Luana.
Já tínhamos jantado, estávamos aqui no quarto do Luis deitados, fiz até massagem nele, na verdade eu estava deitada e ele dormindo com a cabeça em minha barriga enquanto eu fazia cafuné nele.
Estava pensativa, bastante pensativa, porque não quero ter que falar a ele que me prostitui para completar o dinheiro que faltava, eu não tinha coragem pra falar isso . Foi um gesto de amor, mas que não quero contar e não me sinto confortável para isso.
Minha mãe me disse uma vez também que nem tudo a gente conta. Então essa história eu não iria contar.
Peguei meu celular olhando as horas e respondendo a mensagem de Nane, tinha um monte de mensagem dela, estava toda preocupada, aproveitei para agradecer ela pela ajuda e pedir segredo.
Decidi me deitar e tentar dormir, porque eu estava cansada e amanhã também iria trabalhar.
Dei um beijo no rosto de Luis e ajeitei ele na cama, estava em um sono profundo, me ajeitei do seu lado e fechei meus olhos.
(...)
- Como assim porra, eles não ajudaram em nada no bagulho? - Ele perguntou indignado enquanto eu falava sobre o episódio lá na boca.
- Não mesmo e ainda disseram que você era um ninguém, um aviãozinho. - Falei mesmo e falo na cara deles se quiserem.
- Porra, pensei que tinha consideração dos caras velho. - Falou olhando o nada.
- Pois perceba que você não tem e que não pode contar com eles para nada, espero que você não fique babando ovo desses otários, quer trabalhar pra eles trabalhe, mas faz o seu e fica na tua. Porque já sabe que só vai ter consideração quando tiver cargo grande.
- Isso mermo, mas e como tu conseguiu esse dinheiro tão rápido assim pô? - Perguntou.
- Eu tinha 2.500 guardado para fazer meu curso.
- E o resto? - Perguntou e eu respirei fundo.
- O resto eu arrumei por aí pelo morro, não preciso ficar falando né, o importante é que eu consegui e tu tá vivo. - Já quis logo cortar o assunto.
- Porra, tirou do teu curso pô, pode pá que depois eu vou te dar essa grana, vou te deixar no prejuízo não.
- Relaxa meu bem, dinheiro a gente recupera, agora uma vida não.
- Tinha que ser tú mermo na minha vida pô, tem pra onde correr não, cismei cabuloso e já era - Falou me abraçando e beijando meu pescoço.
- Sou foda mesmo - Me gabei - Vamos que eu ainda vou em casa trocar de roupa - Ele assentiu e nos saímos do quarto.
- Tchau vozinha - Falei dando um beijo e um abraço nela, Luis se despediu e nos fomos andando até lá em casa.
- Eai parceiro, tá vivão em - Na hora que eu olhei o dono da voz chega senti raiva, o vagabundo que discutiu comigo na boca.
- Sim né, tu já viu morto andando? - Tirei de tempo mesmo, muito cara de pau, a tropa que acompanhava ele segurou o riso e Luis apertou minha mão. - Ainda tem a cara de pau de chamar de parceiro sendo que não ajudou em 1 real pra salvar a vida dele.
Nessa hora ele veio pra cima de mim e Luis entrou na minha frente.
- Tu segura a língua dessa tua mulher, que pra queimar ela viva não custa nada Bárbaro - Falou apontando o dedo no rosto de Luis e eu encarando ele séria.
- Tô ligado pô, foi mal aí - Ele assentiu e saiu.
- Que foi mal o que Luis, foi mal nada - Falei quando ele se virou pra mim.
- Tu se controla pô, tá mandada, cara tira tua vida em um segundo e tu brincando com a sorte, abaixa tua bola pô, brinca com uns bagulhos desse não, cara tem nada a perder não - Falou sério e eu respirei fundo.
- Tá Luis.
- Fica puta não pô, só pega a visão, tô falando pro teu bem - Assenti com a cabeça e ele me beijou, finalizei o beijo com selinhos e me afastei.
- Vou lá me arrumar, se cuida em, fica esperto - Ele assentiu e saiu, entrei em casa e minha mãe ainda estava aqui, pedi para ela me esperar, fui para o quarto me trocando rapidinho e voltei.
- Eita calor em menina - Minha mãe falou enquanto íamos para a loja. - Ter que colocar um chuveiro no banheiro da loja, pra quando a gente chegar banhar.
- Seria bom, mas do jeito que tem gente folgada iam pedir para banhar lá - Falei e ela fez careta.
- Verdade, cancela o chuveiro, banho só em casa mesmo. - Falou me fazendo gargalhar.
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DO MEL AO FÉU.
Ficção AdolescentePor dentro aos prantos, a alma sangrando, agindo como nunca quis, arrependida da escolha que fiz.