"Todos os voos começam com um grande queda."
Corvo de Três Olhos
***
De cima dos muros de Winterfell, Sam e os demais homens viam o fogo arder em várias áreas à longas distâncias. Vez ou outra, vislumbravam as asas majestosas de Drogon, fazendo giros perfeitos no ar e seu fogo que descia cintilando como lava derretida e fumegante. Mais próximo ao castelo estava o caos. Os sons do aço das espadas batendo se misturavam ao de ossos se partindo, de gritos de homens feridos, com pernas e braços decepados, vísceras caindo para fora de suas barrigas cortadas e dentes que eram cuspidos de suas bocas. Era o inferno de gemidos dos que agonizavam solitários até morrer naquela chacina histórica. Quem sobrevivesse àquela guerra, jamais seria a mesma pessoa.
Diferente dos vivos, os mortos e os vagantes brancos não se cansavam, não sentiam frio ou medo, e não se importavam com seus companheiros abatidos. No fim das contas, não apenas o corpo, mas o coração dos humanos se cansava de estar ali. Os soldados não aguentavam mais o que estavam vendo e sentindo.
Brienne e Podrick estavam lutando de costas um para o outro, vendo homens do Norte e do Vale caindo mortos ao lado deles. Em determinado momento, se viram sozinhos entre dezenas de homens assassinados pelos Outros, formando um tapete de cadáveres pelo chão.
— Prepare-se. — Avisou Brienne, empunhando sua espada, a Cumpridora de Promessas.
— Pra quê? — Perguntou Podrick, e a resposta veio rápida.
Os homens mortos começaram a abrir os olhos e lentamente se levantaram para atacá-los. O exército dos Outros estava levando vantagem, pois todos que morriam se juntavam a eles. Havia dothrakis musculosos de pele fria, imaculados de olhos azuis e nortenhos em seus cavalos mortos. Todos que haviam sido abatidos pelos Outros despertavam com olhos azuis, aumentando o exército inimigo. Isso estava enlouquecendo os vivos. Ninguém mais sabia quem era inimigo ou aliado. Vivos acabavam matando outros vivos ou sendo assassinados por mortos que antes eram seus amigos na batalha.
O primeiro dos gigantes a se aproximar do castelo tinha um enorme martelo nas mãos. Era um ser três vezes maior que um homem alto e matava dezenas de soldados de uma só vez. Ele caminhava a passos largos para o portão.
— Podrick! — Brienne gritou ao ver o garoto de costas e o gigante vindo rápido em sua direção.
Ao ouvir seu grito, ele se atentou ao gigante, mas fez um sinal positivo, indo ao ataque.
— Não mandei você ir, idiota! — Berrou ela, enquanto cortava os pescoços de cadáveres ao seu redor.
— Brienne... — A voz rouca soou baixa em seu ouvido e ela se virou de supetão, dando um pulo para trás. Era Jaime Lannister — Você é uma mulher extraordinária, sabia disso? — Então o rosto dele começou a derreter na frente dela. Era assim que seus pesadelos mostravam Jaime morrendo pelo fogo do dragão. Aquele delírio a fez soltar um grito que encheu a noite.
Quando apertou os olhos e voltou a abrir, não havia nada. Estava exausta e o veneno dos Outros começava a impregnar em sua mente. Ela apertou a espada na mão e continuou a lutar, mesmo trêmula, buscando chegar à Podrick.
O garoto estava perto do gigante quando ele tentou agarrá-lo pelo pescoço. Mas Podrick desviou, lutando com ele. Foi quando Tormund apareceu, rosnando como um segundo gigante. Mas, mesmo quando Brienne se juntou a eles, as coisas não ficaram mais fáceis.
— Eu ouvi seu grito. — Disse Tormund, com uma intimidade que não tinha, enquanto desviava do gigante como se estivesse brincando com ele.
Brienne fez um gesto de estranheza e desdém, mas não o ofendeu. Era preocupada e acanhada demais para isso. Quando se deu conta, o gigante estava erguendo Podrick, segurando-o pelas pernas e pescoço.
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Final alternativo para GOT (concluída)
FanficVocê também odiou o final de GOT? Então venha aliviar seu coração com esse final alternativo. Essa história é sobretudo para os fãs de Daenerys Targaryen, mas todos os personagens tiveram seus destinos reformulados. Busquei ser o mais coerente e fi...