Luana.
Seis horas da manhã e eu já estava mais que alta, no brilho legal, Luis ficou me fazendo companhia.
- Caralho olha lá as garotas se pegando bolado - Apontou e eu olhei na direção, duas garotas numa trocação intensa mesmo, só murrão, balancei a cabeça em negativa.
- Coragem viu - Falei observando uns caras separarem elas e uma delas saiu com o cabelo da outra na mão. Moninha vai ter que botar o mega de novo, olhei no relógio pra não perder a hora, daqui a pouco ia guiar pra casa.
- Vão pro desenrolo levar um corretivo - Comentou.
- Se o motivo for macho, ele também tem que levar. - Encarei ele que observava o movimento
- Leva também pô, passa batido não, entra tudo no bolo, os manos não gostam desses furdunços aí não. - Falou e eu assenti com a cabeça.
- É o certo né.
Passou um funk que eu gosto muito e voltei a dançar.
- Tu pediu pra eu botar e eu boto com pressão - Cantei com a mão no joelho rebolando a bunda, Luis veio pra trás de mim mas sem encostar e começou a dançar.
- Então vai se prepara, na raba toma tapão - Cantou encenando bater na minha bunda me fazendo rir enquanto dançava.
Na intenção de provocar mesmo, jogar sujo, me afastei pra trás encostando nele, desci rebolando por suas pernas, depois subi, quando cheguei no seu monumento rebolei lento e senti ele apertar minha cintura e abaixar seu corpo no meu, apoiando o rosto em cima do meu ombro.
- Faz isso não pô, fico fraco pra porra mano - Falou me fazendo gargalhar.
- Parei, foi mal - Me afastei dele e o encarei, ele umedeceu os lábios e virou a cabeça pro lado.
- Tu faz isso porque sabe que eu sou doido em tu né, brinca demais, filha da puta pra caralho mané - Voltou a me encarar.
- Falar pra minha mãe que tu tá xingando ela - Desconversei e ele estalou a língua. - Vou embora, já deu minha hora.
- Vou também, te deixo lá - Pegou a caixa e fomos saindo do baile, sol já estava se pondo, coisa mais linda de se ver.
Favela fica mais linda ainda nesse horário. Não troco por nada, tem seus dias de perrengue, mas faz parte né.
Todo lugar que você vai tem lei mesmo, é só respeitar que tá tudo certo.
- Hoje não quis colar com os caras da boca né, vive com eles. - Comentei.
- Não pô, marquei com eles e depois fui ficar contigo. - Comentou.
- Ata, tá trabalhando com eles? - Perguntei como quem não quer nada.
- Faço uns bicos pra eles as vezes tá ligada, tô conquistando a confiança ainda, são tudo cabreiro.
- Mas tem que ser né, mesmo sabendo que é morte na certa, tem altos x9 - Ele afirmou com a cabeça, chegamos em frente de casa e eu peguei a caixa de sua mão. - Obrigada pela companhia hoje. - Falei.
- Que isso pô, tamo junto - Fez um belezinha, fizemos toque, mandei um beijo no ar e entrei em casa.
Coloquei a caixa na cozinha, e subi para tomar um banho, já coloquei a roupa que eu iria pra loja com minha mãe, folga só segunda, trabalhamos de terça a domingo.
Fui para a cozinha e preparei dois sanduíches de queijo e presunto, enchi um copo de refrigerante e fui para a sala, ligando a televisão para assistir enquanto lanchava.
Terminei de lanchar, escovei os dentes e fui deitar no meu quarto, pra tentar tirar um cochilo até o celular despertar costumávamos sair de casa 9 horas.
(...)
- Bora garota - Escutei as batidas da minha mãe na porta e me levantei, não ouvi o celular despertar.
Fiz minha higiene matinal, peguei minhas coisas e fui para sala onde minha mãe me esperava mexendo no celular.
- Bom dia - Falei com ela que gargalhou. - Que foi?
- Tá a cara da derrota garota. - Pegou sua bolsa - Vamos.
- Logo eu desperto, tirei um bom cochilo. Comentei enquanto corri na geladeira e peguei uma garrafa de água.
- Ligou alguém? - Perguntou.
- Peguei um e depois Luis foi me fazer companhia já que Nayane me deixou na mão. - Comentei enquanto saíamos de casa.
- Coragem do Luis viu. É muito amor porque olha. -
- Ele que chegou e ficou por lá, mas foi até bom, se não ia ficar lá sozinha.
Fomos o caminho jogando conversa fora.
*****
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DO MEL AO FÉU.
Teen FictionPor dentro aos prantos, a alma sangrando, agindo como nunca quis, arrependida da escolha que fiz.