Final alternativo para GOT (concluída)

17 - Fogo e sangue

"Eu escolho violência."

Cersei Lannister

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Daenerys pairou acima das nuvens, ouvindo a própria respiração aflita. Não havia sequer um barco no oceano, apenas a fumaça negra e as chamas das madeiras que ainda flutuavam após o embate. Não havia homens vivos à vista e nenhum sinal de seu filho Rhaegal. Ela esperou e esperou, mas por mais que quisesse acreditar, ele não voltaria, ele jamais voltaria daquelas águas.

Rhaegal, seu dragão de escamas verdes, tão verde escuro, cor de musgo da floresta profunda. Seu filho, pensava ela... Jamais o veria outra vez. Estavam apagados, os olhos de seu filho, eles não brilhariam mais em sua direção. Sua chama laranja e amarela, atravessada por fios verdes, jamais voltaria a ser vista, jamais aqueceria outra vez aquele mundo.

Mesmo trêmula e desesperada como nunca havia ficado na vida, Daenerys fez Drogon sair dali e Viserion a acompanhou. Eles foram rumo à Porto Real ao som de rugidos de lamento e lágrimas salgadas da Mãe de Dragões. Daenerys nunca havia se sentido assim, nunca havia experimentado uma dor tão lancinante. Estava furiosa, mas desorientada, perdida diante de algo que nunca pensou que pudesse acontecer. Seus dragões lhe pareciam invencíveis, eram seu tesouro, seu motivo para seguir, eram toda a força de seu espírito.

— Vamos... — Ela apertou os dedos trêmulos nos chifres de Drogon — Vamos, temos que continuar...

Porto Real era uma cidade protegida por muralhas e superpovoada, com muitas pessoas vivendo no luxo e outras em total miséria. Na época da Rebelião de Robert havia cerca de meio milhão de pessoas vivendo ali. Seus problemas se resumiam na grande escassez de alimentos, sendo dependente de outras regiões para ser abastecida, além da constante chegada de refugiados, que buscavam proteção das enormes muralhas que cercavam a cidade. Muralhas que, no entanto, não tinham como deter os dragões.

Havia outros soldados de Cersei com balistas nas muralhas, mas antes que conseguissem carregar as imensas armas, Drogon e Viserion transformaram tudo em cinzas. Os gritos dos mortos carbonizados eram música para seus ouvidos, e Daenerys continuava a derramar o sangue deles e a batizá-los com a fúria dos dragões.

Os imaculados e dothraki estavam a postos atrás dos muros da cidade quando ouviram o temido e empolgante som dos dragões ao longe. O chão pareceu tremer e os dothraki sorriram ao ver a Khaleesi derrubar tudo nas costas dos soldados de Cersei, atravessando os muros com os dois imensos dragões. Era a ordem para atacar. Eles levantaram suas espadas e lanças e partiram para o seio da cidade.

Jon e Davos estavam atônitos a observar tudo de longe.

— Ela vai incendiar tudo. — Jon estava aflito. Nunca havia visto Daenerys e os dragões em batalha e não havia nada mais aterrorizante aos olhos. 

Quando a maior parte dos soldados de Cersei estavam mortos, fosse por lanças ou fogo, Daenerys pousou com Drogon na torre mais alta que encontrou. O dragão rugiu furioso e suas enormes garras despedaçaram os tijolos sob suas patas. Os exércitos pararam imediatamente ao vê-la e um silêncio tenebroso se abateu na cidade. Eles estavam preparados para o que viria, pois sua Rainha havia lhes dado ordens para aquele momento.

— O que ela está fazendo? — Davos franziu a testa e se inclinou para frente. Do alto daquele morro, sentia-se assistindo ao maior torneio do universo, com um lado muito mais poderoso que o outro.

Foram três explosões primeiro, depois ficou impossível contar. Fogo verde era visto em vários pontos, emergindo com força total. Mais dois, três, quatro... A cidade estava sendo incendiada pelo fogo vivo, o maldito líquido que não apagava.

— O que é isso? — Perguntou Jon, assombrado — O que está acontecendo?

— É fogovivo. — Respondeu Davos em desespero — Uma fina camada dele pode queimar por uma hora. Cersei não se renderia tão fácil.

— Ela está matando seu povo.

— Eles nunca foram seu povo.

Daenerys observava o som das pessoas a gritar desesperadas. Os túneis secretos da cidade haviam sido explodidos. Essa era a armadilha de Cersei para incriminá-la, mas principalmente para destruí-la quando os imaculados usassem as passagens subterrâneas. Cersei Lannister sabia de seu plano e essa era a prova de que Daenerys tinha um traidor ao seu lado.

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Nota: Cersei não se renderia sem matar, então temos aí um pouco de morte com fogovivo. Ela soube da invasão de Daenerys e botou fogo nas passagens secretas, destruindo uma boa parte da cidade. Daenerys também sabia das consequências, mas não iria desistir por conta delas como na série, né? Fogo e sangue, uai.