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Luana.

Na magruda eu acordo cheia de tesão na treta.

- Tu só dá tapão e marca minha bunda inteira - Cantei dançando e dando um tapa na bunda de Louise que gargalhou dançando também. - Macetando, macetando. 

Estávamos no baile, dias das irmãs saírem para curtirem juntinhas. Minha mãe que sugeriu dizendo que ficava com Bryan e nos aproveitamos a deixa, não podemos perder a oportunidade né mores.

Fazia muito tempo que não curtíamos juntas. Era muita palhaçada que a gente fazia, amo/sou muito família.

- E aí meninas - Nayane chegou já dançando com a gente, dei um beijo no rosto dela e minha irmã também. 

- Olha aquele bebê me olhando gente, vou dar de mamar e sentar no colo - Minha irmã falou e eu olhei na direção e gargalhei.

Menino aparentava ter 17 anos gente, tava firme encarando minha irmã, todo cheio de marra. Neguei com a cabeça e enchi meu copo.

- Tem coragem mesmo? - Perguntei a ela que encarava ele de volta. - Vai pegar pra criar em - Gastei com a cara dela.

- Outro bebê na vida dela - Nayane falou - Mais é um gatinho mesmo, marrento também, olha a marra que ele encara Louise, tem nem como cara deve tá toda molhada já essa piranha. - Falou analisando o menino.

- Ih me respeita em vagabunda. E porque não? Se valer a pena a gente adota. - Falou e piscou para ele mandando um beijo e eu me acabei de rir. Não brinca em serviço mesmo essa garota.

- Vou buscar mais um copão pra gente - Falei dando fé que o meu copo tinha acabado.

Hoje não havíamos trago caixa para comprar o combo, tem vez que dá preguiça de ficar carregando.

Fui andando e dançando pelo meio das pessoas até chegar na barraca, pedi dois copos do grande de vodca com energético, comprei meu pirulito e já abri colocando na boca, voltei dançando com cuidado pra não derramar a bebida, porque não pode desperdiçar.

Quando avistei minha irmã já estava na maior pegação com o garoto e Nayane já tinha sumido, menor enlaçou pela cintura e grudou no cabelo dela gente. Que isso, não perde tempo mesmo.

- Mas eu sou virgem amor, você pensa que eu já dei - Cantei balançando o cabelo. Queria dançar mas com esses dois copos na mão tava foda.

Fui lá do lado da minha irmã e coloquei o copo no chão perto do pé dela e me afastei de novo, se derramar, culpa é dela.

- Bota, tira, empurra, encaixa mais é sem machucar, mas eu só quero te dar - Coloquei a mão no joelho e fui sacudindo o popô.

Passou uma porrada de música e minha irmã lá agarrada no garoto, mas eu relevo porque a coitada deve estar na seca, xereca dela tá precisando de uma manutenção. Quase não sai de casa, só cuidando de Bryan, é mais que justo aproveitar enquanto pode.

Terminei meu copo e fui pegar o que tinha deixado perto dela que por um milagre não tinham derrubado.

- Que beijinho doce - Cantarolei alto me afastando deles novamente. Passei meus olhos pela galera observando tudo, avistei o bonitinho que tinha pego na outra vez, ele tava me encarando, desviei o olhar rápido e tomei um gole do meu copo.

Cara me deixou na mão por conta dos amigos, só porque eu estava animadinha querendo dar uma calibrada na gina, desencantei.

Luis também não havia dado sinal de vida ainda, apesar de que hoje eu vim mais cedo com minha irmã, vim onze horas, sempre encontrava ele lá pra umas 3, 4 horas da madruga.

Tava dançando pra caramba quando começou o tiroteio, aí que começou o desespero cara, o medo de levar uma bala perdida é grande demais.

Aí começou a correria de geral, parece que liberaram a boiada, uns iam para um lado outros pra outro, aquela loucura, eu de início fiquei sem reação, procurei minha irmã com olhos mas ela não estava no lugar,  então comecei a correr sem destino nenhum, perna pra quem te quero meu amor.

Coração quase pulando pela boca e os tiros aumentando, só vi quando eu tropecei e cai no chão, pique cena de filme mesmo, onde toda mocinha cai quando tem alguém correndo atrás dela, inferno.

Chega deslizei sentindo meus joelhos arderem. Tentei levantar mais fui empurrada pro chão novamente com os esbarrões das pessoas em mim.

Do meio pro fim nas tentativas cai de barriga pra cima, ainda bati a cabeça no chão, sorte que tenho muito cabelo. Senti alguém pisar em meu braço uma dor do caralho, não consegui nem mexer.

- Filho da puta - Gritei alto já com olhos cheios de água, inferno. Porra posso morrer pisoteada nessa merda não cara.

Altas paradas já na mente, começou as ideias de maluca, as paranóias que eu ia morrer bem ali no chão. Droga.

Cadê o Chapolin Colorado pra me defender?

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🙊

DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora