73 - A Grande Guerra - ato VI (✓)

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"O coração mente e a cabeça brinca conosco, mas os olhos parecem verdadeiros."

Eddard Stark

***

O próprio cheiro do ambiente dentro do salão estava mudando, o frio estava aumentando e os arrepios estavam permanentes no corpo. Gilly abraçou o filho apertado.

— Os Outros estão vindo. — Pensou.

Sentada entre várias outras pessoas comuns e amedrontadas, ela olhou para Lady Sansa e Lorde Varys conversando. Imaginou o que passava por suas mentes. Se eles fariam algo para salvá-los.

— As passagens secretas podem ser reais. — Ouviu Sansa dizer a Varys.

— E podem não ser.

Os dois estavam muito mais próximos nos últimos tempos, conversando secretamente pelo castelo vazio. Uma dessas conversas foi a respeito de como fugiriam caso os mortos invadissem Winterfell.

— Temos que tentar, Lorde Varys. — Insistia Sansa — Winterfell é imensa e muito antiga. Mesmo que as passagens não existam, nós podemos adentrar cada vez mais e nos esconder no alto das torres ou no bosque sagrado.

— A céu aberto? — A ideia assustou Varys — Isso é loucura, milady.

— Se quiser ficar, fique. — Disse ela, se levantando, impaciente — Temos que tentar sobreviver e aqui não sobreviveremos.

Gilly viu quando Sansa se aproximou e avisou o povo de seu plano, depois fez com que abrissem a porta do imenso salão. Quando saíram para o corredor, uma centena de pessoas estava acompanhando Lady Sansa. Gilly notou que ela parecia aborrecida ao ver que a maioria ficava para trás. Mas Sansa não os culpava, o que estava fazendo era tão incerto e perigoso quanto permanecer ali.

A Lady de Winterfell foi à frente, liderando as pessoas pelos corredores. Gilly viu que ela estava com uma adaga bem firme na mão e ficou se perguntando se ela saberia usá-la quando precisasse.

— Como eles devem se parecer? — Pensava Sansa — A Velha Ama dizia que eram branco-azulados, frios e cristalinos.

A respiração de Sansa começou a ficar densa no ar e foi nesse momento que ela parou de correr. Estava certa de que algo apareceria, então segurou a adaga com as duas mãos. Ela ficou à espreitar a escuridão à frente e quase a enfiou em Brienne, quando esta apareceu correndo do lado oposto, mas a mulher segurou seu pulso com facilidade antes que a lâmina chegasse perto de seu estômago.

— O que está fazendo? — Perguntou ela, soltando a garota respeitosamente — Não é seguro aqui, Lady Stark.

— Nos salões também não é!

Brienne sabia disso. Realmente não achava seguro e por isso estava indo para lá.

— Não sigam para a ala leste, foi por lá que os Outros entraram. — Disse Brienne — Estão quebrando as portas e passando. Precisamos correr ou nos alcançarão.

O queixo de Gilly tremeu ao sentir os bracinhos de seu filho ao redor do pescoço, mas continuou a seguir as duas pelos corredores. Brienne com sua armadura e enorme espada, e Sansa com seu delicado vestido e uma pequena adaga. A vontade de viver, contudo, parecia idêntica em ambas.

***

Bran estava sob o represeiro, sozinho e imperturbável pelo caos que ocorria do lado de fora. Sua mente estava dentro de Viserion e ele seguia muito perto de Daenerys, ainda que ela não o percebesse.

Final alternativo para GOT (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora