Alguém familiar

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Após uma bela corrida, Rafaella resolveu parar para descansar, mas por insistência, seus pensamentos voltaram a lhe perturbar. Foi até um dos quiosques da praça e sentou-se, logo que se acomodou veio um rapaz lhe atender. Rafaella fez seu pedido, em pouco tempo o rapaz retornou com sua água de coco.

Estava perdida em uma longa sequencia de pensamentos, tudo isso porque a sensação de que tinha algo errado lhe gerava uma angustia por não saber no que acreditar. Mas, alguns instantes depois, começou a observar as pessoas que passavam por onde estava, e minutos depois, até ergueu sua cabeça para contemplar a imensidão do céu; só então, ao olhar para um grande azul, foi que parou de ouvir seus pensamentos e começou a ouvir a musica que saia dos seus fones . Uma musica bela e suave, lhe proporcionando uma sensação agradável que se ateve apenas a ouvi-la.

Minutos depois, á musica chegou ao fim, e Rafaella voltou para seus antigos pensamentos. Ela voltou a observar ao seu redor. Rafaella notou algumas pinturas nas paredes, tão coloridas e vivas, que desejou que estas ganhassem vida.

Quando passou um casal de pedestres, jovens, Rafaella os observou. Pareciam apaixonados e andavam aninhamos sem pressa em direção ao seu destino. Caminhavam juntos sorridentes à flor de sorrisos e amor.

Ela sorriu sozinha e, inconscientemente, lembrou de Gizelly quando voltou a admirar os desenhos grafitados nas paredes do outro lado da pracinha. O pensamento em Gizelly a levou até o encontro que teve mais cedo com ela, sobre suas acusações em relação a suposta armação.

Para não se irritar mais consigo mesma por tudo o que estava acontecendo, abstraiu os pensamentos e tratou de pagar o que tinha consumido e se levantou. Agora iniciando uma leve caminhada rumando em direção ao fundo da praça que dava para o paredão que tanto observou a distância. Um paredão grafitado delimitava a pracinha bastante arborizada e verde.

Enquanto caminhava de volta para casa, ela avistou uma mulher que se assemelhava com a que pegou aos beijos com Gizelly no estacionamento. Rafaella avistou a mulher de longe, mas não tinha certeza se era a mesma pessoa. Mas aquela mecha rosa no alto da nuca, foi algo que marcou.

Diferente do dia em que viu aquela mulher aos beijos com Gizelly, ela estava vestida impecavelmente, em total contaste com as roupas que agora usava.

Ela não estava só, ao seu lado estava uma outra mulher. Estavam conversando despreocupadamente enquanto iam em direção a um carro parado ao longo da calçada.

Mesmo apertando os passos, Rafaella não conseguiu alcança-las. Assim que a dupla entrou no carro, o motorista deu a partida e saiu.

A imagem daquela mulher fez com que Rafaella fosse dominada por estranhas sensações. Fez um apequena pausa, se apoiando no paredão para que recuperasse do encontro com a aquela mulher, que pareceu tão familiar.

Assim que sentiu que havia se recuperado, Rafaella voltou a aumentar o volume da música e começou a correr em direção a sua casa. Desta vez correu com mais vigor, mesmo seu corpo reclamando da intensidade dos movimentos.

Quando chegou em sua casa, Rafaella estava lavada de suor e ofegante. O coração batia mais forte que a bateria de uma escola de samba. Apoiou suas mãos no joelho, tentava encher novamente os seus pulmões com o desejado oxigênio.

Ainda estava ofegante quando seu celular começou a tocar, decidindo atende-lo no último toque. Rafaella, ainda ofegante atente, do outro lado da linha estava Gizelly.

Conversaram por poucos minutos, mas esses minutos foram capazes de fazer com que Rafaella desejasse esquecer de tudo o que tinha acontecido de ruim entre as duas e ir correndo para os seus braços. Mas a conversa entre as duas foi tensa, fazendo com que Rafaella contivesse seus desejos.

Após a ligação encerrada, foi para o banho. Assim que terminou vestiu uma roupa leve e foi ate a cozinha preparar algo para comer. Agora sua barriga reclamava por estar vazia.

Assim que terminou de preparar a refeição, decidiu antes ir ate o quarto de Bianca para verificar se ela havia se alimentado.

Quando se aproximou do quarto onde Bianca estava, a ouviu falando com alguém ao celular. A porta do quarto estava entre aberta, permitindo que Rafaella pudesse ouvir sua voz ainda do corredor.

- Ainda estou me recuperando, mas assim que puder sair desta cama marcarei um lugar onde possamos nos encontrar. Preciso que aguarde um pouco mais. – Diz Bianca.

Após receber a resposta de alguém do outro lado da linha ela torna a falar.

- Não, acredito que não desconfie. – Desta vez com uma alegria na voz.

Assim que chega até a porta, Rafaella da dois toques a interrompendo. Isto faz com que Bianca acabe levando um susto e deixando o celular cai em seu colo.

- Atrapalho? - Pergunta Rafaella parada a porta.

Bianca demora alguns segundos para se recuperar do susto para então responder. Rafaella fica intrigada com a reação dela, mas decide não questioná-la. Permanece em silencio aguardando sua resposta.

- Não, não. Não sabia que estava em casa. – Diz em uma voz vacilante.

- Cheguei a alguns minutos. Preparei algo para comer e vim saber se já tinha se alimentado.

- Ainda não, não tive fome. – Bianca fala em um tom vacilante.

Rafaella dá um longo suspiro antes de falar.

- Você sabe muito bem que não deve ficar sem se alimentar. Você não é mais uma criança, com esta atitude fica difícil que eu lhe ajude. Pois primeiro a ajuda deve parti de você para que tenha uma recuperação o quanto antes. Estou fazendo o máximo que posso, mas se você não fazer o mínimo que é se alimentar acabará por tornar a recuperação algo mais complicado do que o necessário. – Enquanto falava, Rafaella tentava controlar o tom da voz para não transparecer sua irritação.

Bianca ouvia em silêncio, apenas movimentava a cabeça em sinal que estava de acordo com tudo o que estava sendo dito por Rafaella.

Assim que Rafaella terminou de falar, se virou e andou em direção a cozinha.

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Eu demoro, mas eu não largo vocês rsrs.

Espero que esses novos capítulos animem este sextouu em quarentena.

Não deixem de curti e comentar. Beijos e queijos procês :*

Era vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora