A governanta

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· Perspectiva de Gizelly

O capricho com o local era ímpar. O espaço que era reservado para a biblioteca tinha sido escolhido meticulosamente por Gizelly. Na biblioteca , as estantes repletas de livros revelava um lado que não era sabido por quase ninguém. Está manhã estava sendo a primeira vez que uma mulher com quem transou deixou o conhecer. Para Gizelly, Rafaella não era como as outras, pelo menos as ultimas mulheres com quem tinha tido certo tipo de relação.

A biblioteca possuía uma divã de couro, com detalhes na madeira feito a mão. Era de uma delicadeza. Elas passaram toda a manhã ali, deitadas sobre ele, conversando e também fazendo amor mais uma vez naquela manhã.

Gizelly se perguntava se seria assim dali em diante. Perguntava-se se a vinda de Rafaella para o seu apartamento seus dias seriam como esta manhã, regrados a sexo e conversas agradáveis. Ela rezava para que a resposta fosse um sim.

Gizelly tinha Rafaella aconchegada ao seu corpo, enquanto uma das suas mãos massageava o seu couro cabeludo, a outra fazia pequenos círculos delineando as curvas da barriga de Rafaella. Estavam tão mergulhadas na companhia uma da outra que nem viram o tempo passar, foi quando a barriga de Rafaella deu um pequeno sinal de que precisava se alimentar, ainda mais depois de todo aquele exercício matinal. Rafaella sabia que Gizelly tinha sentido sua barriga reclamar. Já era hora do almoço.

- Precisamos nos alimentar, acho que alguém está faminta. – Disse Gizelly em um tom doce e repleto de carinho.

Isto fez com que ao invés de se sentir envergonhada por ser entregue pelo seu próprio corpo, Rafaella se enchesse de satisfação pela demonstração de carinho da amada.

- Esse alguém disse que você está correta na suposição. – Respondeu Rafaella, apertando Gizelly em um abraço.

Elas se levantaram e começaram a andar em direção a porta, estavam de mãos dadas. Gizelly não queria quebrar a conexão entre as duas.

Ao chegar no corredor Rafaella franziu a testa em sinal de confusão, ao mesmo tempo em que diminuiu o ritmo do seus passos. Gizelly parou para a encarar e saber o que havia de errado.

- O que houve? – Perguntou Gizelly.

- Você não esta sentindo ? – Perguntou Rafaella, sua confusão ainda maior.

- Sentindo o quê exatamente ? – Gizelly não conseguiu compreender do que ela falava.

- Você não esta sentindo esse aroma forte de comida pelo seu apartamento? Parece que estar vindo da sua cozinha, mas não é possível pois estivemos a manhã inteira juntas. E você não saiu do meu lado em nenhum momento. – Disse Rafaella em sinal de alerta.

Gizelly tentou conter a onda de risos que ameaçava irromper. Quanto mais Rafaella a olhava em confusão, mas ela sentia vontade de rir.

Ela resolveu fazer uma brincadeira com a amada, que continuava seria, parada a sua frente esperando por respostas.

- Será que invadiram o apartamento só para cozinhar para nós? – Perguntou Gizelly num tom serio, fazendo parecer que a pergunta não passava de uma brincadeira.

Quando Rafaella estreitou os olhos para ela e em resposta a sua teoria sem cabimento deu um leve tapa na lateral do seu corpo, fez com que ela não conseguisse mais conter o riso preso.

Gizelly ria feito uma criança quando eta de frente a um palhaço fazendo suas peripécias. Em resposta, Rafaella cruzou os braços fazendo um biquinho, Gizelly a encarou, agora controlando o ataque de riso a puxou em um abraço.

- Adoro essa sua boca, ainda mais quando ela faz esse biquinho gostoso. Só me dar vontade de devora-lo – Disse Gizelly logo em seguida a puxando em um beijo avassalador.

Assim que a soltou do beijo, começou a andar, ainda segurando a sua mão, a guinda em direção a cozinha.

Assim que chegaram no cômodo deram de cara com uma senhora que aparentava ter cinquenta anos , as recebeu com um grande sorriso.

- Eduarda, esta é a Rafaella! – Disse Gizelly olhando com afeto para a senhora.

- Seja bem vinda. – Disse ela

- Muito obrigada! – Respondeu Rafaella, oferecendo um sorriso tímido.

O fato de ser pega apenas vestida com um roupão deixou Rafaella nitidamente constrangida. Em sinal de apoio Gizelly a puxa para mais perto e deposita seu braço ao redor da cintura, fazendo com que ela se sentisse um pouco mais confortável.

Antes de terminar a apresentação, Gizelly puxa uma das mãos de Rafaella e deposita um beijo a soltando logo em seguida. Rafaella Olha para a mulher em sua frente e depois volta o seu olhar para Gizelly que continua a apresentação.

- A Madalena desempenha as funções de governanta, mas faz parte da minha família a muito tempo. Ela esteve com minha família desde de que me lembro, mas só dois anos aceitou meu pedido em vim morar nesta cidade comigo. Ela cuida de tudo aquilo que eu não seria capaz sozinha, ela sempre cuidou tão bem de mim. – Ao dizer a ultima frase, Gizelly demonstrou a gratidão que sentia por aquela mulher.

A mulher sorriu afetuosamente para ela.

- Vou terminar de colocar a mesa, o almoço será servido em poucos minutos. Se precisarem de algo, é só dizer. – Disse ela antes de se virar e voltar para os seus afazeres.

- Venha. – Disse Gizelly, a guiando para a sala de estar.

Elas sentaram no grande sofá. Gizelly a puxou para si e a abraçou com força, perguntou.

- Então, o que me diz?

- Não sabia que tinha governanta, ela vive aqui?

- Não propriamente. Este apartamento tem uma espécie de ala separada onde ela e o Sérgio dormem. Mas na maior parte de suas horas vagas ela prefere ir para a casa dele. Eles se conheceram um ano atrás, algo bom para os dois. A Madalena perdeu o marido de forma trágica a cinco anos, desde então insistir para que ela viesse morar comigo para sair do buraco depressivo o qual se instalara. Quando minha mãe contou como ela estava e o quanto estava preocupada que ela viesse fazer algo contra a própria vida, insistir que ela viesse. – Confessou Gizelly a Rafaella.

- Ela não possui família? – Perguntou Rafaella, deixando sua curiosidade falar mais alto.

- Não. O inicio de vida dela não foi fácil, foi criada em um orfanato até onde sei. Ela optou por não ter filhos, quando o marido se foi voltou a ficar sozinha neste mundo. 

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