Magda
Corri para a boca, meu coração se encontrava feliz e esperançoso porque agora a minha filha ia sair dessa vida infeliz com aquele monstro que eu odeio.
Expliquei para eles o que estava acontecendo e que ela tinha pedido para chamar eles, para eles verem o que ele tinha feito com ela.
- Bora lá ver de qual que é tia - Falou um deles - Sobe aí pra nós ir mais ligeiro - Subi na garupa da moto e eles foram guiando para a casa onde minha filha estava.
Quando eu desci já fui entrando na casa e eles foram conversar com o segurança.
A cena que eu vi, acabou comigo, despedaçou o meu coração, a falta de ar me atacou e eu comecei a chorar copiosamente.
A minha filha, a minha Luana, estava sendo esfaqueada pelo Luis. Ela estirada no chão e sangue dela espalhado em sua roupa e na cerâmica.
- Não. Luana - Falei e assim que ele me viu ali ele correu, vi os meninos entrarem na casa e ir atrás dele e eu só fui pra cima da minha filha abraçando ela.
- Filha, não me deixa, não morre, você é muito forte, você não pode ir assim, você tem muito o que viver ainda.
Segurei seu rosto em minhas mãos e ela não teve reação nenhuma. Eu não queria acreditar, não queria aceitar, mas a minha filha tinha morrido
Eu não tenho palavras para definir tamanha dor, uma dor que só uma mãe que perde o filho sente.
E a minha dor é ainda maior, porque não foi uma morte de doença, morte natural, a filha da minha vida foi interrompida, ceifada, por um desgraçado.
Mãe nenhuma bota filho no mundo para ser morto por alguém. A nossa intenção é ir antes deles, mas eu não fui e eu vou ter que conviver com essa dor até o meu último dia de vida.
E eu fiquei ali com minha filha, me sentei e coloquei ela no meu colo e fiquei acariciando o rosto dela enquanto eu chorava.
- A culpa nunca foi sua e nunca vai ser. Você sempre vai ser a minha menina cabeça, minha companheira de serviço, eu sei o quanto seu coração era bom minha filha, o quanto você era trabalhadora, uma menina de ouro. Eu não sei o que eu vou fazer para viver sem você, eu não vou me acostumar com a sua falta, com a sua ida, nunca vou. Um pedaço de mim está indo com você, espero que agora você tenha paz, a paz que você precisava. Que Deus te receba de braços abertos e cuide de você.
Encarei seu rosto, tão lindo, parecia que estava dormindo, queria eu que tivesse mesmo.
- Agora o seu sofrimento acabou e o meu começou, mas eu me conforto um pouco, de saber que você não vai mais sofrer nas mãos do Luis, mas eu não vou ter mais você aqui. Volta Luana, não me deixa aqui não, sua mãe precisa de você, sua irmã, o Bryan.
- Mãe - Ouvi a voz de Louise e chorei mais ainda, ouvi ela abrir a porta e assim que ela viu a irmã dela ali em meus braços desfalecida, ela gritou. - Não, meu Deus. Porque? Minha irmã, não, não não - Eu tentava enxergar ela mas as lágrimas embaçaram minha vista.
- Aê tia - Ouvi um menino da boca me chamar - Bárbaro fugiu tá ligada.
- Como de costume não é? Quem perde a vida é a mulher, o homem ou foge ou é preso, depois vive como se nunca tivesse feito nada.
- Nós sente muito aí pelo acontecido, pode pá que nós vamos arcar com os bagulhos do velório.
- Agora vocês querem ajudar? Vou te dar um papo reto. Não é assim que se fala. Achem esse desgraçado que acabou com a vida da minha filha, vocês não tem lei? Façam ela valer. Eu quero justiça.
- Pode crê tia, tu tá ligada que nós não pode ter falha, vamos continuar na busca dele, vamo parar não.
Eu só assenti com a cabeça e eles saíram, Louise sentou do meu lado e me abraçou encarando a irmã.
- A gente não conseguiu tirar ela das mãos daquele monstro mãe.
- Será que se tivéssemos tirado ela ainda estaria viva? Homens doentes igual ele, só param quando matam, ou vivem com eles ou não vivem.
O IML veio buscar o corpo da minha filha e depois eu fui organizar as coisas do velório.
(...)
- Mãe, porque a titia tá dormindo - Bryan perguntou para Louise que chorou mais ainda.
Eu estava sentada do lado do caixão da minha filha segurando a mão dela, não sai daqui em momento nenhum, e Carlos estava ao meu lado acariciando meu ombro.
Na hora do sepultamento eu não me contive em pé, ali era a certeza de que eu nunca mais ia ver minha filha.
Segura na mão de Deus, segura na mão de Deus, pois ela, ela te sustentará - O pessoal cantava enquanto o caixão descia, ali junto estava Nayane chorando copiosamente, a única amiga verdadeira de minha filha - Não temas segue adiante e não olhes para trás, segura na mão de Deus e vai.
- Volta pra mim minha filha. - Pedi em prantos, em meio ao desespero, eu acabei desmaiando. Quando acordei eu já estava em casa.
- Caso dela está tendo repercussão no Twitter mãe.
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DO MEL AO FÉU.
Teen FictionPor dentro aos prantos, a alma sangrando, agindo como nunca quis, arrependida da escolha que fiz.