DO MEL AO FÉU.

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Luana.

- Anda Luis, sabão tá secando já cara - Gritei ele que logo chegou com os baldes de água na mão.

Tava lavando a casa, esfregando com sabão e jogando água, esse negócio de só passar pano não é comigo.

Coloquei Luis para ir trazendo os baldes pra mim, tem que ajudar sim, resmungou pra caramba mas mesmo assim tá trazendo os baldes.

- Relaxa cara, tem que esperar os bagulhos encher pra trazer. - Jogou a água na sala e eu fui rapando.

Os outros cômodos já estavam prontos, só faltava a sala agora mesmo.

- Chega né pô? Tô morgado já - Falou me encarando e eu assenti com a cabeça - Vou banhar jaé?

- Pode banhar, só não pode molhar o banheiro - Falei e ele me encarou confuso.

- Te lascar vai - Falou depois de um tempo e eu gargalhei.

Casa limpinha, tomei meu banho e fiquei deitada na cama pra descansar o corpo um pouco.

- E o rango? - Luis perguntou chegando no quarto, tava lá fora conversando com uns caras.

- Pede aí pra gente, quero aquele filé a parmegiana com batata frita, purê não.

Ele assentiu com a cabeça e pegou o celular saindo do quarto. Peguei meu celular e fui fuçar o insta, ver o que tinha de novo.

Me amarrava em ver vídeos engraçados, tava sorrindo de um quando Luis chegou com o lanche, fechei o riso e bloqueei o celular, me ajeiteitando na cama.

Peguei o meu e botei pra dentro rapidinho, tava morrendo de fome mesmo, Luis ficava me encarando.

- Tô bonita em excesso hoje é? Me encarando demais tú - Perguntei e ele não falou nada, só desviou e o olhar e voltou a comer.

- Quero saber pra quem tu tava de risinho no celular - Falou e eu encarei ele.

- Tava vendo vídeo Luis, apenas - Respondi revirando os olhos.

- Aham, tô ligado - Desdenhou e eu respirei fundo.

Não é possível que vai começar a palhaçada de novo.

- Você fica com a cara no celular quase o dia todo e eu não falo nada não, agora tu vem querer ficar de paranóia. Ah me poupe Luis.

- Fico falando com os caras, quando não tô lá tenho que ficar sabendo dos bagulhos, tu tá ligada, fico de risinho pra ninguém em celular não.

- Eu já não falei que eu tava assistindo um vídeo? Eu em.

- Dá teu celular aqui - Falou estendendo a mão e eu sorri da cara dele.

- Ah mais é claro - Falei - Que não.

- Tô de gracinha não Luana, dá a porra do celular aqui.

Meu celular não tinha nada, até porque eu não havia feito nada, mas só pelo abuso dele eu não vou dar, eu não fico mexendo nas coisas dele, ele não tem que ficar mexendo nas minhas.

Fiz que não tava ouvindo e só vi quando ele subiu em cima de mim me enforcando.

- Me dá essa porra - Falou e eu como estava de frente pra ele, levantei um pouco as pernas e empurrei ele com os pés no seu peitoral o jogando longe, já levantei da cama e tentei correr.

Só senti o puxão no meu cabelo me fazendo cair no chão, aí já era, filha da puta, desgraçado, montou em cima de mim e começou a me bater.

- Luis para com isso, não faz isso Luis - Gritei.

Eu só defendia meu rosto e tentava chutar ele, sentia o impacto dos seus murros sendo distribuídos em meu corpo, porra, tava doendo pra caralho, ele tava pegando pesado demais dessa vez.

- Sua vagabunda, desgraçada - Começou a me xingar e bater mais forte.

- Eu não fiz nada cara, pelo amor de Deus, para com isso.

Eu tentava ter forças pra bater nele, mas eu não conseguia, ele tava pior que das outras vezes, tava batendo sem dó nenhuma.

Meu corpo todo já doía e ele continuava ali, me batendo, me xingando e eu com a mão no rosto, senti ele saindo de mim, mas como se os murros não fossem o suficiente ele me deu um chute na costela que porra.

A alma saiu do corpo e voltou com tamanha dor que eu senti, gritei de dor já sentindo a lágrima escorrendo pelo meu rosto e uma falta de ar cabulosa me atingir.

Fiquei ali no chão deitada, doída, chorando, eu não tinha forças nem para levantar.