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Luana.

- Eu não atendi ele, nem falei com ele nem nada, pelo amor de Deus, - Falei assim que cheguei em casa e recebi um bandão caindo no chão.

O motivo disso? Gordinho tinha ido lá na loja alugar uma mesa para o filho dele, quando eu o vi chegando, pedi para as meninas atenderem e fui para os fundos da loja já para evitar.

Mas pelo jeito não adiantou muito, pois Luis tá aqui igual um demônio em cima de mim dizendo que eu tava de papo com ele.

- Tá querendo dar de novo pra ele é piranha? - Veio em cima de mim me pegando pelo pescoço e eu fiquei calada só encarando ele.

- Eu fui para o fundo da loja cara, até ele sair, as garotas que atenderam ele. Quem te deu esse papo não te deu o correto, vai lá perguntar para as garotas - Falei apontando.

- Mentirosa - Gritou me fazendo assustar, que ódio.

- Você tá caçando motivo pra me bater, isso sim, pode bater Luis, mas eu vou te dar motivos pra isso. - Falei encarando ele. - Sabe o que eu devia ter feito? Ter dado com gosto pra ele, ter feito os mil reais valer a pena.

Senti ele apertando mais meu pescoço.

- Nada que eu fiz por você valeu a pena, nada, foi tudo em vão, você não merecia nem um olhar meu na sua direção. Eu devia não ter aceito você na minha vida, foi a pior coisa que eu fiz na minha vida.

- Cala a boca - Me deu um tapa no rosto e eu sorri.

- Eu não querer ficar com você no início, era um aviso, um aviso que eu não prestei atenção, era o meu instinto avisando, mas eu não escutei, infelizmente. Você é o pior tipo de ser humano que existe, você conquista pra depositar humilhar, tomar posse e fazer tudo do seu jeito e se não tiver do seu agrado, você tiver irritadinho, você mete o sarrafo, faz quem fez de tudo por você um saco de pancadas.

Ele desferiu socos em mim e eu sorria da cara dele, mesmo sentindo dor.

- Isso, bate mais - Falei com ódio - Graças a Deus a sua avó morreu antes de saber disso, ela teria um desgosto profundo de você.

- Não fala da minha coroa - Continuou me batendo, desferido tapas, socos, eu sentia a dor de cada um deles.

Mas eu sabia que eu estava machucando ele com palavras também, pelo menos isso eu consegui fazer.

- Eu tenho nojo de você, você é um monstro um demônio, você está acabando com a minha vida.

Isso eu falando com dificuldade por causa das agressões e ele me batendo mais forte, por cada frase proferida.

- Por isso que não sobrou ninguém com você, castigo que você tá tendo, pela pessoa ruim que você é, que você sempre foi e guardava aí dentro de você.

Eu já sentia o gosto de sangue, meu lábio com certeza estava partido, porque dessa vez eu não me dei o trabalho de tampar o rosto.

Quando ele cansou de me bater, de descontar sua raiva na saco de pancadas aqui, ainda levantou e chutou a cachorra morta.

Eu chorava de dor, as lágrimas saiam sem permissão, eu sentia dor até pra respirar, tava totalmente fodida, cada vez piorava mais a situação.

Eu estava pagando um preço alto por amar demais, por ter me permitido amar mais um homem do que a mim mesma.

Por amar demais eu perdoei na esperança de mudança e agora eu estou aqui sendo forçada a conviver com ele, servindo de saco de pancadas.

Fui me arrastando até minha bolsa que também estava no chão e peguei meu celular, achei o contato da minha mãe e coloquei para chamar.

Só senti um negócio encostando na minha cabeça e o barulho da arma destravando.

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50 comentários posto o próximo.

Estamos chegando na reta final.

DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora