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Luana.

- Vai Bryan - Pulei enquanto dançava com ele, meu bichinho já estava melhor, quase 100%, o pai dele só deixou minha irmã voltar por causa que o atestado dela acabou, mas ainda assim toda a noite vem ver ele.

- Essa é a tia do meu filho galera, maluca para caramba, tudo de ruim que ele aprender foi ela que ensinou - Minha irmã falou me gravando, eu em, ainda me ofende, vir pular com o filho dela ela não quer, palhaça.

- Ai, a tia já cansou, vamos pintar agora -  Falei pegando o caderno e os lápis de cor, ele se sentou de frente pra mim, me deu um lápis e pegou outro começando a pintar e quando eu largava o lápis ele me devolvia.

- Comigo ele não fica quietinho assim - Minha irmã falou

- É claro, você não tem paciência com o garoto, só sabe brigar - Minha mãe rebateu.

- Olha quem fala, agora virou defensora das crianças foi? Quando era com a gente era cada esculacho, a gente apanhava e ficava de castigo, nem faço isso com Bryan, só corrijo e ainda acha ruim, vê se posso com isso Luana.

- Nisso eu tenho que concordar mãe - Falei encarando ela. - Quando era a gente, era surra e castigo, tirava o que a gente mais gostava e ainda só saiamos do quarto só nossa fazer xixi e comer.

- Cala a boca que não te chamei na conversa, atrevida - Me cortou legal, credo.

- Santa ignorância, já tomou o remédio da menopausa senhora? Tá meio alterada hoje, pode ir se acalmando aí em - Gastei com a cara dela. -

- Menopausa seu rabo rapariga - Brigou fazendo a gente gargalhar até Bryan que não entendeu nada sorriu. - Palhaças.

(...)

- Caralho, hoje fiz um corre bolado - Contou e tomou um gole da sua cerveja.

Ele havia me buscado lá em casa para a gente vir para a praça tomar uma cerveja, compramos pastéis e salgadinhos e estamos aqui de boa.

- Bolado porque? - Perguntei enquanto mordi um salgadinho.

- Os canas quase me pegam pô, tive que jogar a mochila longe tá ligada, sorte que não tinha nenhum bagulho dentro mais pô,se não tava fodido, ia cair na trança na certa.

- Já que não tinha mais os bagulhos na mochila, porque jogou ela? - Questionei curiosa.

- Porque o cheiro ia me entregar pô - Falou e eu já saquei na hora o que era, no mínimo drogas, principalmente maconha que tem o cheiro forte pra caramba.

- Entendi - Falei. - Fica esperto Luis, tem polícia que se marcar tua cara já era, mesmo que tu não tenha nada na hora, podem forjar. Viu a história do Renato não? - Perguntei.

- Tô ligado pô, mano queria fazer faculdade e os caralhos né, só papo de futuro justo, só que ficou com a FICHA SUJA.

- Triste, mas é a realidade de muitos pretos e favelados.- Tomei um gole da minha cerveja.

- E tu minha donzela, desistiu do curso foi? - Perguntou me encarando - Tem que fazer os bagulhos, ficar cheia de diploma pô.

- Vou fazer sim meu bem, estou até juntando um dinheiro, tô quase chegando na meta já.

- Na hora que brotar um cargo melhor, pode crê que eu vou te ajudar tá ligada - Falou.

- Precisa não...

- Ih, deixa de ser mandada pô, tô aqui é pra somar mermo. Se um dia eu precisar tu não vai somar? - Perguntou e eu assenti com a cabeça - Então deixa de k.o e vem cá me dá um beijo.

Sentei em seu colo e dei início no beijo, tava bem gostosinho só que eu senti uma vontade enorme de soltar uma bufinha e no colo do bofe não dá né. Tenho vergonha na minha linda cara.

Separei o beijo e olhei para os lados.

- Eita que que é aquilo - Me levantei de seu colo devagar, já dando aquela trava pra não escapar e fui me afastando, quando deu uma boa distância, soltei travando para ver se não saia barulho e glória que não saiu.

Fiquei olhando para o chão e depois abaixei pegando uma folha de árvore para dar tempo de ventar e a catinga sair.  Mico, sentia vontade de rir mas segurei.

- Colfoi maluca? - Perguntou e eu voltei andando até ele.

- Pensei que era dinheiro, mas era uma folha - Mostrei a ele que sorriu negando com a cabeça.

- Nem bebeu direito e já tá grogue pô. Já quer meter o pé? - Perguntou e eu sentei em seu colo novamente.

- Daqui meia hora nos vamos - Falei e senti sua mão em minha cintura acariciando e deitei a cabeça em seu ombro, soltando o sorriso.

Maluquice cara, quero ver se daqui um tempo vou ter essa vergonha toda, duvido.

Noite linda, bem fresquinha, companhia uma maravilha, uma cervejinha pra que melhor né?

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Roi ❤️

DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora