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Luana.

Estava no balcão atendendo as pessoas enquanto minha mãe estava montando as marmitas e os pratos.

Algumas pessoas vinham pra almoçar ou jantar, aí a gente colocava as mesas para elas se acomodarem.

Mas a maioria retirava as marmitas aqui mesmo. Havia acabado de entregar o pedido dos clientes e anotei no caderno a quantidade.

- Amiga, hoje vim comer o ranguinho de tua mamis - Nayane disse chegando, levantei meu olhar encarando ela.

- Amiga nada em, me deixou sozinha por causa de homem ontem em, tô só te observando - Falei.

- Luis tava lá contigo Luana, deixa de frescura - Falou.

- Eu fui contigo não com ele, mas deixe estar. Vai querer quantas marmitas?

- Qual o cardápio de hoje? - Perguntou.

- Hoje tem costela com milho e frango assado com batata - Respondi, ela fez seu pedido e eu mandei para minha mãe, ela pagou e devolvi o troco.

- Porque tu não fica com Luis em? - Puxou assunto.

- Nunca senti vontade sabe - Confessei.

- E tem que sentir é? - Perguntou e eu a encarei respirando fundo.

- Não Nayane, eu tenho que ficar com a pessoa sem vontade, pelo amor né - Respondi já ficando sem paciência.

- Em falar nele - Olhei por cima do ombro dela e lá vinha ele mais uma tropa.

- Eae tia do rango - Um menino gritou e minha mãe saiu da cozinha entregando o pedido de Nayane que saiu em seguida e foi cumprimentar eles com beijos e abraços, era uma coisa que só. Ela acomodou eles, anotou o pedido de cada um e foi pra cozinha.

- Fala tu - Luis chegou com uma sacola na mão - Pra você aí - Estendeu a sacola e eu o olhei desconfiada - Pega pô - Estendi a mão pegando a sacola.

- Ih, olha o bárbaro cara - Um cara falou e os outros olharam.

- Bárbaro é? Já tem até vulgo - Comentei o encarando.

- Tem que ter pô, é de lei - Respondeu.

- Tá xonado né zé ruela - Outro falou e eles começaram a tirar onda com a cara dele que só negou com a cabeça, gargalhei e ele me encarou sério.

- Até tu pô, tiração mano - Falou e eu parei de sorrir e sai de trás do balcão para ir até ele.

- Obrigada - Agradeci e o abracei, os caras começaram a bater na mesa e eu só sabia rir.

- Tá vendo o que tu me faz passar né, ainda nem me dá uma chance - Falou no meu ouvido apertando minha cintura.

- Relaxa - Falei me afastando dele.

- Vou lá nos caras, se liga aí - Falou e eu assenti voltando pro balcão, fui até minha mãe e ajudei ela, depois servimos eles, levei o refrigerante e os copos na mesa e me retirei.

Ia atendendo as pessoas que chegavam enquanto os caras conversavam baixo, no sapatinho mesmo.

Luis tava entretido na conversa, mas hora ou outra me encarava e em uma dessas levou um tapa na cabeça como chamada de atenção. Abaixei a cabeça e não contive o sorriso.

Depois de um tempo eles terminaram e um deles veio pagar, me entregou três notas de 50 e deu as costas.

- Ei - Chamei ele que me encarou - Não deu isso tudo não cara, pega teu troco aqui - Estendi o troco pra ele.

- Relaxa pô, tua mãe é firmeza, pra ajudar aí em qualquer coisa, valeu, falou - Fez joinha com o dedo e saiu.

- Mãe ganhei uma gorjeta gordíssima - Falei sacudindo as notas.

- Guarda esse dinheiro menina, tem nada de seu aí, tá achando que sou surda é - Falou e eu fiz bico de triste fazendo ela gargalhar. - Vai abrir o presente não? - Perguntou curiosa.

- Vou abrir em casa, sozinha. - Falei e ela fez bico

*****
O que será esse presente em?

DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora