empalhar, mumificar, sei lá o nome correto... - O mafioso ergueu a mão, abanando no ar.

- Por que isso? - Ana não conseguia mais olhar para as cabeças, sabendo que de fato eram humanas.

Jackson se inclinou para frente, deixando as mãos sobre o queixo. - Para que eles possam ver a minha glória.

A brasileira se sentiu mal com o quão mórbido ele poderia ser. - Eles não podem nos ver do paraíso?

- Ora... - Jackson se levantou e foi até as estátuas, retirando a caixa de vidro da mãe e alisando seus cabelos. - Vamos todos para o inferno. Eu, você e eles. - Se referiu aos pais. - Queria eles vivos, mas o sofrimento era tanto...

Ana franziu o cenho. - Desculpe, mas eles morreram por qual motivo? - Estava curiosa sobre aquele homem, não sabia o que esperar dele.

- Eu os matei. - Voltou a colocar o vidro sobre a cabeça e foi até sua mesa, novamente. - Armei para que eles tivessem sido mortos por uma de nossas empregadas, que se enforcou depois. - Fez aspas com as mãos, deixando Ana enojada com tudo que ele estava falando. - Ah e o sofrimento era o meu e não os deles.

A brasileira mal conseguia respirar com as revelações. - O que você quer de mim? - Mudou de assunto, não querendo pensar mais no que ele havia acabado de falar.

JOPOK | Namjoon [BTS]Onde histórias criam vida. Descubra agora