70 - A grande guerra - ato III (✓)

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" Você sabe o que dizemos ao Deus da Morte?

— Hoje não."

Syrio Forel e Arya Stark

***

Os músculos de Jon estavam doloridos e o suor frio escorria por baixo de sua armadura. Ao olhar para o lado, ele viu Fantasma. O lobo se arriscava para protegê-lo, rasgando com seus caninos perigosos tudo que os ameaçava.

Ao tentar ir para o lado dele, Jon foi surpreendido por cinco mortos que pularam sobre seus ombros, jogando-o no chão. Sua espada caiu com o impacto e ele sentiu muitas mãos em seu pescoço, enforcando-o. Sem ter como se defender com a espada, ele arrancou o elmo de aço da cabeça e deu com ele nos crânios dos mortos, ouvindo o som dos ossos se partindo. Depois se ergueu, pegou Garralonga e os cortou em pedaços.

Quando olhou para frente, viu algo enorme correndo em sua direção. Era a aranha negra gigante, com um vagante branco de barbas enormes e olhos azuis montado em suas costas. Jon arregalou os olhos e se virou para o lobo.

— Fantasma! — Gritou ele — Saia!

Ele não obedeceu.

— Saia agora!

Mesmo a contragosto, o lobo recuou, permanecendo alerta e atacando do outro lado os que se aproximavam daquela área. Jon poderia fugir da aranha, mas sabia que ela destruiria o portão do castelo se passasse pelos exércitos. Ele então se preparou, apertou os dedos e firmou a espada. Estava no meio do caminho da besta, vendo como suas oito patas negras corriam e suas pinças batiam, cortando cabeças dos soldados de Jon, deixando um caminho de entranhas esmagadas pela neve. Não era empolgante como nas histórias da Velha Ama, não era nem de longe empolgante.

— Jon! — Gritou Davos, mas ele não ouvia, estava concentrado, sentindo os ouvidos latejarem.

Quando faltava alguns metros e a aranha se preparava para esmagá-lo, Jon pulou para o lado, brandindo sua espada nas patas direitas da aranha, que se desequilibrou e bateu no chão, arrancando a neve e a terra abaixo dela. Com apenas as patas de um lado ela não poderia se erguer e o vagante branco que vinha sobre ela foi lançado ao chão e abatido por Davos.

Assim que esmagou o vagante e deu fim à aranha que ainda se mexia, Davos correu para Jon. Ao se aproximar, colocou a mão em seu ombro.

— Cuide-se, filho. Isso está o caos.

Jon sentiu como se Ned estivesse ao seu lado. O cavaleiro o tratava como um filho.

— Cuide-se também. — Respondeu. Sua respiração estava ofegante e em dois segundos teve de dar adeus, pois os mortos se aproximavam de todos os lados outra vez.

Ele ficou olhando para Davos lutando à distância, pensando que depois que tudo acabasse deveria agradecer a ele, lhe dar um abraço e dizer que ele sempre teria um lugar como seu conselheiro. Todas as conversas haviam sido mais do que algo que se oferece a um Rei, mas algo que um pai oferece a um filho. Davos era solitário, havia perdido os filhos há algum tempo e a dor de seu coração só havia aumentado terrivelmente quando a princesinha Shireen foi queimada viva por Melisandre.

Jon vislumbrou o rosto gentil do Cavaleiro das Cebolas lutando há alguns metros dele. Quando se virou para Jon, após abater vários mortos, os olhos de Davos estavam brilhantes e firmes. Mas sua expressão bondosa se desfez de uma só vez quando duas lâminas de um vagante branco atravessaram suas costas e vararam seu peito.

Final alternativo para GOT (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora