Quando Rafaella chegou a casa da irmã, a enfermeira estava aplicando a medicação de rotina, para não atrapalhar ela foi para a cozinha retirar o jantar das embalagens para viagem. Depois retornou para o quarto colocando a bandeja com a comida na cama que Mariana ocupava.A enfermeira preferiu deixar as duas jantar sozinhas e foi para o outro cômodo da casa.
- Você não parece está bem, aconteceu algo? – Perguntou Mariana
- Não, só estou um pouco cansada. – Respondeu Rafaella com uma voz inexpressiva.
Após terminarem o jantar, Rafaella foi até a cozinha para lavar a louça. Depois retornou para o lado da irmã. Ficaram vendo um seriado, deitadas enroscadas em um abraço.
Já passava das dez da noite quando o celular de Rafaella tocou. Ela se apressou em sair do quarto antes de atende-lo.
A emoção de ver o nome de Gizelly na tela a fez esquecer do tormento que seu dia tinha sido e a felicidade tomou conta do seu corpo.
- Oi, sumida.
- Onde é que você está? – Gizelly foi logo perguntando.
Seu tom de reprimenda foi um balde de água fria na empolgação de Rafaella.
- Estou na casa da minha irmã.
- Por quê? – Gizelly disse para alguém perto dela e logo voltou ao telefone. – Você irá para o nosso apartamento que horas?
- Estou indo daqui a pouco, queria passar o máximo de tempo possível com ela. Minha nossa. Por que tanto mau humor?
- Você deveria ter me esperado. Ou pelo menos me avisado que estava indo para a casa da sua irmã.
- Você sumiu o dia inteiro, não atendia minhas ligações e nem me respondia, você queria que eu fizesse o quê? – Rugiu Rafaella desligando o celular.
Rafaella decidiu não voltar para o apartamento e passar a noite com a irmã.
Na manhã seguinte Rafaella pegou a roupa emprestada da irmã para não ter que ir até o apartamento. Não se sentia preparada para o confronto com Gizelly, ainda não. Mas sabia que no ambiente de trabalho, ela não iria fazer nada, não se ainda estivesse se comportando como ontem. E assim Rafaella esperava.
Quando chegou no trabalho, Rafaella conseguiu entrar no elevador dois segundos antes das portas se fecharem. – Havia umas seis pessoas lá dentro, divididas em grupos conversando entre si. Rafaella se posicionou num cantinho perto da porta e tentou desviar seus pensamentos da sua vida pessoal. Ela precisava se concentrar no trabalho.
- Ei, o elevador passou direto pelo primeiro andar. – Comentou a moça ao seu lado.
Rafaella olhou para o mostrador acima da porta.
Uma rapaz que estava perto do painel tentou acionar os botões, mas nenhum se acendeu... A não ser o do último andar.
- Não está funcionando.
- Tente falar no interfone. – Sugeriu a moça.
O coração de Rafaella acelerou. O elevador subiu depressa, e o frio na barriga dela aumentava a cada segundo. Enfim, a acabine parou no último andar, e a porta se abriu.
Gizelly estava lá, com seu lindo rosto, sua expressão impassível e seus olhos castanhos... frios como gelo. Rafaella perdeu o fôlego ao vê-la.
No elevador, ninguém disse nada. Rafaella ficou imóvel, torcendo para que a porta fechasse logo. Gizelly estendeu a mão, agarrou seu cotovelo e a puxou para fora. Rafaella se debateu, estava irritada demais para evitar uma cena no ambiente de trabalho. Quando a porta do elevador fechou, Gizelly a soltou.
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Era você
FanfictionUma romântica incurável que não consegue manter um relacionamento, mas que sonha muito viver um clichê digno dos livros de Jane Austen. Uma Solteira convicta, em quer sua felicidade estar em não manter laços afetivos com suas companheiras de cama. ...