Luana.
- Vai mãe - Falei batendo palmas ao seu lado enquanto acompanhava ela no samba.
Ele se virou de costas pra mim e rebolou, coloquei a mão na cintura dela e nós fomos até o chão e depois subimos voltando a sambar.
Chegamos do serviço e ela se animou para o samba e me trouxe junto. Parei para tomar um gole da minha cerveja e vi um bofe de olho na minha mãe.
- Ih mãe, tem um cara de olho em você em. - Falei e ela procurou com o olhar e quando encontrou o cara sorriu pra ele e acenou. - Tá pegando né - Gargalhei e ela me encarou.
- As vezes rola, muito gostoso, não tô morta né garota - Comentou e tomou um gole da sua cerveja.
- Certa é a senhora - Falei e começou outra música e voltamos a sambar. - Sai da minha aba sai pra lá, sem essa de não poder viver. - Sabei dando uma voltinha e sorrindo enquando minha mãe me acompanhava.
O bofe chegou perto dela dançando juntinho e eu encarei ela e fiz sinal que ia andar. Ficar de vela da minha mãe, vê se pode uma coisa dessa.
Fui pra perto da banda e comecei a dançar ali mesmo, aproveitei muito ali até minha mãe aparecer do meu lado.
- A senhora em dona Magda - Perguntei a encarando.
- Menina sossega, me deixa em. - Respondeu. - O lá, um cara de olho em você, vai beijar e me esquece . - Apontou com o rosto e eu fui olhar, um branquinho, até bonitinho, mas não rolou aquela vibe sabe, voltei o olhar pra minha mãe.
- Tô tranquila, quero não - Falei e ela gargalhou.
- Enjoada demais, perde muitas oportunidades - Falou, umas mulheres se aproximaram da minha mãe e ela já sorriu - E aí gente. - Abraçou uma por uma e eu só fiquei olhando. - Essa é minha filha Luana - Apresentou e eu sorri para elas acenando com a mão.
- Ela trabalha lá na marmita com você né? - Perguntou uma com cara de chata. Só de olhar já não gostei.
- Na marmita não, na pensão onde vendemos as marmitas querida.- Minha mãe respondeu e sorriu falsa.
- As melhores inclusive, tem pra ninguém, concorrência fica pegada e invejosa não tem vez - Completei a encarando de cima a baixo. Afronto mesmo, sou nem moca.
Elas ficaram conversando um tempo e eu quieta no meu canto, hora ou outra sorria das putarias delas. Tem mulher mais velha que coloca as novinhas tudo no chinelo.
- Qual é a daquela chata em? - Perguntei pra minha mãe enquanto caminhávamos para casa.
- Ela sempre tem essa de ficar querendo colocar meu negócio como pouca coisa, mas eu corto ela na hora. - Respondeu.
- Eu em, recalcada demais. - Balancei a cabeça em negativo.
Chegamos em casa e eu fui banhar, coloquei um pijama e fui pra cozinha caçar o que comer, é de lei né, fiz um mexido com arroz, feijão e ovo e me sentei no sofá para comer.
- Tchau filha - Minha mãe passou com outra roupa os cabelos já molhados.
- Oi? - Falei após engolir a comida.
- O homem do samba veio me buscar - Falou.
- Já vai dar né - Brinquei e ela gargalhou andando em direção a porta. - Usa camisinha viu querida, já estou velha para ter irmão caçula.
- Vou dar horrores e se vier bebê você ajuda a cuidar, enxerida - Falou saindo e eu sorri negando com a cabeça, terrível essa mulher. Terminei de comer e fui me deitar.
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DO MEL AO FÉU.
Teen FictionPor dentro aos prantos, a alma sangrando, agindo como nunca quis, arrependida da escolha que fiz.