93 - A fúria do Rei (✓)

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"Todos os homens carregam o homicídio no coração."

Meistre Aethelmure

***

Jon caminhava por uma floresta escura com a espada na mão. Estava tendo um sonho lúcido, mas não sabia como acordar. Olhou para os céus e asas mortas bateram na escuridão e um rugido medonho soou, esfriando seu corpo. Jon viu um fogo azul no céu escuro e sem estrelas, saindo da garganta de um dragão da cor do lodo.

— Rhaegal... — Sussurrou para si mesmo.

O dragão desapareceu nos céus e Jon continuou caminhando até chegar a uma clareira. Havia nela uma casa pequena, branca como leite, com uma porta escarlate. Os corvos começaram a se juntar nos galhos, fazendo seus sons irritantes. Então a porta se abriu e de dentro dela saiu uma criança pequena e albina.

— Daenerys? — Pensou ele, observando os cabelos prateados e longos da menina. Mas logo viu que não era a versão infantil de Dany. A criança tinha os olhos cinzentos como os de Jon e segurava uma espada como ele próprio segurava. Era linda e alegre, uma pequena fada dos contos.

Ele se sentiu tomado por uma ternura inexplicável e tentou se aproximar da menina, mas não conseguia sair do lugar. Então olhou para trás e vários olhos azuis o observavam na escuridão da floresta. Eram os Outros, mas eles não se moviam, apenas observavam. Quando voltou a olhar para frente, seu coração bateu com força no peito. A criança estava de pé e ao redor dela havia vários corpos esquartejados. A espada que a menina trazia nas mãos estava ensanguentada e ela estava com um semblante assustado, como se não entendesse o que estava fazendo ali.

— Papai? — Ela chamou, com o rosto choroso.

— Mate-a... — Uma voz sussurrou em seus ouvidos e pareceu familiar — Ou morrerá por ela...

Jon acordou assustado.

— Bran? — Ele perguntou ao vento. 

Jon estava no acampamento, descansando perto de Sam e de outros soldados depois da intensa travessia por Monte Chifre. Se levantou, sentindo o suor frio no corpo e passou os dedos trêmulos pelos cabelos negros.

— O que houve? — Perguntou Sam, despertando assustado, com o sono leve que tinha ultimamente.

— Eu tenho uma filha. — Respondeu Jon sem pensar muito.

— Como assim? Não faltava uma lua para Daenerys dar à luz?

— Não sei o que houve. — Havia um misto de alegria e medo em Jon — Mas eu sei o que digo.

***

A notícia do nascimento de Rhaella correu o continente, chegando aos ouvidos de aliados e inimigos no Sul de Westeros. Quando Olenna Tyrell tomou conhecimento do fato, enviou imediatamente um mensageiro para encontrar Jon e as tropas, mas isso apenas confirmou o que ele já sabia.

— Rhaella — Ele sorriu para o bilhete do mensageiro, sentindo uma imensa alegria transformar seu rosto abatido — Dany havia me dito que gostaria desse nome.

— Você estava certo. — Sorriu Sam, apertando os ombros de Jon — Você tem uma filha! Uma filha, imagina!

Imaculados e dothrakis comemoraram quando souberam e Jon bebeu com eles e comemorou com eles. Ainda assim, havia uma grande tristeza em seu peito. Estava há milhas de distância de Dany e temia nunca ver a filha. Além disso, o pesadelo que havia tido ainda o perturbava.

Naquela mesma noite eles pegaram uma estrada diferente que estava no completo breu. Os cavalos tropeçavam nos galhos podres e afundavam na lama formada pela neve. Quando estavam atravessando um estranho caminho, os nortenhos encontraram algo pendurado nos galhos.

Final alternativo para GOT (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora