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Luana.

- Qual é o teu problema? Tá maluco porra? - Perguntei encarando ele.

- Maluca tá você, fazendo uma putaria daquela no meio dos caras chamando a atenção, sem postura nenhuma no bagulho - Falou e eu respirei fundo.

- Agora eu não posso dançar e brincar com as garotas mais não. Não posso fazer mais nada que você quer bancar o brabo, quer ficar cobrando.

- Precisava ficar daquele jeito em cima da garota? Os caras tudo olhando porra, tá maluca. Tava querendo chamar a atenção de quem em?

- E o que tem haver olhar Luis? Olhar não arranca pedaço não, só tava me divertindo de boa. Tu tá ficando chato pra caralho. Vai tomar no cú porra.

Só senti o impacto do murro no meu rosto, doeu pra porra, rosto chega virou, voltei meu rosto encarando ele.

- Não manda sujeito homem tomar no cú não filha da puta - Só meti outro soco na cara dele.

- Sujeito homem bate em mulher é? Isso é coisa de moleque.

Cai pra dentro do problema mesmo, foi trocação intensa, infelizmente ele tem mais força, mais por baixo eu não fiquei não. Quando dava metia soco nele, arranhava ele todo.

- Quero ver você ser o fodão e ir cobrar deles que estavam olhando. Isso você não faz não, porque tu sabe que o esculacho é certo, agora quer roncar pra cima de mim.  Eles deve estão comendo as mulheres deles e você me comendo na porrada desgraçado.

- Porra nenhuma rapá, disposição não me falta, tu que tá vacilando pra caralho de um tempo pra cá, só tô observando a tua, tá passando batida não.

- Você tá ficando é louco, maluco, surtado, vendo coisa aonde não tem. Tem é que procurar um médico e se tratar porque tu não tá bem não, tá faltando parafuso aí, acho que nunca teve.

Nisso a gente brigando e falando, na hora que dava uma afasta um falava. Só sei que eu tava com meu corpo todo doendo já, Luis me deu uns murros cabulosos, no mínimo eu tava roxa, marcada.

Mas ele não tava por cima não, arranhei todo, dei uns murros, mas no fim ele me pegou pelo pescoço e já era, só me soltou quando eu fiquei fraca, mole em seus braços.

Passei a mão pelo meu pescoço e encarei ele que me encarava também, respirando ofegante pra caramba, puxando o ar de volta para os pulmões.

- Quer saber de uma coisa? Eu vou embora, pegar minhas roupas e meter o pé, não vou virar saco de pancada de homem nenhum. Fiz o que fiz por você e o que você faz? Fica caçando problema pra ficar me batendo, achando que tô na intenção de alguém, reconhecimento por mim não tem nenhum, nem parece que me conhece, sou muito é uma trouxa mesmo por tudo o que fiz por você.

Falei apontando o dedo nele e depois fui pro quarto pra não ouvir mais uma palavra dele estava moída cara. Que isso cara, tava fodida. Olhei no espelho do guarda roupa e eu estava toda marcada dos murros que ele me deu, o que pegou no meu rosto mesmo tava roxo.

- Tu não vai me deixar não. Não vai pô. - Falou trancando a porta do quarto enquanto eu pegava minhas roupas e jogava em cima da cama.

- Abre essa porra Luis. Vai me bater pra eu ficar agora ? Porque você tudo agora quer bater. Tá se achando o lutador é? Quer me fazer daqueles bonecos que tu bate pra descontar a raiva? - Encarei ele que se aproximou de mim e eu fui me afastando.

- Não Luana, tá maluca porra. Foi só um momento de raiva pô, tu se exaltou, eu me exaltei e deu isso, faz isso não porra, nos é um casal da porra, feito pra crescer, tu é meu fechamento, não me abandona não cara, eu só tenho você.

- E toda vez que ficar nervoso agora tu vai me bater? Até quando? Até tu me matar? Sabe conversar mais não? Virou bicho?

- Não cara, me perdoa pô, tô ligado que vacilei, foi mal cara. Vou fazer isso mais não, me deixa não Luana, na moral mermo.

- Eu nunca esperei isso de você sabia - Falei encarando ele sério - Nunca esperei que tu fosse levantar um dedo sequer para me bater. Agora olha só pra mim toda marcada e quem fez isso foi você. Por coisa que você inventou na sua cabeça. Olha o que você fez comigo caralho.

- Foi um surto pô, um momento de surto, ei te bati e tu me bateu, já passou, eu tô ligado da merda que eu fiz cara, tô arrependido, me perdoa véi, porra, me deixa não, eu só tenho você - Segurou meu rosto e pegou no machucado me fazendo gemer de dor e ele se afastar.

- Sai daqui Luis, me deixa sozinha. - Falei fechando os olhos.

- Luana vei, faz isso com a gente não cara, acaba com nossa história não...

- Sai daqui porra - Gritei e ele se assustou. - Não vai sair não, então eu saio.

- Não, não pô, fica, fica aí. Eu saio. Só não esquece que eu te amo tá? - Falou e saiu do quarto fechando a porta.

Me sentei na cama apoiando o rosto na mão pensando na merda que tinha acontecido, nem sabia direito o que eu estava sentindo com tudo isso.

Tava conturbada, confusa, nem sei direito cara, que situação véi, que merda foi essa. Não sei o que fazer, nem o que pensar direito.

Só sei que eu comecei a chorar, chorar de soluçar mesmo, que situação.

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DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora