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Luana.

Um mês já se passou, e eu continuo com minha rotina, nesse tempo não sai pra baile nem nada a correria estava tão grade e junto vinha o cansaço. Até porque aqui baile não tem todo final de semana, aí quando eu queria ir não tinha.

Tô pensando em fazer um curso profissionalizante algo assim, minha mãe quer que eu faça gastronomia pra aprender mais e a gente incrementar as marmitas.

Fazer comida chique como ela diz, mas eu acho que o povo mesmo gosta é de arroz, feijão, macarrão, isso que é comida de sustância.

Eu já estava aqui no balcão da pensão trabalhando. Minha irmã tinha tirado férias e viajou com Bryan, mais que certo, porém estou chateada porque não me levaram.

- Fala tu, hoje a encomenda tá grande pra caralho. - Luis chegou todo sorridente, fazia um tempo que não via ele, tava meio sumido, um pouco diferente, não falava muito, só ficava me olhando, todo sério, mudou comigo, acho que quer me dar um gelo ou está desistindo.

A verdade é que uma hora as pessoas cansam de correr atrás e não obterem respostas né. E as vezes eu me pego pensando como seria se eu tivesse dado uma chance a ele.

- Então deixa eu anotar - Falei pegando o papel e a caneta.

- Vem cá me dá um abraço pô. - Abriu os braços e eu saí de trás do balcão e o abracei, ele beijou o topo da minha cabeça e depois eu soltei ele.

Digamos que ele ainda tá na minha, de vez em quando me manda um mimo, mas se afastou um pouco. Tô deixando rolar, ainda não tivemos nada, vamos ver no que vai dar né, se ele tentar algo vou tentar, vai que né.

Melhor se arrepender de ter feito do que passar o resto se perguntando como seria se tivesse feito.

Essas ideia vieram de Nayane, apesar de não nós vermos muito mantemos o contato pelo celular, ela arrumou um namorado e tá muito feliz.

Anotei o pedido e enquanto minha mãe preparava ele ficou conversando comigo enquanto eu atendia quem chegava.

- Ou depois bora dar um pião por aí?  - Perguntou enquanto pegava as quentinhas.

- Vamos - Falei e ele assentiu com a cabeça com um meio sorriso no rosto -  Toda segunda é minha folga, só me avisar antes para eu me organizar direitinho.

- Beleza, vou ver essa meta aí e te dou o papo - Ele saiu e eu fui atender uma moça que chegou.

(...)

- Menina hoje quase a comida não deu - Minha mãe comentou enquanto assistíamos a novela.

- Sai muita comida né mãe, a melhor marmita é a da senhora, tem nem como, a concorrência fica como? Sem vez, tudo xoxadas - Falei fazendo ela gargalhar.

- Tú é besta demais menina - Respondeu ainda sorrindo. - Em filha, vamos ver umas receitas de doces na internet?

- Nem precisa ver mãe, só fazer sobremesas fáceis, tipo pavê, mousse, gelatina colorida, pudim - Sugeri.

- Verdade, você sabe fazer né? - Perguntou.

- Sei mãe, enquanto a senhora faz as comidas salgadas eu ajeito as doces. - Ela assentiu - Mas só se a senhora fizer um cafuné daqueles em.

- Muito interesseira cara, vem cá, anda - Bateu no colo e eu deitei já recebendo seu cafuné.

- A bagunça de Bryan faz falta né - Comentei, quando a criança faz bagunça a gente reclama, mas quando ela sai de casa por uns dias a gente sente falta.

- Demais, bebê de vó - Ficamos lembrando das bagunças dele e sorrindo.

Ainda fizemos uma chamada de vídeo com a minha irmã para ver eles, tava todo queimadinho do sol, as bochechas vermelhas que dava vontade de apertar e beijar muito. Depois desligamos e eu voltei pro cafuné enquanto assistíamos.

Acabei adormecendo ali no colo de minha mãe, acordei com ela me chamando para ir deitar na cama, aproveitei para dormir agarrada nas costelas dela.

Ela não gostava muito de grude não, tudo diz que tá com calor, mas hoje não reclamou então eu aproveitei. Sou bem besta.

Amo muito que além de mãe ela é minha amiga, somos muitos coladas, não gosto nem de pensar que um dia não vou ter mais ela do meu lado cara. Sofro antecipada horrores.

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Quanto maior a interação de vocês, maior a minha empolgação para escrever.

DO MEL AO FÉU. Onde histórias criam vida. Descubra agora