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Luana.

- O quê? Como assim o Luís está preso? - Perguntei já senti do minhas pernas ficarem fracas e um nó na garganta.

- Mano foi pra missão e caiu pô, mas pode ficar sussa que nós já acionamos os advogados pra cuidar e se pá logo a lili canta - Falou e eu ainda estava tentando digerir a informação.

- Agora que o cargo é melhor vocês ajudam né, ele já vale algo pra vocês - Joguei na cara mesmo, nunca vou esquecer isso.

- Viemos só te dá o papo garota, vem querer roncar não, que tu leva o teu em dois tempos. Advogado vai entrar em contato contigo e te dar os papos, agiliza logo tua carteirinha. Só isso mermo, falô - Fez sinal de joinha e a tropa foi saindo atrás dele, Gordinho ficou me encarando e eu fingindo que ele nem estava ali.

Entrei em casa e quando fechei a porta já desabei em lágrimas, caralho, que merda. Fui para o quarto e me deitei na cama chorando.

Não posso ser hipócrita e dizer que eu não imaginava que isso pudesse acontecer, porque a vida que ele leva tem poucos caminhos como destino, cadeia ou morte, o que conforta um pouco é que ele está vivo.

- Irmã o que foi com o Luís? - Louise
falou sentando na cama.

- Foi preso - Falei e ela fez uma cara de pena - Olha só a merda irmã. - Falei - Ainda tenho que ir falar com a avó dele cara.

- Dos males o menor irmã, pelo menos ele está vivo - Falou e eu assenti com a cabeça. Não tá mentindo né.

Ia falar com a avó de Luis só amanhã, uma hora dessa ela deve estar dormindo, não vou acordar ela pra dar essa notícia, tem nem condições disso. Melhor que amanhã eu estou até mais calma.

Nem consegui dormir, passei a noite em claro pensando em Luis, em como ele está e tudo mais, advogado me ligou cedo e disse que ele ia descer pro presídio amanhã, que o juiz não liberou ele na audiência de custódia.

Minha mãe chegou e eu estava saindo para dar a notícia a avó de Luis.

- Mãe - Falei já chorando de novo - O Luis foi preso - Me joguei nos braços dela.

- Oh minha filha - Acariciou minhas costas. - Tenho nem o que dizer - Falou e eu me afastei dela.

- Vou lá na avó dele dar a notícia e de lá vou pra loja tá?

- Não quer ficar em casa e descansar? - Perguntou - Tá cheia de olheira, não dormiu nada.

- Prefiro trabalhar, a mente não fica vazia - Ela assentiu e eu saí de casa. 

- Vozinha - Falei batendo na porta.

- Oi minha filha entra - Ela falou abrindo a porta e eu sorri de lado e entrando. - Cadê o Luís? Pensei que ele estava com você.

- Não vozinha, vamos sentar um pouco - Falei puxando ela pro sofá.

- O que aconteceu com ele? - Percebeu que algo tinha acontecido.

- O Luis foi preso vozinha - Falei e ela colocou a mão no peito.

- Preso? - Eu assenti com a cabeça. - Aí, meu peito tá doendo.

- Não fica assim não vozinha, daqui a pouco ele sai de lá - Falei tentando confortar ela.

- Tá doendo de verdade, eu não tô me sentindo bem - Falou e eu já me desesperei, me levantei correndo e comecei a pedir ajuda. Um senhor parou o carro e desceu pegou ela no colo a colocando dentro do carro e fomos para o postinho.

Eu fui o tempo todo segurando a mão dela, fazendo massagem no peito dela.

- Por favor, alguém ajuda - Falei enquanto ele pegava ela dos braços e um enfermeiro se aproximou.

- Uma maca, por favor - Falou e trouxeram, eles foram entrando com ela e colocando uns aparelhos nela.

Me pediram para fazer a ficha dela e eu logo fiz, como eu não pude acompanhar ela, me sentei em um banco e fui pra esperar retorno, o moço também quis esperar, era conhecido dela.

Pensei que eles iam demorar muito, mas logo o enfermeiro voltou acompanhado de um médico.

- Como ela está? Ela está bem? - Perguntei já me levantando.

- A dona Josa chegou aqui no hospital infartando, nós tentando reverter o quadro mas infelizmente não conseguimos, ela acabou de falecer.

- Não - Falei - Não - Me sentei sentindo o olhar de pena deles.

Não era possível, uma desgraça atrás da outra, pra que isso, meu Deus que tristeza. Era a única familiar que o Luís tinha, eu tinha um apego tão grande por ela. E agora o que vai ser.

Tive que fazer a identificação do corpo dela, e amanhã eles liberariam para o enterro. Eu estava totalmente abalada, não tinha mais nem lágrimas para chorar, avisei minha mãe e ela me mandou ir pra casa que cuidaria do velório e enterro, iria pedir para os caras da boca ajudar.

Liguei para o advogado e pedi para ele avisar o Luís e ver se conseguia a liberação dele para ele ao menos se despedir dela. Em certa parte me sentia culpada, porque eu dei a notícia e ela em seguida infartou.

Não queria nada, só ficar quieta no meu canto sossegada.

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A bruxa tá solta 🧹🧙‍♀️

DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora