75 - A Grande Guerra - ato VIII (✓)

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"Meu grande urso, pensou Dany. Eu sou sua Rainha, mas serei sempre também sua cria, e ele sempre me protegerá. Fazia- a sentir-se segura, mas também triste. Desejou poder amá-lo mais do que amava."

Daenerys Targaryen

***

Sor Jorah estava correndo no caos. Desejava descansar como não se lembrava de ter desejado na vida. Havia protegido sua Rainha no deserto e continuava ao seu lado agora em Westeros como o faria até a morte, mas estava cansado. Sentia-se como alguém que andou muitas horas até sua casa e agora tem vontade de banhar-se e descansar em uma cama quente.

Daenerys era tudo que lhe mantinha vivo. Doía-lhe vê-la com Jon. Desejava que o filho no ventre dela fosse seu e não dele, mas não ficava infeliz por ela. Sua Rainha merecia a felicidade que nunca experimentara.

— Eu sou um homem de meia-idade, sozinho e desonrado. — Dizia a si mesmo todas as noites — Que minha miserável vida ao menos sirva para protegê-la.

Ele chegou próximo ao castelo, junto de um grupo de dothrakis e imaculados. Ficou assombrado ao ver Daenerys ao lado de Jon, lutando contra os mortos. Eles se defendiam, suavam, se protegiam mutuamente. Jon estava exausto, desesperado e enlouquecido, mas não deixava que nada se aproximasse dela, que nada a machucasse.

O instinto de Jorah o fez correr até lá. Os soldados da Rainha o seguiram e se puseram a eliminar as criaturas da noite.

Quando tudo estava mais calmo, ele se aproximou do casal, vendo que Jon parecia nervoso.

— Precisa ir! — Insistia Daenerys — Seus irmãos e seu povo precisam de você lá dentro.

— Você também precisa de mim!

— Nada vai me acontecer! Sor Jorah estará comigo.

O cavaleiro respirou fundo, ouvindo o tilintar de espadas, sentindo o cheiro de madeira e carne queimada. O ar era a mistura dos ventos gelados do inverno com o sopro aquecido do fogo de dragão. Apesar do desespero, a fala de Daenerys o consolara.

— Sim. — Pensou ele — Sempre estarei, minha Rainha.

Apenas Jorah poderia entender a angústia no rosto de Jon ao deixá-la ali. Porém, Daenerys estava agora entre centenas de homens dispostos a dar a vida por ela, homens que sorririam pela eternidade se tomassem uma lança no peito para proteger a Mãe dos Dragões, a quebradora de correntes.

— Mas apenas eu a conheço. — Pensava Jorah — O que eu vi naquele deserto, criatura nenhuma no mundo jamais verá.

***

Jon correu com o coração batendo forte. Não sabia se voltava ou se continuava a correr para dentro do castelo. Ao seu lado, seu pobre lobo também corria. Há horas ele havia deixado de ser branco. A fumaça e o sangue estavam grudados em seu pelo amarrotado. Fantasma mancava e tinha uma orelha rasgada, mas prosseguia ao lado de Jon, fiel como sempre seria.

Eles passaram pelo pátio de Winterfell. Havia homens caídos para todos os lados, muros arrebentados e fogo, muito fogo e sangue para onde se olhasse. Ao entrar, Jon sentiu o ar diferente. Não era seu lar de tantos anos, eram um covil dos Outros.

Ele se aventurou pelos corredores perigosos com a espada em mãos, cortando o pescoço de tudo que se movia nas sombras. Correu rápido até ouvir o choro de uma criança e parar, tentando perceber de onde vinha. Então seguiu o som até encontrar Sam. A cena tenebrosa embrulhou seu estômago. Ele e o menino estavam ao lado do corpo de Gilly, que tinha a cabeça cortada. Estavam ambos sujos do sangue dela.

Final alternativo para GOT (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora