Final alternativo para GOT (concluída)

90 - A honra da loba (✓)

"O Rei Jaehaerys disse-me um dia que a loucura e a grandeza eram dois lados da mesma moeda. Disse que sempre que um novo Targaryen nasce, os deuses atiram uma moeda ao ar e o mundo segura a respiração para ver de que lado cairá."

Sor Barristan Selmy

***

Sansa caminhou pelos corredores de Winterfell com a carta apertada entre os dedos. Estava em busca de Bran, pois precisava dividir com o irmão o conteúdo daquele corvo vindo do Sul. Ela o encontrou em uma sala mal iluminada, imóvel e em silêncio, como sempre o encontrava. Mas ao ver Varys de pé ao lado de uma janela, escondeu a carta nas mangas do vestido.

— O que tanto observa, lorde Varys? — Sansa deu uma olhada no irmão enquanto se aproximava sorrateiramente da janela em que Varys se encontrava, vendo que Daenerys caminhava lá fora, falando com os homens.

— Uma grande mulher é o que eu observo. — Disse ele — Grande, realmente, mas que pode morrer como uma mulher comum, em uma cama de sangue.

Aquilo deixou Sansa assustada. De fato havia um grande círculo escuro em volta dos olhos da Rainha, uma marca que Varys vinha observando se formar desde que a Longa Noite se iniciou em Westeros há muitas luas. Ele podia sentir o cheiro da morte quando se aproximava dela e notar todo o aspecto do terrível destino que teria sua gestação.

A barriga que ela exibia já estava grande e bonita, e faltava apenas uma lua para sua hora. No entanto, ela não estava suportando mais o frio e a Noite. Estava inquieta e também irritada pelo sumiço dos Greyjoy e pela falta de notícias da Capital. Estava sempre andando de um lado e outro, dando comandos aos homens, auxiliando o povo nortenho e tentando proteger Drogon do frio que também o castigava.

— Ela não está bem. — Lamentou Sansa, também observando Daenerys e temendo que ela fosse realmente repetir a história de Lyanna Stark — Ela tentou ir embora há alguns dias, mas Drogon não está voando mais. Pediu aos homens que acendessem fogueiras ao redor dele e para deixarem sempre comida à disposição. Quando ele melhorar, ela vai embora de qualquer jeito.

— Ele não vai melhorar, milady. Nada tem adiantado. — Varys balançou a cabeça e se virou para olhar Sansa — O dragão negro está morrendo naquela caverna e o dragão dourado desapareceu outra vez.

— Daenerys disse que Viserion sempre tentava ir embora, mas que Drogon o buscava de volta. Há algo com ele... — Sansa se virou para Bran, que seguia silencioso atrás deles — Algo que o afasta daqui.

O Corvo de Três Olhos sorriu de forma misteriosa para Sansa, como se compartilhassem um segredo muito óbvio. Viserion o detestava e parecia estar fugindo dele.

— O ar está estranho... perigoso... vocês sentem? — Sussurrou Varys, sentando-se à frente de Bran — As coisas parecem mais quietas do que o normal.

— É a aproximação do nascimento de um Targaryen. — Respondeu o Corvo — Não há como ser menos do que perigoso.

— Há um ditado que diz que quando um Targaryen nasce, os deuses jogam uma moeda e o mundo prende a respiração até ver de que lado vai cair. — Recitou Varys — Pensa que é esse o momento? Estamos todos prendendo a respiração?

Curiosa, Sansa se sentou junto deles.

— Tem visto mais alguma coisa, Bran? Sobre o futuro?

O Corvo olhou para o lado, pensando na melhor forma de dizer tudo o que precisava dizer.

— Eu vejo dois futuros... — Disse ele, de forma quase inaudível — Em um deles, Westeros se reconstrói depois da derrota dos Outros. A Rainha vive longos e prósperos anos.