99 - A Grande Guerra - ato IX (✓)

921 104 69
                                    

"Zaldrizes buzdari iksos daor."

Daenerys Targaryen

***

O Rei da Noite, com sua feição demoníaca, seus cabelos brancos e sua pele gélida, encheu de horror os olhos do sofrido povo da Capital. Ele cavalgou para as ruínas da Fortaleza Vermelha à frente dos vagantes brancos, subiu as escadarias, parou e ficou olhando toda a cidade de cima. Teve a visão de seus sonhos: Uma legião de mortos dizimava os cidadãos, perseguindo homens, mulheres e crianças, que gritavam horrorizadas. Os cidadão que caíam sem vida, logo se erguiam com os olhos azuis assassinos.

Alguns muros altos e algumas torres da arruinada Fortaleza ainda permaneciam de pé. Em meio aos escombros havia tesouros, muitos dos quais o povo ainda não havia recolhido, objetos de ouro, de prata e cobre, tapeçarias e armaduras, escudos, espadas, objetos dos Baratheons, dos Lannisters e Targaryens.

Do alto das escadas, o Rei ergueu sua espada de gelo para os céus. Ela brilhava em um tom branco azulado, vibrando de tão gelada. Logo a neve começou a cair com mais intensidade e rodopiar com violência nos ares. O chão congelou sob os pés das pessoas, o ar ficou pesado e a água se tornou gelo nos poços e fontes. O sangue das crianças pequenas, dos idosos e das pessoas de saúde frágil esfriou nas veias, parando seus corações em poucos segundos. Nunca o frio fora tão intenso ali. 

Quando Rhaegal desceu, voando baixo e rugindo furioso, suas garras quebraram casas como se fossem castelos de areia e de sua garganta morta o dragão soltou o fogo mais mortal já visto pelo homem. Tijolos e telhados caíam sobre as cabeças dos humanos, enquanto lágrimas, gritos e orações desesperadas formavam a trilha sonora de desespero na capital.

O Rei da Noite havia tornado aquele dragão forte e maligno, completamente raivoso, como todo ser que despertava da morte. Rhaegal não se lembrava mais de quem era, de sua mãe ou de seus irmãos. Tudo o que ele queria era matar desenfreadamente para aliviar a dor da própria morte.

***

Arya estava em um monte observando a guerra. Seus ombros doíam de tanta tensão e mal conseguia piscar diante do que via. Ao seu lado estava Nymeria, que era mais alta que ela e tinha presas maiores que sua mão aberta. Gendry se aproximou, puxando o cavalo negro pela rédea.

— Está pronta?

— Tenho sempre que estar. — Ela respondeu, lançando um olhar cheio de coragem a ele.

Gendry se inclinou e deu um beijo nela, segurando seu queixo com carinho. Quando se afastou, deu um sorriso preocupado.

— Pode ser o último, não é?

Ela fechou a cara.

— Claro que não. Não seja idiota e fique vivo.

Gendry montou no cavalo e partiu, enquanto Arya encarava os olhos amarelos de Nymeria. A loba se abaixou e Arya subiu nas costas dela, retirando sua espada da cintura.

— Quando tudo acabar, voltaremos para casa. — Disse ela, afagando o pelo da loba — Eu também quero descansar.

Ela segurou no pelo macio e também foi para a guerra. Enquanto a grande loba saltava metros à frente, dezenas de lobos gigantes, seus filhos e netos, surgiam logo atrás. Era a enorme matilha do Norte.

***

Bran foi sobrevoando as cidades do sul dentro de Viserion, lançando fogo sobre cada uma delas. O povo que minguava de fome e de frio, mal via a morte chegar. Em poucas horas havia incêndios em toda Westeros e as esperanças começavam a morrer dentro dos corações.

Final alternativo para GOT (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora