Dedo podre

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A leveza que a manhã de segunda tinha começado já não mais podia ser sentida, Após a visita inesperado de Luiza, o humor de Rafaella mudou drasticamente, e o fato de Gizelly ter saido para uma reunião no horário do almoço, assim não podendo compartilhar aquele momento com ela como era de costume, só fez com que seu mal humor se atenuassem.

Com o decorrer da tarde nada ajudou. Rafaella agradecida por poder ocupar seus pensamentos ao se concentrar em seus alunos. Se concentrar no que estava ensinando era sua valvula de escape. Deste modo conseguiu vencer aquele dia nada agradavél.

Ao final da ultima aula, se dirigiu para a sala de Gizelly, como vinha criando o hábito ao fim de cada expediente. Mas ao chegar foi informada por Gabriella que Gizelly estava em reunião, que levariam um pouco mais de vinte minutos para finalizar. Rafaella resolveu aguardar na sala de espera, amava a rotina que cria-la com Gizelly, as vindas e idas do trabalho. Ela não se incomodava quando era necessário que esperasse um pouco mais para finalmente poder ir embora.

Enquanto aguardava Gizelly, resolver verificar seus e-mails e verificar as mensagens recebidas no aplicativo. Uma delas chamou sua atenção, sua irmã tinha mandado um link comentando sobre o evento de sabado a noite, o link direcionava para um blog de fofoca. Nele estava um artigo enorme sobre o evento, convidados, mas em destaque estava uma foto de Rafaella e Gizelly na pista de dança perdidas em uma atmosfera que exalava romance. O artigo comentava sobre o suposto casal e a surpresa por finalmente Gizelly assumir um romance em público.

Rafaella não tinha muita proximidade com sua irmã, parte pelo ciúmes sentido por ela com a sua chegada a família. Rafaella tinha perdido os pais ainda bebê, foi adotada pela família Kalimann ainda nos primeiros meses de vida. Sempre soube da sua origem, e era grata aos seus pais adotivos por terem sidos sinceros referente a isto. Sua irmã adotiva era dois anos mais velha, de filha única passou a ser a mais velha e se sentiu um pouco deixada de lado. Rafaella desde pequena era muito doce e cativava todos aos seu redor, dona de um olhar repleto de pureza era fácil ganhar o carinho de quem se aproximava dela.

A relação com sua irmã se tornou um pouco mais próxima na adolescência, quando sua mãe descobriu a traição do seu pai e tirou a própria vida. Isto fez com que Rafaella desprezasse essa atitude em qualquer pessoa. Um ano após a morte da mãe, o pai foi embora sem dar qualquer explicação, deixando para trás as filhas. Passar por este trauma criou uma ligação entre as duas, ainda que fragil e limitada. Trocavam mensagens uma vez ou outra no ano, na maior parte amenidades.

" Estava dando uma lida nesses sites e acabei encontrando uma reportagem sobre você e sua nova namorada. Espero que desta vez tenha acertado. Te desejo toda a felicidade deste mundo, mana". – Dizia a mensagem

Rafaella sorriu para a tela do celular. Até ser considera irmã por Mariana levou anos, e ser chamada de mana, um outro punhado de tempo.

Ainda com o sorriso no rosto, respondeu a mensagem.

" Desta vez meu dedo podre não me ferrou, na verdade tirei a sorte grande. Conheci uma mulher incrível. Ao lado dela, felicidade é o meu sobrenome. Também espero que esteja bem e muito feliz, mana''.

Ainda verificando suas mensagens, encontrou uma de Bianca.

" Um mês e meio que você não aparece na sua própria casa, não sei se por minha causa ou por realmente não mais se importar com ela. Sei que tivemos um desentendimento antes de você sair por aquela porta e não mais voltar, mas eu esperava que sua preocupação com meu estado superasse toda mágoa. Não estou querendo me colocar como vítima, mas estou ferrada, presa em uma casa que não é minha, sobre os cuidados de dois estranhos em uma cidade onde a única pessoa que conheço não pode tirar um minuto do seu dia para me visitar. Entendo que minha traição tenha tenha fudido com o que construimos, que eu quebrei seu coração ao ficar com a Ivy. Eu me arrependo amargamente, mas não acredito que mereça sua indiferença para sempre por conta de algo que já te pedi perdão. De lá para cá, minha vida tem sido um inferno, depois do acidente só piorou. Presa aqui, sem ter contato com ninguem, minha cabeça não ta legal. Espero que uma hora você possa superar tudo isso e vim me visitar, antes que eu vá. Não quero te forçar a nada, mas saiba que sinto a sua falta, sinto a falta de ter ao meu lado alguém capaz de me entender, falta de um ombro amigo."

Rafaella encarava aquela mensagem pesando cada palavra escrita ali. A princípio se sentiu culpada por não ter ido uma única vez visitar Bianca, mas este sentimento logo s edesfez ao se lembrar do que ela foi capaz de armar para separa-la de Gizelly.

Todo o voto de confiança e compaixão se foi. Rafaella não poderia se deixar levar pelas palavras de Bianca, já tinha experiência o bastante para saber que elas não eram dignas de serem internalizadas.

Mesmo após a traição, ainda assim abriu a porta da sua casa e acolheu, em troca recebeu mais um golpe.

Respirando fundo, decidiu escrever-lhe uma resposta.

"Se importar não resume em estar presente fisicamente. Acredito eu, que saiba muito bem que me preocupo com você e o seu estado, mas isto não quer dizer que o que foi dito ou feito será anulado. Não tivemos uma pequena e simples discussão. Tudo isso não se trata da nossa última conversa e você sabe muito bem. Estou ciente do seu estado e da circunstância em que se encontra, não que eu esteja culpado você pelo acidente, longe disto, mas tudo o que você está passando são o resultado das suas próprias escolhas. Sobre amizade, tentei ser uma para você, mas você preferiu rejeitá-la. Fique bem''.

Assim que enviou a resposta, foi surpreendida com a ligação. Parecendo está aguardando algum sinal de que Rafaella tivesse baixado a guarda, Bianca liga para ela instantes após receber sua mensagem.

Rafaella encara a tela do aparelho celular, onde aparece o contato de Bianca ponderando se deveria atender ou não aquela chamada.

Seu dia já estava pesado após a conversa com Luiza, não sabia se era capaz de encarar o problema chamado Bianca.

O aparelho voltou a vibrar em sua mão, Bianca mais uma vez ligando.

- Bianca. – Atendeu Rafaella, num tom inespressivo.

- Rafa, que bom que você me atendeu. Vi sua mensagem e pensei em te ligar, já que não nos vemos a um certo tempo. – Disse Bianca com uma voz frágil.

- Que bom, espero que tenha lido e entendido. – Disse Rafaella.

Do outro lado da linha, Bianca deu um suspiro audivel.

- Eu sei que tudo isso é resposta do que fiz, não estou te culpando. Eu realmente estou precisando só de sua amizade, de conversar com você, das risadas e de maratonar filmes contigo. Não aceitei sua amizade por orgulho, e me arrependo amargamente por isto. Eu sinto muito. Por isso. Por tudo. – Desabafou Bianca, num tom baixo.

- Bianca, infelizmente seja tarde demais para conseguir ter minha amizade de volta. Eu preciso desligar. Te desejo melhoras. Fica bem. – Disse Rafaella, finalizando a chamada logo em seguida.

Assim que levantou a cabeça avistou Gizelly a encarando com um olhar inquisitivo.

- Dia puxado? – Perguntou Rafaella, levantando e indo até onde ela estava.

- Puxado é pouco para defini-lo. E o seu dia, foi tranquilo longe da minha supervisão? – Perguntou Gizelly, num tom carinhoso.

- Uma segunda-feira com direito a visita indesejada. Mas isso deixo para te contar depois do jantar, quando estivermos bem aconchegadas no braço uma da outra, criando uma barreira segura. Já está podendo ir? – Perguntou Rafaella.

- Amei esse roteiro, estar com você em meus braço é o que preciso. Sim, podemos ir. – Respondeu Gizelly.



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Ola! Espero que estejam amando as att, amo cada coments que vocês deixam aqui. Amo saber da opnião de vocês. Sou muito grata por cada voto e comentário. Enfim, deixar de enrolação. 

Aaah! Deixa eu d um pequeno spoiler... Essa semana vai ser meio atípica, vai rolar atts além do costumeiro, mas aviso logo para prepararem o coraçãozinho de vocês. Vem ai! (o.o)

Beijos e queijos ;*

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