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Luana.

- Eu amo a praia real - Falei abrindo os braços enquanto Luis andava ao meu lado. Ele foi me buscar de carro lá em casa e viemos parar aqui.

- Bagulho mó bom mermo, trás paz pra mente - Respondeu e eu o encarei. - Bora marcar ali - Falou apontando para um lugar um pouco mais afastados dos demais.

Fomos caminhando até lá, pedimos uma mesa com duas cadeiras. Eu como ando prevenida trouxe canga, protetor, bronzeador.

No início pensei que ele iria me levar em um motel e pagar aquelas suítes chiques.

Mas depois raciocinei e ele não seria tão cara de pau assim né, não tinha nem dado uns beijos pra ele fazer uma coisa dessa. Mas vai que né, tem gente pra tudo nesse mundo.

Estendi minha canga, tirei minha blusa e meu short, sobre o olhar de Luis, filha da puta me secava na cara dura mesmo, com um sorriso de canto. Fiz questão de dar uma rebolada o vendo umedecer os lábios e passar a mão na cabeça.

- Limpa que tá escorrendo - Falei e ele passou a mão no short gastando, gargalhei alto vendo ele sorrir também. - Palhaço.

- Fico fraco com uma preta dessas, porra - Falou me encarando. - Toda linda tú pô, na moral mermo.

- Ai, obrigada - Falei e peguei um bronzeador passando no meu corpo - Passa aqui nas minhas costas - Estendi o pote e ele segurou , me virei de costas e logo senti suas mãos passeando por elas. Uma delícia.

Ele colocou meu cabelo para o lado e deu um beijo no meu ombro, sorri de lado e logo ele terminou.

- Vou pedir uns bagulhos pra gente, quer o que? - Perguntou.

- Quero uma caipirinha e uma porção de batata frita e de calabresa - Falei vendo ele assentir e sair, me deitei de bruços e fiquei esperando ele voltar.

- Daqui a pouco chega - Falou e eu assenti.

- Tira essa camisa cara, tá de sunga não? - Perguntei.

- Mané sunga rapá, ficar de bermuda mermo. - Se levantou tirando a camisa, tinha uns gominhos maravilhosos por ali, digamos que Luis é um magro sarado.

- Deixa eu passar um protetor em ti - Me levantei e peguei na bolsa, a gente disfarça para tirar uma casquinha né. Pode nem ser besta.

Comecei passando no rostoz depois nas costas dele, para o peitoral, abdômen, ainda brinquei passando a unha de leve sentindo ele segurar meu pulso, levantei meu olhar o encarando.

- Tu brinca demais no bagulho, na moral véi - Sua voz rouca perto do meu ouvido me fez arrepiar. Ele se afastou porque o cara chegou com nossos pedidos, ele pediu de tudo um pouco, camarão empanado, queijo coalho assado, amo. A meta era ficar com a barriga saradinha, mas pelo jeito vai ficar só a bolinha mesmo.

Tomei um gole da caipirinha e me sentei na cadeira ao seu lado.

- Pensei que tu nem podia vir pra pista. - Comentei.

- Sou grampeado não pô, e pretendo não ser, tudo no sapatinho.

- Tomare mesmo, toma juízo cara sai dessa. - Meti bronca

- Mal entrei e tu já quer que eu saia, que isso mano. Se liga mas não se envolve.

- Como tua avó está em? - Perguntei mudando de assunto, cada um segue o caminho que quer e quem sou eu para julgar né.

- Tá benzona pô, vive indo pro samba e pro forró, cheia das graças aquela coroa

- Certo é ela, tem que aproveitar mesmo. Não tá morta.

- E o vacilão do teu pai? - Perguntou me fazendo engolir seco.

- Nunca mais apareceu e tomara que permaneça assim, a gente tá muito bem sem ele.

Meu pai é só mais um entre milhares que deixa a mulher sozinha para criar os filhos, eu e Louise somos de pais diferentes, o dela morreu e o meu é como se tivesse também.

Teve a cara de pau de voltar para pedir dinheiro a minha mãe, alegando que tinha direito de metade de tudo o que ela tem, botamos ele pra correr na paulada mesmo e minha mãe ainda disse que se ele voltar vai levar ele lá prós cara do movimento dar só madeira de três nele e desde aquele dia nunca mais botou as caras.

Luis sabe dessas coisas porque a minha mãe e a avó dele são amigas e também porque conversamos sobre um com o outro.

Ele ligou trouxe uma caixinha de som e colocou para tocar, ficamos conversando e comendo. Pique casalzinho mexmo.

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