101

1.8K 240 118
                                    

Luana.

Respirei fundo e quando eu ia desligar minha mãe atendeu.

IDL

- Oi minha filha.

Oi mãe, como a senhora está?

- Estou bem minha e por aí?

- Tudo tranquilo.

- Certeza?

- Sim. Como está aí na fazenda?

- Muito bom minha filha, pensa em uma paz, na próxima vez vou trazer você, sua irmã e Bryan.

- Nós vamos sim mãe.

- Tem certeza que tá tudo bem?

- Tenho sim, não se preocupa.

- Me preocupo sim, quando eu voltar, nos vamos conversar viu. Não adianta esconder filha, eu sinto as coisas.

- Tá, vou desligar, manda um beijo pra todo mundo, te amo viu.

- Também amo você, fica bem.

FDL.

- Boa garota - Falou tirando a arma da minha cabeça e eu respirei aliviada.

Minha mãe estava na chácara da família do Carlos, ia passar um mês lá, agora que ela arrumou quem fica na loja cuidando, ela deixa e passa a maioria do tempo curtindo, disse que já trabalhou demais e agora está na hora de aproveitar e eu dei o maior apoio.

Nos falavamos direto por telefone, tanto com ela quanto com a Louise, tínhamos um grupo nos três.

Coloquei o celular no lugar e me levantei com certa dificuldade ficando no sofá, ignorei a presença do Luis e depois me levantei indo para o quarto, tomei um remédio para dor e me deitei na cama, ainda doía tudo.

(...)

Um mês se passou e desde aquele dia a minha vida está um verdadeiro inferno, tudo piorou, Luis é o próprio demônio em pessoa.

Colocou um segurança na minha cola, me seguia de longe o pau mandado, rastreou meu telefone, fica me pertubando, controlando minhas saídas, falando que eu tô ficando feia, as vezes reclama da comidas é tanto que eu nem ando fazendo questão de fazer, saio da loja e compro uma quentinha.

Ele está fodendo o meu psicológico por completo, tem horas que eu penso em desistir de tudo, já cogitei a ideia até de me matar para me livrar dele.

Não posso denunciar para a polícia, porque eu vou ser cobrada por trazer os policiais para morro.

Minha mãe vai chegar essa semana , não deixou certo o dia, enchia o grupo da gente de fotos de frutas que tinha na fazenda, das comidas, era doce de leite caseiro, pamonha,  porco na lata, aí era tanta coisa que dava água na boca, tirava fotos com as plantas e eu e Louise ficava rindo dela,  ali estava a minha verdadeira motivação, nela, na minha família.

Cheguei em casa e o Luís não estava, dei graças a Deus, banhei e fui para a sala assistir televisão.

Não demorou muito e ele chegou, foi direto pra cozinha.

- Cadê a comida? - Perguntou.

- Não tem, não viu não - Respondi sem olhar para ele.

- Olha a boca rapá. Se liga em. Vou pedir um rango, melhor que tua comida mermo - Falou e eu continuei calada. - Tu tá emagrecendo, parecendo um palito, daqui a pouco só riscar que acende.

- Quer saber? - Falei me levantando do sofá - Pode botar foto minha com arma onde você quiser, eu pago as consequências e depois continuo livre com minha vida. Estou cansada disso tudo. Não vou ficar aqui recebendo suas humilhações não, não sou obrigada não Luis. Se sua vida é um inferno o problema é seu, não vem transformar a minha não. Chega. Pode jogar as fotos agora se quiser que eu tô metendo o pé.

Ele começou a gargalhar da minha cara.

- Tu não vai. - Falou se aproximando de mim.

- Vou sim. Se o motivo pra fazer eu ficar for essas fotos, pode jogar na internet, tô nem aí mais, não me importo mais com isso.

- E quando você sair da cadeia vai fazer o que? Hã?

- Vou voltar pra minha loja e trabalhar dignamente como eu sempre trabalhei - Respondi.

- E quem te deu essa loja? - Perguntou e eu engoli em seco.

- Mas eu tenho coisas minhas lá, eu te entrego e monto em outro lugar.

- E se eu te cobrar por tudo que eu investi? Não melhor. E se eu cobrar a sua mamãezinha o dinheiro da cirurgia do teu padrasto?

- Ela te paga parcelado - Respondi.

- Eu vou querer em 24 horas e se ela não me pagar ela vai ser cobrada, sabe como é né, são as leis. Ela tem consideração com os caras, posso dar um tempo, mas nada mais que um mês, mas vou cobrar juros.

Eu já entrei em desespero né. Comigo tudo bem, mas com minha família não.

- Ninguém te pediu esse dinheiro, você que se ofereceu para ajudar.

- Mas aceitaram não aceitaram? Salvou a vida do cara não salvou? Se não fosse esse dinheiro ele não tava mais aqui não. Tão me devendo do mermo jeito. E aí, vai pagar pra ver?

******
70 comentários posto o próximo.

DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora