103 - Epílogo (✓)

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"Princesinha, aí está você! Venha até mim, minha querida, você está em casa agora, você está segura agora."

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"Alguns dizem que a Era dos Dragões foi uma lenda, assim como a Rainha que havia dado à luz àquelas feras. A história sobre um ser maligno feito de gelo, que erguia os mortos do chão, também se transformou em uma canção de ninar infantil, assim como a história de um homem com espada feita de fogo, retirada coração de sua amada. A Canção de Gelo e Fogo foi narrada por séculos, em mil versões diferentes."

Palavras das Antigas Escrituras

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O início daquele tempo foi marcado por uma intensa labuta, algo que encheu os humanos de calos, rachaduras nos pés e olheiras profundas. No primeiro ano, as pessoas choraram seus mortos e recolheram seus últimos bens, encontrando outros modos de recomeçar. No segundo ano, os povos simples voltaram a orar, a formar lares e criar animais enquanto os lordes se assentavam, retomando de vez as rédeas de seus territórios. No terceiro ano, todos respiraram um ar mais leve, vendo novas casas e templos erguidos nas cidades e vilas, ainda que os pesadelos assombrassem as suas crianças traumatizadas. No quarto ano, a neve estava branda, os ventos frios amenizaram e todos esperavam ansiosos pelo prenúncio da primavera.

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Westeros

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Bela e farta, a Campina progredia, assim como todos os reinos do Sul sob a proteção dos Targaryens. Em Monte Chifre, Samwell Tarly liderava com sabedoria, mas não tinha paz em seu coração. Sua mãe e irmãs amavam seu filho e o tratavam com carinho, mas não perdoavam Sam por ter matado o pai. Ele mesmo não se perdoava, mas seguia a vida pensando sobretudo em criar seu menino até que ele tivesse idade para ser o lorde daquelas terras.

- O que fará depois? - Jon havia perguntado a ele.

- Vou fazer o que sempre quis e que meu pai não permitiu. Vou voltar a estudar para me tornar um bom Meistre.

Olenna Tyrell permaneceu em Jardim de Cima. Se reunia com Daenerys a cada duas luas, quando a Rainha voltava de Essos para ver a filha e também o reino. Nesses dias, as duas conversavam bastante e a velha senhora a deixava a par de todos os acontecimentos.

Tudo estava indo bem, porém, a solidão era traiçoeira para Lady Olenna. Ela vivia por se perguntar o motivo de ter sobrevivido apenas para ver os dias passarem tão vazios. Terminava a vida sem família, olhando pela janela de seu belo palácio e para suas rosas colorindo os jardins de seu castelo.

- Mão da Rainha. - Ela ria solitária - Nem pegando essa merda de função eu consigo morrer.

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Theon Greyjoy havia deixado as Ilhas de Ferro nas mãos da irmã e ficado ao lado de Sansa em Winterfell. Queria apenas protegê-la, mas a Rainha do Norte pediu que fosse sua Mão, seu homem de confiança, seu amigo, seu irmão para a vida inteira.

- Eu não mereço.

Sansa segurou a mão dele nas suas.

- Todos tivemos uma nova chance, Theon. Por que você não teria?

Ainda que sentisse que não era merecedor, ele aceitou e permaneceu ao lado dela. Era um homem esfolado e, por isso mesmo, um tanto sábio e um tanto doente. Todas as noites se perguntava o motivo de não ter morrido, mas durante o dia, quando via o sol nascer, recobrava as forças e recomeçava.

Final alternativo para GOT (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora