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Luana.

Chegamos no baile e ele tentou pegar na minha mão mas eu puxei ela e ele colocou nas minhas costas me guiando até onde iríamos ficar.

Ele foi falar com os parceiros dele e como as meninas já estavam ali eu nem perdi tempo e fui ficar com elas antes que Luis me travasse do lado dele.

Já fui pegando um copão e enchendo de vodka com energético, tomei logo uns goles bons e fui dançar com elas.

- 25 é natal, 31 é ano novo, dia 25 cê senta no pau, dia 31 você senta de novo. - Shirley cantou.

- Mais ano novo não é dia primeiro? - Perguntei parando para pensar.

- Não sei, só dança - Respondeu e eu gargalhei - Vai mete gostoso, vai mete gostoso.

- Eu sento é todos os dias - Paula gritou dançando - Sentar é vida gente.

Eu estava me divertindo a beça com elas, Nayane chegou com Fernanda e eu puxei elas para o bonde, já apresentei todo mundo e a farra só aumentou.

Eu tava morrendo de vontade de fazer xixi, mais tava segurando o máximo, queria ficar saindo e voltando não, vai que em uma dessas Luis me puxa pra ele e me trava.

Nem olhando pra ele eu tava já pra evitar dele me chamar, tomare que esteja jogando muita conversa fora com os bofes e tenha esquecido de me pertubar um pouco.

- Quero ir no banheiro, mas só vou se todas forem comigo - Falei e elas sorriram.

- Sentiu falta da gente mesmo em mona, não quer nem desgrudar. Vamos lá meninas - Falou e nos fomos.

- Aonde a vaca vai, as outras vão atrás - Fomos cantando gastando. Cada uma fez seu xixi e depois voltamos.

Curti a beça com as garotas. O dia raiou e a gente lá curtindo, tava enxergando tudo embaçado já, sorrindo para as paredes.

O outro não perturbou e eu dei graças a Deus, mas eu também nem olhei na cara esse tempo todo.

Mas acho que fez essa graça porque os caras que estão aqui são de favelas aliadas, então ele ficou lá de papo com os caras por isso fiquei aliviada.

- Bora - Ele chegou tocando no meu ombro e eu só assenti com a cabeça e fui saindo com ele, montei na moto e quando chegamos em casa ja estava com medo de entrar.

- Colfoi cara, entra. - Me encarou.

- Sabe o que é? - Falei me aproximando dele - É que hoje eu não to afim de apanhar não - Sussurrei perto do teu ouvido.

- Deixa de onda e entra logo Luana, na moral -  Só assenti com a cabeça e entrei em casa parando perto do sofá me virando pra ele.

- Vou apanhar ou posso tomar banho? - Perguntei.

- Que porra nenhuma. Vem cá - Me puxou pelo braço e começou a me beijar, depois começou a me apalpar.

Entendi tudo, o motivo do sossego dele. Tá com falta, mas não vou marcar presença na falta dele não.

- Não quero - Falei me afastando dele.

- Claro que quer Luana, deixa de k.o - Falou tentando me puxar e eu me afastei.

- Eu disse que não. Vai me forçar a isso também? Já não basta me obrigar a ficar contigo? - Falei e sua feição mudou.

- Tu me ama pô, tá magoada ainda só, logo passa.

- Aham, isso mesmo.

- Vai dizer que tu não me ama mais é?

- Do que adianta eu te amar e você não? Amar sozinho não rola não Luis, você me bate e depois age como se nada tivesse acontecido com essa cara de cachorro sem dono, fica dizendo que ama, ama porra nenhuma, quem ama não faz isso não. Então eu prefiro ocultar esse sentimento e ter esperanças de um dia ser sozinha. - Falei já indo para o quarto, fui direto para o banheiro ele veio atrás mas eu bati a porta e tranquei antes dele chegar, não tava com tempo pra blá blá blá.

Depois daquele banho, fui para a cozinha fazer meu mexidão, foi o tempo de eu desligar o fogão, só senti a puxada no meu cabelo, doeu tanto que meus olhos encheram de lágrimas.

- Tu é minha e vai ser até eu dizer o contrário, então é bom tu parar de querer me peitar e ficar pianinha, porque as coisas podem piorar pra tu - Falou no meu ouvido e eu engoli em seco.

- Da licença, eu quero comer - Pedi e depois de um tempo ele me soltou e saiu de casa batendo a porta, respirei aliviada, comi e corri para o quarto de hóspedes, me tranquei ali mesmo e fui dormir.

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DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora