As narinas de Gizelly começaram a se expandir quando ela respirou fundo.- Quando eu vi como sua irmã ficou, eu só conseguia imaginar que aquilo era pra ter sido com você. Que se eu não me afastasse seria com você. Sei o quanto estou sendo egoísta te mantendo longe de toda essa merda, mas é o que precisa ser feito. Tem que ser assim, minha vida.
Rafaella tirou os sapatos e tirou as mãos de Gizelly do volante para poder subir no seu colo. Gizelly a apertou com uma força excruciante, mas Rafaella não reclamou. Estavam em uma rua absurdamente movimentada, com o fluxo ininterrupto dos carros de um lado e uma massa de pedestres do outro, mas elas não se importaram.
Gizelly tremia violentamente, como se estivesse chorando, mas não emitia nenhum ruído e não deixava cair nenhuma lagrima.
O céu chorava por ela. A chuva caía com força e raiva, fazendo o vapor subir do chão.
Rafaella segurou a cabeça de Gizelly entre as mãos e encostou seu rosto molhado no dela.
- Calma meu amor. Eu entendo. Estou com raiva de você, por não ter me contato logo de início, por ter feito ambas sofrerem sem necessidade. Mas no fundo eu entendo os seus motivos, mas isso não diminui a babaca que você foi e está sendo agindo assim. Me deixando de lado. Por querer me proteger, por esta disposta a tudo por mim, mas você precisa entender também que estou aqui pronta para te proteger, sou capaz de tudo por você. Não sou tão indefesa quanto pensa. Você deveria me dá mais credibilidade.
- Eu preciso que você não volte a procura-las. Nem a Marcela, tão pouco a Luiza. Não se coloque em perigo, você pode fazer isso por mim? Sei que falta eu te explicar muita coisa, mas você precisa se contentar com o que eu acabei de te dizer.
- Prometo, mas quem é a pessoa que está por trás de tudo isso? – Rafaella queria a confirmação de suas suspeitas.
- Você já sabe quem está à frente, meu anjo. Antes mesmo de te contar tudo o que acabei de dizer. Então faça o que me prometeu, se mantenha afastada e nada de sair bancando a Miss Marple.
- Irei fazer, mas me prometa também que não irá sair machucada. Que seja lá o que planeja, você volte em segurança para mim no final.
- Prometo o que você quiser que eu faça, com tanto que se mantenha em segurança. Eu não mentir quando te disse que não suportaria viver sem você. Eu não suportaria que nada te acontecesse.
- Eu sei. Também não suportaria te perder.
Gizelly agarrou o cabelos de Rafaella, a mantendo na posição em que queria enquanto atacava a sua boca com beijos desesperados.
- Não me deixe. – Pediu Gizelly.
- Deixar? Eu vou é me casar com você.
Gizelly inspirou profundamente. Depois puxou Rafaella mais para perto, percorrendo o seu corpo com as mãos de maneira um tanto bruta.
Rafaella não se importou com o fato de estarem em via pública, se entregando de corpo e alma aquele toque que tanto sentia falta. Sentiu as mãos quentes de Gizelly em sua pele. Por mais que seu toque fosse familiar para Rafaella, ele ainda lhe deixava completamente maluca.
Ela suspirou, mas subitamente não estava mais com raiva, tão pouco com pressa de sair dali e parar de beijá-la. Gizelly murmurou alguma coisa contra os seus lábios que Rafaella não conseguiu entender, e não se importou em pedir que ela repetisse. O beijo foi ficando mais intenso e Rafaella passou os dedos pelos cabelos de Gizelly.
Rafaella tomou um sustou ao ouvir batidas na janela. Um policial com capa de chuva e colete de segurança as observava através do para-brisas, que não tinha filme, olhando feio para elas por baixo do quepe.
- Vocês têm trinta segundos para sair daqui, ou vão ser indiciadas por atentado ao pudor. – Ordenou o policial.
Envergonhada, com o rosto queimando, Rafaella voltou para seu assento numa pose nada elegante. Gizelly esperou que Rafaella afivelasse o cinto, engatou a marcha, bateu o dedo na sobrancelha cumprimentando o policial e retomaram o caminho.
Gizelly pegou a mão de Rafaella e levou até a boca e beijou a ponta dos seus dedos.
- Eu te amo. – Disse Gizelly.
Rafaella e Gizelly enlaçaram os dedos, Gizelly posicionou suas mãos sobre sua perna. Os limpadores do para-brisa iam de um lado para o outro em um movimento ritmado e sincronizado com a batida do coração de Rafaella.
- As pessoas conseguem esquecer um amor. Conseguem viver sem ele, seguir em frente. É possível perder um amor e encontrar outro. Comigo isso não vai acontecer. Não vou sobreviver a você, Rafaella.
Rafaella ficou sem fôlego com a expressão no rosto de Gizelly quando ela se virou.
- Estou obcecada, minha vida. Viciada. Você é tudo que sempre quis e precisei, tudo com que sempre sonhei. Você é tudo. Eu vivo e respiro por você. Por você. – Disse Gizelly num tom contido.
Rafaella pôs outra mão sobre os dedos entrelaçados.
- Não preciso de mais nada. Só tenho vontade de pular da cama de manhã e encarar o mundo porque você está nele. – Gizelly virou a esquina e estacionou na frente da casa, atrás o motorista com o seu carro. Desligou o motor, soltou o cinto de segurança e respirou fundo. – Por sua causa, vejo as coisas de uma maneira que era incapaz de enxergar antes. Agora tenho um lugar no mundo, que é ao seu lado. Era você. Sempre vai ser você.
De repente Rafaella entendeu por que ela trabalhava tanto, por que havia conseguido se tornar tão rica com tão pouca idade. Gizelly estava determinada a encontrar seu lugar no mundo, deixar de ser uma estranha onde quer que fosse.
- Eu estou perdidamente, loucamente apaixonada por você. Você tem tudo, o que deveria ter e não ter. É difícil de explicar, mas quando amas tanto a alguém, ao ponto de respirar apenas amor. E eu só respiro amor ao seu lado. Não importa o que aconteça durante o dia ou à noite, o que você fez ou não fez, eu sempre vou te amar. Amar a coisa mais ridícula, amar até o seus atos mais minúsculos. Eu nunca sentir por ninguém ou por nada esse amor, é como está em uma montanha russa permanentemente. E não quisesse que parasse. Te amo com todas as forças, Gizelly. Sinto que algum dia poderei explodir de tanto te amar, mas se isso acontecer não irei me importar, por você vale a pena. Você é minha pessoa e sempre será.
Rafaella passou os dedos pelo seu rosto.
Ela sentia falta daquele toque que seu coração doeu ao experimentá-lo novamente.
- Quando você vai voltar para mim? – Rafaella perguntou baixinho.
- Assim que puder. – Gizelly se inclinou para a frente e a beijou na boca. – Espere.
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Pra quem pediu para eu voltar, estou aqui rsrs
Nem só de tombos vivem as Girafinhas...
Beijos e queijos. Até breve ;*

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Era você
FanfictionUma romântica incurável que não consegue manter um relacionamento, mas que sonha muito viver um clichê digno dos livros de Jane Austen. Uma Solteira convicta, em quer sua felicidade estar em não manter laços afetivos com suas companheiras de cama. ...